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Semana Santa: celebração dos mistérios de nossa fé

Igreja Católica Apostólica Romana celebra a partir do Domingo de Ramos, a chamada “Semana Santa”. (Foto: divulgação)

A Igreja Católica Apostólica Romana celebra a partir do Domingo de Ramos, a chamada “Semana Santa”, ocasião em que acompanhamos e recordamos os últimos momentos da vida de Jesus.

“Na Semana Santa, a Igreja celebra os mistérios da salvação, levados a cumprimento por Cristo nos últimos dias da sua vida, a começar pela sua entrada messiânica em Jerusalém” (Festas Pascais, n. 27).

As celebrações, cada qual com sua ritualidade, conduz os fiéis a um encontro pessoal e comunitário com a pessoa de Jesus Cristo. Ele que ao assumir a condição humana, demonstra o desejo do Pai em resgatar cada ser humano, levará até as últimas consequências esse projeto.

A Semana Santa, é uma oportunidade clara, para renovar os princípios de nossa fé, bem como, o entusiasmo e o desejo de permanecer caminhando com a Igreja, como discípulos e discípulas, trabalhando cada vez mais, para que o Reino de Deus aconteça entre nós.

O caminho celebrativo que fazemos, tem início com o Domingo de Ramos da Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, onde, ouvindo a narrativa bíblica, acompanhamos a entrada triunfal em Jerusalém e depois os momentos da sua condenação, flagelação, crucifixão e morte. Em seguida, normalmente, as comunidades, organizam a via-sacra, terço com as crianças e famílias, celebração das Dores de Maria, como expressões da religiosidade e da piedade popular.

No entanto, este caminho atingirá seu ápice, com o Solene Tríduo Pascal, os três maiores dias de nossa fé, onde contemplamos os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

“A Igreja celebra todos os anos os grandes mistérios da redenção humana, desde a Missa vespertina da Quinta-feira da Ceia do Senhor até as Vésperas do domingo da Ressurreição. Este espaço de tempo é justamente chamado o “tríduo do Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado” e também “Tríduo Pascal”, porque nele se torna presente e se realiza o mistério da Páscoa, isto é, a passagem do Senhor deste mundo para o Pai. Com a celebração deste mistério, a Igreja, por meio dos sinais litúrgicos e sacramentais, associa-se em íntima comunhão com Cristo seu esposo” (Festas Pascais, n. 38).

Na quinta-feira santa, celebramos a Missa da Ceia do Senhor, com o rito de Lava-pés. Ocasião em que Jesus institui a Eucaristia e o Sacerdócio, e demonstra com o gesto de lavar os pés dos discípulos a missão servidora da Igreja na vivência do novo mandamento.

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“Nesta Missa, que se celebra na tarde de Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao Tríduo pascal e propõe-se comemorar aquela última Ceia na qual o Senhor Jesus na noite em que ia ser entregue entregue, tendo amado até ao fim os seus que estavam no mundo, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do pão e do vinho, os entregou aos Apóstolos para que os tomassem, e lhes mandou, a eles e aos seus sucessores no sacerdócio, que os oferecessem também” (Cerimonial dos Bispos, n. 297).

Ao final da celebração da quinta-feira santa, não recebemos a benção ao final da celebração, pois ela comporá uma unidade com as próximas celebrações. Sendo assim, na Sexta-feira Santa, “dia em que Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado, a Igreja, meditando a Paixão do seu Senhor e Esposo e adorando a Cruz, comemora o seu nascimento do lado de Cristo que repousa na Cruz e intercede pela salvação do mundo inteiro” (Festas pascais, n. 58).

Na Sexta-Feira Santa, fazemos o jejum e a abstinência de carne. Trata-se de um dia de penitência obrigatória para toda a Igreja.

À noite, reunimo-nos para a tradicional, Procissão do Enterro. Momento em que percorrermos algumas ruas de nossa cidade, ouvindo o canto da Verônica, caminhamos silenciosamente, refletindo sobre o sentido da morte de Jesus. Mergulhamos profundamente neste gesto interior e exterior de silêncio, pois a Igreja, contempla a morte de seu esposo.

Chegando ao Sábado Santo, celebramos a Vigília Pascal. “Segundo uma antiquíssima tradição, esta noite deve ser comemorada em honra do Senhor, e a Vigília que nela se celebra, em memória da noite santa em que Cristo Ressuscitou, deve considerar-se a mãe de todas as santas Vigílias, pois, nela, a Igreja mantém de vigia à espera da Ressurreição do Senhor, e a celebra com os sacramentos da iniciação cristã” (Festas Pascais, n. 77).

Nesta noite santa, celebraremos a benção do fogo novo, a entronização do círio pascal, o canto do Exultet (Proclamação da Pascoa), ouviremos as leituras, mergulharemos nos ritos sacramentais, para chegar ao banquete da vida.

Alegres pela Ressurreição do Senhor, celebramos o domingo da Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. A missa do dia de Páscoa deve ser celebrada com grande solenidade, de modo que os mistérios da vida de Cristo se desdobrem na vida da Igreja.

Que estes dias de grandes celebrações, possam ajudar-nos a vivenciar os fundamentos de nossa fé, renovando nossa disposição de sermos membros da Igreja e participantes da vida de Cristo.

Padre Kleber Rodrigues da Silva, é pároco e reitor da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Pindamonhangaba-SP. Natural de São Luiz do Paraitinga-SP, é o caçula de 12 filhos. Foi ordenado padre em 15 de maio de 2004. É formado em Filosofia, Teologia, Publicidade e Propaganda e atualmente está fazendo Pós-Graduação, em Gestão Religiosa e Paroquial.

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