Associações, cooperativas, pequenos agricultores e pessoas físicas oriundas de agricultores familiares assentados, quilombolas e comunidades tradicionais interessados na venda de sementes despolpadas da palmeira-juçara já podem se inscrever no quinto chamamento lançado pela Fundação Florestal. O objetivo é a aquisição de 15 toneladas de sementes, no valor unitário de R$ 7,51, que serão destinadas ao plantio de 300 hectares em Unidades de Conservação do estado.
A iniciativa faz parte do Programa de Conservação da Palmeira Juçara nas Unidades de Conservação, que tem como foco a conservação da espécie nos espaços protegidos de domínio público e privado, das zonas de amortecimento e entorno de UCs, com remanescentes florestais, conforme estabelecido na Portaria Normativa FF nº 327/2021.
Para os interessados em participar, todas as informações podem ser encontradas neste link . O processo de seleção ficará aberto até o dia 28/2, às 16 horas, e a documentação completa, composta pelo formulário, proposta de venda e habilitação jurídica, deverá ser entregue pelo e-mail [email protected]. O resultado dos credenciados será publicado no 3/3 e a entrega das sementes acontecerá entre os dias 11/3 e 9/6.
Programaça Juçara
O Programa Juçara constitui uma iniciativa pioneira da Fundação Florestal em parceria com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, Secretaria de Desenvolvimento Regional, Secretaria de Desenvolvimento Econômico (por meio do Programa Vale do Futuro), Itesp, universidades, prefeituras e entidades representativas da sociedade civil que oferece uma alternativa de trabalho e de renda a pequenos agricultores e comunidades tradicionais nas regiões onde se insere.
Além da questão ambiental, o programa procura modificar a cultura extrativista da palmeira-juçara ao desestimular o corte da árvore para a extração do palmito, oferecendo a opção de obter seu sustento por meio do cultivo e da venda da polpa do fruto para o reflorestamento.
A palmeira-juçara é uma espécie nativa da Mata Atlântica ameaçada de extinção. Sua preservação está diretamente ligada à manutenção da biodiversidade local. Sua semente e seu fruto servem de alimento para mais de 68 espécies, entre aves e mamíferos. Tucanos, jacutingas, jacus, sabiás e arapongas são os principais responsáveis pela dispersão das sementes, enquanto cotias, antas, catetos e esquilos, dentre outros, se beneficiam das sementes e frutos.