O ecoturismo é a aposta do Brasil para promover o desenvolvimento alinhado à preservação ambiental. O assunto foi debatido na tarde desta quarta-feira (3), na Confederação das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que está sendo realizado em Glasgow, na Escócia.
Segundo o ministro do Turismo, Gilson Machado, antes do surgimento da Covid-19, a procura por ecoturismo correspondia a 10% das buscas na internet. Agora, esse percentual subiu para 54%. “O turismo, pelo simples fato de ser conhecido no mundo todo como a indústria sem chaminé, é o emprego verde, sim. É a vocação da Amazônia, é a vocação do Pantanal, é a vocação da nossa Amazônia brasileira através do turismo náutico. E nós temos conduzido uma grande reforma no país todo para geração de emprego e desenvolvimento”, ressaltou Gilson Machado.
“O turismo tem um papel importantíssimo, o turismo vai conseguir absorver um volume altíssimo de mão de obra relevante no país”, completou o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
O modelo adotado pelo Governo Federal para promover o ecoturismo está na concessão dos parques nacionais para a iniciativa privada. Das 334 unidades de conservação existentes no Brasil, 20 já foram incluídas no programa de concessão. O novo modelo está focado em trazer mais visitantes para os parques nacionais e educação e conscientização ambiental. O concessionário fica responsável pela revitalização, modernização, operação, manutenção dos parques, além dos serviços de apoio aos turistas, incluindo alimentação, estacionamento e segurança. A empresa também fica responsável pelas ações de proteção, como contratação de brigadistas.
“É algo que todos ganham. Ganha o meio ambiente, em primeiro lugar, que é o nosso grande foco, ganha as populações locais, com emprego, renda, desenvolvimento, empregos verdes, e ganha também o Brasil e o mundo, que tem acesso a essas belezas naturais incríveis que nós temos no Brasil”, destacou o Secretário de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente, André Germanos.
Os primeiros parques concedidos no novo modelo de concessão foram os de Aparados da Serra e Serra Geral, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os investimentos nas unidades devem chegar a R$ 260 milhões e antes da assinatura do contrato de concessão, mais de 100 pessoas da comunidade local foram contratadas para trabalhar nos parques.
Ciência e tecnologia
Em outro painel, o Governo Federal apresentou no estande brasileiro na COP26, as ações de ciência e tecnologia para promover a preservação ambiental. O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, destacou que o Brasil é o 13º em produção de pesquisa científica do mundo e que o desafio é transformar os conhecimentos em novos produtos e serviços.
Na área de energia, que afeta o meio ambiente, o país vem concentrando esforços na melhoria e eficiência de célula fotoelétrica (desenvolvimento e aprimoramento de baterias a base de nióbio), energia eólica e hidrogênio de fontes limpas (hidrogênio verde).
O ministro também destacou a instalação de 50 laboratórios para estudar a biodiversidade da Amazônia e transformar esses conhecimentos em medicamentos. “A missão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações é produzir conhecimento, produzir riquezas para o país, através de novas empresas, novos produtos, serviços e bases tecnológicas em todas as áreas, e contribuir com a qualidade de vida das pessoas através da ciência, tecnologia e inovações”, destacou Marcos Pontes.