Indicada pelo presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, Giovanni Guerra, a pilota Bia Figueiredo passa a integrar a Comissão Mulheres no Automobilismo da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), pelo biênio 2022/2023.
Bia ocupa o assento que foi de Fabiana Ecclestone até dezembro passado, eleita para o cargo de vice-presidente de esportes para América do Sul, na chapa vitoriosa do presidente Mohammed Ben Sulayem. Dessa forma, as duas brasileiras na FIA já estão irmanadas em prol das mulheres no automobilismo brasileiro, em particular, e América do Sul como um todo.
A nova função de Bia Figueiredo se soma à de coordenadora para o Brasil do programa FIA Girls on Track, para a qual foi convidada logo no início da atual gestão da CBA.
Sua missão é emprestar toda sua experiência ao esforço da FIA em fomentar a participação feminina no esporte, já a partir do kartismo, ao mesmo tempo em que desenvolve políticas contra toda forma de preconceito. O automobilismo já mostrou que é, sim, lugar de mulher e a carreira de Bia é prova viva dessa realidade.
Destaque do kartismo ainda na infância, venceu nos monopostos no Brasil e Estados Unidos, atingindo fama internacional ao competir na Fórmula Indy. Mais recentemente, agregou ao seu vasto currículo o Endurance internacional e a Stock Car. Atualmente, disputa sua temporada de estreia na TCR Sul-americana.
“Passei toda a minha vida no automobilismo. Desde que me conheço por gente estou nas pistas. Nessa trajetória de tantos anos, obtive sucesso, mas também enfrentei muitas dificuldades. Esse aprendizado me dá condições de orientar jovens pilotas a ultrapassar esses obstáculos sem tantas dificuldades, como era na minha época”, disse a representante brasileira na centenária Indy 500.
“Eu já estava muito feliz pelo convite do Giovanni Guerra, ainda no início da presidência dele, para coordenar as meninas brasileiras no FIA Girls on Track.
Agora, na Comissão de Mulheres, a responsabilidade aumenta, mas os desafios são os mesmos, que são derrubar barreiras e tornar o esporte mais inclusivo, com participação feminina cada vez mais ampla nos kartódromos e autódromos do Brasil e do mundo”, resumiu.
Para o presidente Giovanni Guerra, a coisa mais fácil do mundo foi escolher Bia Figueiredo para participar de sua gestão. “Não pensei duas vezes na hora de trazê-la para minha equipe na CBA, pois a Bia é um exemplo de esportista e mulher. Inteligente, talentosa, sempre aberta a ajudar e, sobretudo, uma mulher muito valente e corajosa no enfrentamento de dificuldades”, disse Guerra, acrescentando que a indicação para a FIA “foi algo natural por tudo que já fez em sua carreira e pelo excelente trabalho que já realizou no primeiro ano de nossa gestão”, explicou Guerra.
Para conciliar a agenda de competidora, dirigente e mãe de duas lindas crianças, Bia tem a fórmula. “Não tem mistério, o negócio é estar ligada fora das pistas, da mesma forma quando estamos numa corrida”, disse, apressada, mas sorridente, entre um compromisso e outro.