A Seleção Brasileira feminina de handebol foi derrotada pela França por 29 a 22 e se despediu dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Nesta segunda-feira, dia 2, no Estádio Nacional Yoyogi, a equipe comandada por Jorge Dueñas não resistiu a forte defesa e rápido ataque francês e foi eliminada da competição na primeira fase. A campanha brasileira em Tóquio teve uma vitória, contra a Hungria, um empate com a Rússia, e três derrotas (Espanha, Suécia e França)
“A gente chegou muito confiante na competição e estávamos jogando super bem. Viemos determinadas a avançar de fase, ganhar uma medalha, e depois dos dois primeiros jogos essa chama se acendeu.
No jogo contra a Espanha, a frustração foi enorme, porque dava para ganharmos. O que a gente não queria era enfrentar essa situação com a França, que hoje foi superior, a defesa estava uma parede”, avaliou a goleira Babi Arenhart.
A partida começou equilibrada, com as duas equipes se alternando no placar até os 13 minutos, quando a França passou a imprimir um ritmo mais forte. Com uma defesa bem postada, eficiência no ataque e velocidade nos contragolpes, as adversárias tomaram contra da partida, fechando o primeiro tempo em 17 a 12.
O Brasil voltou ao segundo tempo com Renata Arruda no lugar de Babi no gol. Com muita garra e disposição, a equipe do Brasil diminuiu o marcador para 18 a 15.
Com o passar do tempo, porém, o Brasil foi perdendo oportunidades no ataque e as adversárias ampliaram o marcador novamente. Faltando dez minutos, o treinador Jorge Dueñas colocou Babi de volta à quadra. A França não diminuiu a intensidade e controlou o placar até o fim.
Artilheira do Brasil no jogo com seis gols, a ponta Alexandra Nascimento avaliou a participação brasileira em Tóquio.
“A gente conseguiu produzir, chegar até o gol, mas infelizmente pecamos nas finalizações. Contra uma equipe tão forte como a França, isso não pode acontecer. Começamos muito bem a competição, mas depois começamos a cometer alguns erros. O esporte é assim e temos que saber perder”, destacou a melhor jogadora do mundo em 2012.
Uma das remanescentes da equipe campeã mundial em 2013, Alexandra anunciou que deixa as quadras após a eliminação nos Jogos Olímpicos. “Essa é a minha quinta Olimpíada, já estou com 39 anos. Para mim, já foi um presente participar destes Jogos junto com essa geração.
O atleta tem que estar sempre se reinventando. Há cinco anos eu falo que vou parar de jogar e não consegui, só que agora chegou o momento.
Quero ser mãe e agora que acabaram os Jogos Olímpicos o meu objetivo é me concentrar, pensar no meu corpo para visualizar a gravidez. Não tenho medo do futuro. Entreguei minha vida ao handebol com muita garra, amor e prazer e faria tudo de novo”, afirmou Alexandra, que fez sua estreia olímpica em Atenas 2004.
Também campeã mundial em 2013, Babi acredita que essa geração deixa um legado positivo para a modalidade. A atleta não pensa em parar de jogar.
“A gente espera ser sempre uma inspiração para as próximas gerações e tentar abrir um caminho para eles, que foi aberto para a gente no passado. Eu espero que a gente tenha conseguido plantar essa semente de que existe uma vida dentro do esporte.
Eu não sei o que vai acontecer com as jogadoras mais experientes, mas eu não penso em parar. O legado que a gente deixa é de somos muito felizes fazendo o que a gente ama. Por isso, uma derrota assim dói tanto”, disse a goleira de 35 anos.