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A invenção do zero e sua importância

O último número natural a ser criado permitiu evoluções significativas para a humanidade.

(Foto: Scott Rodgerson/Unsplash)

O desenvolvimento das engenharias modernas, da automação e da linguagem computacional só foram possíveis graças à invenção do zero. O último número natural a ser criado permitiu evoluções significativas para a humanidade, apesar de nem sempre ser reconhecido com o merecido destaque.

O fato de representar o vazio nos conjuntos, a ausência de quantidade ou de ser indiferente quando inserido à esquerda de outro algarismo não pode ser motivo para associá-lo à falta de importância. Pelo contrário, foi o zero que permitiu a compreensão da concepção posicional da numeração, o que possibilitou a solução de problemas da mecanização das operações e dos cálculos.

O zero também foi responsável por abrir os caminhos para tecnologias, como a máquina de calcular e os computadores. Vale lembrar que o sistema binário, composto pelos algarismos 0 e 1, é a base da linguagem computacional.

Não seria exagero dizer que as contribuições do zero chegam ao infinito. No estudo sobre limites, há casos em que a função tende a zero quando o limite caminha para o infinito. Também é por causa da combinação entre o zero e os demais algarismos que é possível representar uma quantidade infinita de números.

A história e a matemática dos povos

Apesar da relevância, a invenção do zero não foi tão simples. De acordo com os historiadores, os babilônios – povo que viveu na Mesopotâmia por volta de 2.500 a.C. – teriam sido os primeiros a perceber a necessidade de uma representação para o “vazio” no sistema posicional e, assim, poder diferenciar o número 505 do 55, por exemplo.

Mas apesar de terem essa percepção, a criação de uma representação para o zero não partiu deles. O que se sabe é que os babilônios usavam um espaço vazio para demonstrar a coluna onde estaria o zero.

Muitos povos, embora tivessem um brilhantismo na área da matemática, não fizeram essa representação. Responsáveis pela construção das pirâmides, de um calendário solar e de um sistema de numeração próprio, os egípcios também não possuíam um símbolo para o zero.

Apesar de propiciar inúmeros avanços nos campos da geometria, da álgebra, da lógica, da física e da astronomia, a criação do zero também não é atribuída aos gregos. E quem se lembra dos algarismos romanos sabe que também não há um símbolo para o zero.

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A origem do zero

Numeral é representado por pontos redondos no Manuscrito Bakhshali (Foto: Biblioteca Bodleian, Universidade de Oxford/Reprodução)

Ainda de acordo com os historiadores, a Índia é o berço do zero como o conhecemos hoje: 0. Antes do conceito matemático, já havia a definição no dicionário. O termo shúnya significava vazio, inexistente, ausente.

O Manuscrito Bakhshali, o mais antigo da matemática indiana, escrito em casca de bétula, já trazia uma versão do zero parecida com a que temos hoje. Já o zero como um dígito na notação de valor decimal aparece no Aryabhatiya, um tratado astronômico sânscrito.

Os documentos não têm data exata, mas estima-se que foram criados entre os séculos III e VIII d.C. Foram os árabes os responsáveis por difundir na Europa a concepção do zero, criada pelos indianos.

Contribuição maia

É importante destacar que, na América, a civilização maia foi a primeira a criar uma representação para o zero. No entanto, era diferente do símbolo que conhecemos hoje.

O sistema desse povo usava pontos e traços para representar unidades e dezenas, já o zero era representado por um símbolo similar a um olho. A concepção do vazio era tão forte que a civilização tinha um Deus da Morte que a simbolizava.

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