A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) se uniu a 15 empresas do setor florestal para desenvolver, por meio da biotecnologia, eucalipto tolerante à seca. A proposta é ter novas espécies da planta que possuam produtividade igual ou superior aos disponíveis no mercado para plantio comercial. O projeto é coordenado pela Unidade EMBRAPII Fibras Florestais, Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (DEF/UFV).
A solução tecnológica surge como uma resposta do setor industrial à escassez hídrica que o Brasil tem vivenciado nos últimos anos. As mudanças climáticas geram impactos negativos no cultivo de várias espécies de valor econômico, incluindo as florestas plantadas de Eucalyptus. Somente no estado de Minas Gerais, foram perdidos aproximadamente 150 mil hectares. A proporção atingida e os prejuízos alertaram o setor sobre a necessidade de estancar os efeitos da seca e de investir em tecnologias inovadoras para reverter o quadro.
Estão sendo realizados três testes clonais em três locais diferentes – Inhambupe (BA), Três Lagoas (MS) e Bocaiúva, (MG), totalizando mais de 200 clones propagados. O coordenador operacional do projeto Tolerância à Seca, Guilherme Mendes, destaca que o objetivo é buscar complementariedade entre as espécies e sinergia entre as empresas participantes. “Temos uma rede de experimentos em várias regiões do Brasil com histórico de seca, com materiais genéticos potencialmente tolerantes ao déficit hídrico”, explica.
O projeto reúne importantes players do setor florestal: AB Florestal, Aperam, ArcelorMittal, Bracell, Cenibra, Cmpc, Duratex, Eldorado Brasil, Gerdau, International Paper, Klabin, Minasligas, Suzano, Vallourec e Veracel. “Com o projeto, será possível observar que a parceria público-privada é de extrema importância para o desenvolvimento e fortalecimento do setor florestal”, completa Mendes.