Localizado na entrada da cidade, no Distrito Industrial Dutra, o aterro sanitário de Pindamonhangaba encerrou suas atividades após 34 anos de operação. Agora, a prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, estuda as possibilidades de uso para o espaço.
Para colaborar com esse novo projeto, a Secretaria de Meio Ambiente esteve recentemente com a direção da Cetesb, em São Paulo, buscando entender as necessidades e exigências operacionais da nova fase do Aterro Municipal e recebeu as orientações dos possíveis usos futuros da área. Participaram da reunião a secretária de Meio Ambiente, Maria Eduarda San Martin, o diretor da pasta, Rafael de Souza, e a engenheira Elis Moraes.
Atualmente o aterro sanitário não está mais recebendo resíduos domésticos e não existe mais aterramento de nenhum tipo de resíduo no local. “Pelas exigências do último parecer técnico existem algumas medidas a serem tomadas, como por exemplo, ajustes em alguns drenos e a cobertura final com terra”, afirmou a secretária Maria Eduarda.
Segundo ela, do ponto de vista técnico um aterro pode ser alteado, o que poderia ter ocorrido no aterro de Pinda, viabilizando assim uma vida útil maior, porém o município está cumprindo integralmente o acordo estabelecido em 2015 com a Cetesb, realizando seu encerramento junto à Cota 600.
História
O aterro do Distrito Industrial foi implantado na década de 1980. O projeto foi concebido pela Cetesb, que na ocasião incentivava os municípios a dar destinação correta de seus resíduos.
“Nessa época, a Cetesb fazia até o projeto e segundo relatos isso possibilitou a desativação do então lixão, localizado nas proximidades da ponte do Rio Paraíba (após o bairro do Aterrado), área municipal que recebia sem critérios os resíduos domésticos”, afirmou Maria Eduarda.
O projeto original do aterro na entrada da cidade contemplava uma área ainda maior, porém foi reduzido. A licença de funcionamento do mesmo foi emitida em 1988 pela Cetesb e ao longo dos últimos 34 anos serviu o município.
Sempre operado pela empresa Coletora Pioneira, o empreendimento foi fiscalizado pela Cetesb ao longo das últimas décadas. “Em 2019 houve melhorias significativas nas condições do aterro, realizou-se a construção de novas caixas de armazenamento de chorume, implantação de novos drenos de chorume e gás, acerto dos taludes, perfuração de novos poços de monitoramento, gramado das áreas já finalizadas. Conseguimos nos últimos dois anos realizar uma grande transformação, para garantir o seu correto encerramento”, completou a secretária.
Próximos passos
Embora o espaço não receba mais resíduos, a atividade no aterro sanitário não será finalizada. O local contará com acompanhamento constante durante os próximos anos com ações de monitoramento geotécnico de estabilidade e realização de serviços de manutenção necessários como por exemplo, a melhoria em algum dreno.
“O aterro continua vivo. Embaixo da terra, o material depositado continua sua decomposição, gerando chorume e gás em movimento, por isso é necessário o adequado controle e monitoramento do local. Com o tempo esses valores diminuirão conforme o fator de decomposição reduzir, mas nossa tarefa continuará por anos e incluirá o monitoramento periódico da qualidade da água do lençol freático”, afirmou Maria Eduarda.
Segundo ela, o prefeito Dr. Isael Domingues pediu a elaboração de uma proposta de ocupação do espaço que atenda os regramentos da Cetesb. “Com o monitoramento constante do espaço, vamos verificar as possibilidades de uso no local, entendendo se é interessante abrir para o público ou transformar em uma área de educação que possa receber visitas monitoradas”.
Diversas iniciativas em diferentes lugares do mundo estão sendo realizadas nesse sentido, transformando paisagens anteriormente degradadas em parques, praças ou espaços verdes.