O paulista Alison dos Santos se classificou no domingo (1º) para a final dos 400 metros (m) com barreiras da Olimpíada de Tóquio (Japão).
Candidato a medalha, o brasileiro cravou o melhor tempo da segunda bateria da semifinal, com 47s31, quebrando o recorde sul-americano da prova pela quinta vez no ano. Ele foi três centésimos mais veloz que a marca que estabeleceu em 4 de julho, na etapa de Estocolmo (Suécia) da Liga Diamante.
“Piu”, como Alison é conhecido, fez o segundo melhor tempo geral da semifinal, atrás somente do norueguês Karsten Warholm, recordista mundial, que foi um centésimo mais rápido que o paulista. A final será na terça-feira (3), às 0h20 (horário de Brasília).
“Estou muito confiante para essa competição, treinei bastante, estou bem condicionado. Eu e meu treinador conversamos e ele disse que me daria o poder de decisão durante a prova, se eu iria correr a prova toda forte ou se eu iria escolher o momento para avançar.
Achei que não estava fazendo uma prova tão boa até a oitava barreira, então eu resolvi não virar bem forte, mas quando passei ali me arrependi um pouco porque dava pra ter feito forte esse tiro com um resultado melhor. Mas estou muito feliz por me classificar para a final.
A gente estava planejando isso, sonhado com isso e hoje se torna realidade”, disse Alison, em depoimento à assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
“O Warholm e o [norte-americano Rai] Benjamin são favoritos ao ouro, mas são oito classificados para a final e qualquer um pode levar a medalha. Eu tenho os meus amuletos da sorte, pessoas que me colocam no chão e me fazem entender que não posso deixar o nervosismo subir para a cabeça, tenho sempre de manter os pés no chão”, completou Piu, projetando a disputa de terça-feira.
Outro brasileiro a competir no Estádio Olímpico de Tóquio neste domingo foi Paulo André Camilo de Oliveira. Principal velocista do país na atualidade, o paulista radicado no Espírito Santo terminou em oitavo lugar na terceira bateria da semifinal dos 100 m, com 10s31, ficando fora da final.
Para se classificar, ele teria que superar a melhor marca da carreira (10s02), já que o pior tempo entre os finalistas – do nigeriano Enoch Adegoke – foi de 10s cravados.
“Minha prova foi bem estranha. Foi um tempo bem alto mesmo, eu sei. Tenho objetivo muito grande nos 100 m, sei que o Brasil apostava muito nesses nove segundos, mas Jogos Olímpicos são isso.
Se os 100 m não permitem erro, os Jogos Olímpicos muito menos. É difícil porque trabalhamos muito até aqui. Tenho 22 anos. Nem que eu faça isso até os 80, ainda vou ganhar essa medalha um dia e correr abaixo dos dez segundos”, lamentou Paulo André, também em entrevista à CBAt.
O velocista disputa o revezamento 4×100 m com a equipe brasileira, formada também por Felipe Bardi, Rodrigo Nascimento, Derick de Souza e Jorge Henrique Vides. As eliminatórias estão previstas para 23h30 desta quarta-feira (4). A final será às 10h50 de sexta-feira (6).
Após três edições seguidas vencidas pelo jamaicano Usain Bolt, hoje aposentado, o italiano Lamont Jacobs ficou com ouro nos 100 m, marcando 9s80. O norte-americano Fred Kerley (prata) e o canadense André de Grasse (bronze) completaram o pódio.