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10 de abril: Dia da Arma de Engenharia do Exército Brasileiro

Combate da Ilha da Redenção, no Rio Paraná (10 de abril de 1866): a 19ª Brigada brasileira, comandada pelo Coronel Villagran Cabrita repele o assalto dos paraguaios. (Imagem: Jules Gaildrau L’illustration: journal universel, Vol. XLVII, nº 1.215 (09/06/1866 / Domínio Público)

Abaixo, texto alusivo ao Dia da Arma de Engenharia, publicado pelo Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro.


DIA DA ENGENHARIA

No dia 10 de abril, data que marca o falecimento em combate do Tenente-Coronel João Carlos de Villagran Cabrita, herói da Guerra da Tríplice Aliança, o Exército Brasileiro celebra o Dia da Arma de Engenharia, elemento de apoio ao combate essencial da Força Terrestre e protagonista de inúmeras ações de desenvolvimento e integração do País.

O Tenente-Coronel Villagran Cabrita nasceu em 30 de dezembro de 1820, na cidade de Montevidéu, na Banda Oriental do rio Uruguai, à época Província Cisplatina, que integrava o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Era filho do Major Francisco de Paula Avelar Cabrita e de D. Apolônia de Villagran Cabrita, de origem castelhana.

A história da nossa Engenharia Militar remete ao Brasil Colônia, quando os portugueses iniciaram a construção de fortes para assegurar a ocupação e proteger o território contra invasões de potências estrangeiras.

A separação política da Província Cisplatina do Império do Brasil influenciou a migração da família Villagran para a corte no Rio de Janeiro. Destinado a seguir carreira militar, foi declarado alferes-aluno aos 22 anos de idade e teve sua consagração na Guerra da Tríplice Aliança, quando protagonizou uma das maiores façanhas da história dos combates brasileiros.

Durante a madrugada do dia 6 de abril de 1866, o Tenente-Coronel Villagran Cabrita atravessou o rio Paraná e desembarcou na Ilha de Redenção, com cerca de 900 homens, para enfrentar as tropas paraguaias em seu próprio território, manobra ousada que, até então, nunca fora realizada naquela batalha.

O inimigo possuía uma complexa linha de defesa, com um robusto apoio de Artilharia, mas isso não foi suficiente para barrar o avanço das tropas brasileiras. Após intensos combates, no dia 10 de abril de 1866, cessou o fogo e logo vieram os sons da alvorada festiva, assinalando a vitória brasileira.

Entretanto, esse dia é lembrado não somente por glória, pois, enquanto redigia a ordem do dia que deveria comemorar tal feito, Villagran Cabrita foi alvejado por estilhaços de uma granada, que lhe tiraram a vida.

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Justas homenagens foram prestadas à memória do bravo combatente, destacando-se a concessão da insígnia de Cavaleiro da Ordem de Cristo pelo governo imperial. Dentre outros tributos, o 1º Batalhão de Engenharia de Combate – Batalhão Escola de Engenharia, sediado em Santa Cruz, no Rio de Janeiro (RJ), recebeu o glorioso nome de Villagran Cabrita e a honra de manter acesa a chama do heroico Batalhão de Engenheiros.

Desde que a Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho – a Casa do Trem foi criada, a Engenharia Militar desempenhou um importante papel no desenvolvimento nacional. Fortes, linhas ferroviárias, estradas, pontes, aeroportos, açudes e poços artesianos são exemplos de alguns dos seus trabalhos.

O soldado de Engenharia, bandeirante do século XX, foi desafiado a participar ativamente do engrandecimento do Brasil, desbravando a Amazônia e integrando essa região ao restante do País. Sob a sombra do chapéu bandeirante, tradicional símbolo de sua arma, nasceram cidades, foram cultivadas riquezas, domadas áreas inóspitas, encurtados caminhos para o progresso, foi semeada esperança e colhido o desenvolvimento do Brasil.

