O inverno é marcado pelo tempo seco. A baixa umidade do ar aliada à falta de chuvas aumenta os riscos de ocorrência de incêndios em matas e terrenos. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) demonstraram aumento de focos de incêndio e áreas queimadas em onze estados e no Distrito Federal.
No estado de São Paulo, o número aumentou 28,13% em relação a julho do ano passado. Em Aparecida (SP), a situação também preocupa. Só na última terça-feira (27), oito focos de queimadas foram contabilizados no município. Para frear o índice, o Santuário Nacional, a Defesa Civil da cidade e a Prefeitura Municipal iniciaram uma parceria para combater os incêndios florestais.
“São medidas necessárias e fundamentais para conservação das matas”, afirma o gestor da Área de Conservação do Santuário Nacional, Washington Agueda. “Queremos atuar em conjunto, considerando que estamos vivendo um dos piores anos de seca da região”.
O primeiro passo da parceria foi o compartilhamento entre as instituições do Plano Operacional de Procedimentos de Incêndios Florestais (POP), elaborado pelo Santuário Nacional. A partir daí a ideia é iniciar um trabalho conjunto em diversas áreas de Aparecida.
Entre elas, um território de mais de 272 hectares, o equivalente a 300 campos de futebol. O local está sendo recuperado pela Basílica e a fundação SOS Mata Atlântica.
“No caso de incêndios nestas áreas, nossas equipes de brigadistas vão atuar junto da Defesa Civil. Através deles, outros órgãos competentes, como o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar serão acionados imediatamente”, detalha Washington.
A cooperação entre as instituições contempla, além do combate aos incêndios, treinamentos em conjunto. Ações de sensibilização com a população, sobretudo das áreas rurais, também estão planejadas. A ideia é demonstrar que, mais do que um crime ambiental, as queimadas também são um problema de saúde.
“Os danos são inúmeros: perda da camada orgânica do solo, ou seja, extermínio de matéria orgânica, prejuízos para fauna e flora local e à saúde pública. Nesse período, as queimadas urbanas aumentam significativamente os casos de doenças pulmonares e renites alérgicas”, conta.
“Todos os gases que são produzidos por queimadas, e a própria fuligem, são muito tóxicos. Eles geram fatores complicadores no sistema respiratório que impactam na nossa saúde. É importante que as pessoas tenham consciência disso”, explica o gerente de restauração florestal da SOS Mata Atlântica, Rafael Fernandes.
A população pode ajudar a conter estes danos. Além de não promover queimadas, ao primeiro foco de incêndio é importante comunicar a Defesa Civil de Aparecida por meio do telefone (12) 3105-4191 ou o Corpo de Bombeiros ligando 193.