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Academia de Letras de Lorena convida comunidade acadêmica a participar do Concurso Irmã Olga de Sá

Integrantes da Academia de Letras de Lorena. (Foto: ALL)

Academia de Letras de Lorena – ALL convida os docentes e discentes do UNIFATEA a participarem do concurso Irmã Olga de Sá. A inscrição vai até o dia 6 de agosto, é online, gratuita e pode ser feita entrando em contato com o e-mail [email protected]. O concurso tem como objetivo valorizar as obras produzidas pela população do Vale do Paraíba e colocar essas produções em destaque para outros autores e amantes da arte. Os premiados em cada categoria receberão o diploma de mérito da Academia de Letras de Lorena.

O evento existe há 3 anos e homenageia um escritor diferente da nossa região em cada uma de suas edições. Em 2019, Péricles Eugênio da Silva Ramos pôde ser homenageado pela Academia e depois, em 2020, Ruth Guimarães.

Para a professora Neide Arruda, coordenadora do curso de Letras do UNIFATEA e presidente da Academia de Letras de Lorena desde 2019, o concurso serve como valorização da arte e da cultura local. “Como podemos viver em um lugar sem conhecê-lo? A Academia de Letras de Lorena tem como objetivo disseminar a arte e a literatura do Vale do Paraíba de forma que a comunidade conheça seus escritores, obras e valorize o que é produzido na região. ”, explica Neide.

Em 2021, a fundadora do UNIFATEA, Irmã Olga de Sá, será a homenageada da vez. Religiosa, educadora e poeta, é reconhecida pela obra ímpar na educação básica e superior salesiana, materializada no Instituto Santa Teresa e no Centro Universitário Teresa D’Ávila e doada à população de Lorena e valeparaibana. Olga de Sá também fez parte da Academia e, infelizmente, faleceu em outubro de 2020.

Segundo o coordenador Pedagógico do UNIFATEA e membro fundador da Academia de Letras de Lorena, Prof. Dr. José Luiz, a Irmã era muito querida e tinha muito amor pelas tarefas. Ele a define como serena, interessada e objetiva.

“Ela sempre participou das reuniões administrativas, literárias e solenes, e mesmo como escritora no lançamento de seus livros de poesia, filosofia e crítica literária. Quando esteve impedida, por motivo de saúde, passamos a realizar as reuniões no UNIFATEA para não privarmos de sua presença e sabedoria. ”, conta.

Quem é Olga de Sá?
A Profª. Drª. Ir. Olga de Sá (1928/2020), é reconhecida pela obra ímpar e perene que erigiu na educação básica e superior, materializada no Instituto Santa Teresa e no Centro Universitário Teresa D’Ávila e doada à população de Lorena e valeparaibana.

Realização de mais de 65 anos, iniciada quando a jovem Irmã chegou em Lorena, acompanhada da Ir. Maria Amélia Simões, em 1954, a convite do Pe. Carlos Leôncio da Silva, Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, para coordenar o curso superior a ser oferecido às moças da cidade que reivindicavam o direito à formação universitária. Desafio bem próprio dos que a Ir. Olga gostava de enfrentar.

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À luz do carisma da Congregação Salesiana, no exercício de educar, tornou o ambiente escolar propício ao encontro e à partilha, lugar de formação para a cidadania e a transcendência. À frente do Instituto Santa Teresa e das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila foi, até 2014, gestora e docente; produtiva com uma trajetória acadêmica, pessoal e religiosa, fruto de sua profunda capacidade de discernir, por se identificar com as causas estruturais e humanas e sociais, em geral, e, em particular, do Vale do Paraíba, que ela amou como terra sua.

A Ir. Olga de Sá nasceu em Iepê, cidade do oeste paulista, cujo nome, em tupi-guarani, aceita as acepções: “liberdade” e “lugar único”. Talvez estas palavras ecoassem no espírito da escritora para o cultivo da liberdade capaz de idealizar obras inovadoras que se concretizam em lugar próprio, único.

A Drª. Olga de Sá era graduada em Letras Clássicas (Instituto Sedes Sapientiae, 1954); e, pela Pontifícia Universidade Católica, SP, concluiu Filosofia (1950), pós-graduação em Psicologia Clínica (1986), mestrado em Teoria Literária (1975) e doutorado em Comunicação e Semiótica (1983), orientada pelo Prof. Dr. Haroldo de Campos; possuía, ainda, Biblioteconomia (Faculdades Integradas Coração de Jesus, S. André, SP, 1978); e Scienze Religiose (Istituto Internazionale Superiore di Pedagogia e Scienze Religiose delle FMA, 1960). Na PUC lecionou e orientou teses, por mais de 25 anos nos Programas de Comunicação e Semiótica e de Literatura e Crítica Literária.

Pesquisadora incansável, escrevia análises instigantes sobre literatura (poesia, prosa e crítica), filosofia, psicologia, artes, comunicação, linguagem, literatura estrangeira moderna, mitologia, música, cinema, semiótica, religião. (É, sem exagero, a mais profunda e reconhecida estudiosa da obra de Clarice Lispector, a quem dedicou os consagrados: “Clarice Lispector: a travessia do oposto” (1999) e “A escritura de Clarice Lispector” (2001), e autora de incontáveis obras, entre elas: Vale do Paraíba: Cultura e Arte (2008); A mulher sacerdotal ou o Sacerdócio do Coração (1995); A paz a seu alcance – Pequeno tratado sobre a paz do coração (1996); Coisas Caladas (2005); e, em 2013, Histórias e Reflexões, Recortes Filosóficos e Literários, e Filosofia e Literatura.

Seus estudos e escritos mostram a simpatia que nutre pelas histórias e causos valeparaibanos, pela incógnita produção artística, pelas variadas manifestações culturais que fraldejam as serras e vagueiam as margens do Paraíba. Assim incentivava a produção dos que investigam as coisas do Vale, ânimo que infundiu, também, a professores e estudantes das escolas que dirigia, que socializassem seus estudos, pois todos têm algo a dizer.

Obra pesquisada para esta biografia: “Olga de Sá: uma peregrina pelo Vale” (José Cláudio Mota da Costa in BARBOSA, Alexandre Marcos Lourenço (org.), Vale do Paraíba e História, Anais do XXVII Simpósio de História do Vale do Paraíba, Aparecida: Editora O Lince, 2014)

(Fonte: Edital do “Concurso Ir. Olga de Sá”)

Sobre a Academia
Um grupo de homens e mulheres que se dispuseram a entregar um pouco do seu tempo, do seu ânimo e da sua disposição mental e física à troca de ideias, conhecimentos e informações entre si, com a comunidade local e com instituições congêneres, no intuito de defender e propagar a língua portuguesa como instrumento de valorização da cultura brasileira. Lorena tem sido, desde muito tempo, um lugar privilegiado pela presença de primorosos educadores, artistas, escritores, poetas e tantas mais pessoas que colocaram seus saberes à disposição da coletividade, criando um ambiente de estudo, reflexão e aprimoramento intelectual e moral. A Academia vem se apresentar à cidade e à região, como um traço modesto da tradição cultural desta cidade.

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