A Arma azul-turquesa ainda teve uma marcante participação durante a II Guerra Mundial, em 1944, sendo a Engenharia da Força Expedicionária Brasileira (FEB) a primeira tropa a enfrentar o inimigo. O 9º Batalhão de Engenharia de Combate (9º BE Cmb), sediado em Aquidauana (MS) e subordinado à 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, participou das conquistas de Monte Castelo, Castelnuovo e Montese, apoiando o movimento da tropa ao lançar pontes e limpar campos de minas, dentre várias outras missões desempenhadas pelos pracinhas do lendário 9º BE Cmb.

No prosseguimento de sua história, a Engenharia prestou apoio humanitário às missões de remoção de minas na América Central (MARMINCA) e na América do Sul (MARMINAS), bem como nas Missões das Nações Unidas de Verificação em Angola (UNAVEM II e III) e de Estabilização do Haiti (MINUSTAH). Nessas últimas, apoiou os contingentes da missão e atuou na realização de ações cívico-sociais em prol da defesa civil e do desenvolvimento local.

A Engenharia é a arma de apoio ao combate que tem como missão principal prover a mobilidade, a contramobilidade e a proteção das tropas em campanha, além de prestar o apoio geral de engenharia às operações militares. Tais ações visam multiplicar o poder de combate das forças amigas, proporcionando a conquista e a manutenção dos objetivos estabelecidos.

Nesse sentido, na vertente do combate, seja blindada, mecanizada, paraquedista, aeromóvel ou selva, a Arma azul-turquesa desempenha um papel indispensável, possuindo a capacidade de executar diversas tarefas, como construção e melhoramento de estradas e pontes, reconhecimento especializado de engenharia, montagem de meios de transposição, lançamento e construção de obstáculos no terreno, construção de espaldões e de abrigos para a proteção da tropa e emprego de mergulhadores, dentre outras.

Em tempo de paz, o apoio geral de engenharia traduz-se pela construção de instalações e por obras permanentes em proveito do Exército e da sociedade. Assim sendo, a Arma vem assumindo um papel cada vez mais relevante no âmbito nacional, destacando-se em ações de integração e de desenvolvimento do País, atuando em obras rodoviárias, ferroviárias, hidroviárias e de infraestrutura aeroviária de grande vulto, contribuindo, assim, para a economia e o bem-estar social.

Igualmente, a Engenharia dispõe de meios necessários para ser empregada em pronta resposta no socorro a calamidades, podendo executar reparos emergenciais em estradas, retirada de escombros, socorro a vítimas de enchentes, restabelecimento rápido de tráfego com o lançamento de pontes, bem como outros trabalhos que envolvam o emprego de equipamentos e viaturas especiais de engenharia.

A evolução do combate moderno exige da Arma de Engenharia constante aprimoramento, tornando o autoaperfeiçoamento do seu pessoal, a modernização do seu material e a atualização de sua doutrina condições essenciais para apoiar a Força Terrestre em operações no amplo espectro dos conflitos atuais. Em face dessa demanda, o Centro de Instrução de Engenharia, em Araguari (MG), atua especializando oficiais e sargentos em todos os cursos e estágios afetos às atividades de construção, manutenção do material classe VI, mergulho, desminagem, explosivos e gestão do material de Engenharia, do patrimônio imobiliário e do meio ambiente, dentre outras atividades.

Engenheiros da arma azul-turquesa, cujo símbolo – o castelo lendário – perpetua o trabalho pioneiro dos seus integrantes e abriga, como um templo, as tradições e os feitos que transformaram desafios em novas vitórias, prossigam alicerçando e inspirando o presente e o futuro da Arma de Engenharia, espelhando-se sempre na disciplina, no espírito de corpo, na coragem e no patriotismo do seu insigne patrono. Orgulhem-se de fazer parte da Arma pioneira e permaneçam impulsionando nosso Exército e nosso País para um futuro de glórias, desenvolvimento e prosperidade.

“NÃO VIVEMOS EM VÃO”.

Brasília-DF, 10 de abril de 2022.

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