A edição 2021 da Copa Brasil de Vela começa nesta quarta-feira (13), em Ilhabela, com mais de 150 velejadores participantes. O tradicional evento da modalidade terá como sede a Escola de Vela Lars Grael e reunirá as principais classes olímpicas, pan-americanas e também competidores das categorias de base, a chamada vela jovem.
Estão programadas regatas no Canal de São Sebastião nas categorias Windsurf, Kite, RS:X, Bic Techno, 49er, 29er, Snipe, Lightning, Nacra 17, 470, 420, Laser, Laser Rd e 4.7. A competição é organizada e chancelada pela CBVela – Confederação Brasileira de Vela. A previsão para as provas, que serão realizadas até domingo (17) é de vento leste com média intensidade e grande possibilidade de chuva na maior parte do dia.
Será a nona edição da Copa Brasil de Vela, competição que foi criada na década passada para incentivar a modalidade e seus participantes paraganhar ritmo visando grandes eventos internacionais. Será realizada nas mesmas datas a VII Copa Brasil de Vela Jovem.
”Teremos a participação de muitos velejadores de várias idades na Copa Brasil de Vela, o que mostra a força da modalidade. Estamos saindo aos poucos dessa pandemia e vamos ver atletas do mais alto nível correndo esse campeonato, que já é tradicional no País. ‘Outro dado importante é a presença feminina. Já vimos muitas correndo o Mundial de Snipe na semana passada no Yacht Club Paulista (YCP). Agora é a vez de Ilhabela, importante local de prática de vela da América do Sul, realizando eventos como a Semana de Vela de Ilhabela e seletivas olímpicas”, disse Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela.
Atletas olímpicos e nova geração
Grandes nomes da modalidade já estão confirmados na Copa Brasil de Vela, como os representantes de Tóquio 2020 Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino (NACRA), Marco Grael (49er), Ana Barbachan (470), além dos campeões mundiais de Snipe Gustavo Abdulklech (Jr) e Juliana Duque (Feminino).
A medalhista pan-americana Juliana Duque nem bem celebrou o título mundial de Snipe conquistado no último sábado (9), em São Paulo (SP), e já virou a chavinha para a campanha de Paris 2024. Após faturar de ponta a ponta o Mundial de Snipe com Mila Beckerath, a baiana agora se junta ao marido e proeiro Rafa Martins para as regatas de 470.
”Muito feliz de poder ser campeã mundial de Snipe mais uma vez. O nosso desempenho foi muito bom e agora vamos virar a chave para a campanha olímpica, que é nosso objetivo após a 470 se transformar em classe
mista”, disse a baiana Juliana Duque. Único campeão mundial de Optimist da história, Alex Kuhl vai correr em
casa na Copa Brasil de Vela. O velejador, que venceu a competição paraatletas até 15 anos na Itália neste ano, está escalado para o 420. O objetivo dele agora é se classificar para o Mundial da Juventude de Omã 2021. ”Acabei de chegar na classe, mas se conseguir a classificação, eu vou treinar muito para quem sabe trazer mais uma conquista para o País”.
As novas classes olímpicas como o Fórmula Kite e o WindSurf estarão nas regatas da Copa Brasil de Vela. Um dos destaques do evento será o maranhense Bruno Lima. ”Estou bem preparado e espero ter um bom desempenho na Copa Brasil de Vela. Vou dar o melhor para conquistar o título deste ano”, disse Bruninho. ”Muito ansioso com a volta à Ilhabela! Lugar lindo! Perfeito para velejar. Minhas expectativas são as melhores! Vou me esforçar ao máximo para trazer esse título pra casa!”
Parte da seleção brasileira de vela de Kite está em Torre Grande, na Itália, para a disputa do Mundial da categoria, que começa na quarta-feira. Participam do evento internacional Bruno Lobo, líder do ranking mundial, além de Socorro Reis e Claudio Cruz.
Sustentabilidade
Pela primeira vez em todas as edições já realizadas, a Copa Brasil de Vela vai calcular e compensar as emissões de gases do efeito estufa geradas pelo consumo de combustível fóssil das embarcações de apoio às
regatas.
A Confederação Brasileira de Vela (CBVela), em parceria com a Prefeitura de Ilhabela e com patrocínio da SABESP, planeja, em poucos passos, conseguir uma compensação ambiental que torne o evento mais sustentável.
Ao final da Copa, todas as pessoas responsáveis por embarcações a motor informarão à equipe da CBVela a quantidade de litros de combustível consumida durante o período de regatas. Com estes dados, o Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza vai calcular a quantidade de gases do efeito estufa (carbono equivalente) emitida pelos barcos.
Depois, um outro cálculo vai indicar a quantidade de mudas de árvores que deverão ser plantadas e mantidas por um período de dois anos para compensar a pegada de carbono da Copa Brasil de Vela 2021.
A compensação será feita no município de Ilhabela, em área de reflorestamento, com mudas de palmeira juçara.
Sobre a Copa Brasil de Vela
A Copa Brasil de Vela é uma competição organizada pela CBVela que foi disputada pela primeira vez em 2013. Ela foi criada pensando na preparação de velejadores para o ciclo olímpico dos Jogos do Rio 2016.
Com grande adesão de atletas, inclusive velejadores estrangeiros, a competição se firmou e hoje é a mais importante da vela brasileira de barcos monotipos.
O evento faz parte do Plano de Alto Rendimento (PAR) da CBVela, que analisa os resultados e desempenhos dos velejadores em competições, que podem ser convocados para treinamentos e participação em outros eventos
nacionais e internacionais.
Além disso, a Copa Brasil de Vela conta pontuação para as seleções do Mundial da Juventude 2021, que vai acontecer em Omã, do Pan-Americano de 2023, em Santiago, no Chile e para as Olimpíadas de 2024, em Paris.