O aprendizado e a fixação de conteúdos são tarefas intersubjetivas, particulares e individuais. O conhecimento é resultado de uma combinação de estímulos e a melhor forma de adquiri-los pode variar de uma pessoa para outra, segundo especialistas, que categorizam o aprendizado em três tipos: visual, auditivo e cinestésico.
De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (SBPP), Luciana Barros de Almeida, em entrevista à imprensa, a retenção de informações tem relação com a junção de diferentes estímulos sensoriais do ambiente externo e interno e envolve a personalidade de cada pessoa.
Indivíduos com maior facilidade em relação à memória visual, por exemplo, encontram nas imagens um elemento importante para fixação do aprendizado. Nesse sentido, fazer uso de diagrama, gráficos, fórmulas e textos facilita a retenção de informações.
Os auditivos, por sua vez, gravam melhor os conteúdos se eles estiverem em formato de áudio, desde que não haja ruídos atrapalhando ao redor, conforme Luciana. Já a pessoa com facilidade de memória cinestésica utiliza com frequência o tato para estudar e mantém o foco sempre em situações práticas. Alguns exemplos são os hábitos de se mover, tocar, montar e desmontar coisas para estimular o aprendizado.
É possível combinar estilos e focar em habilidades específicas
Conforme ressaltado pela presidente da ABPP, a maioria das pessoas consegue obter um bom rendimento a partir da combinação dos três estilos de aprendizagem. Contudo, o ideal é focar em somente um deles, para que seja possível estimular habilidades específicas.
A principal dica para descobrir qual maneira mais se encaixa no estilo de cada um é testar, treinar e praticar os três métodos, anotando os resultados. Existem testes na internet, em portais dedicados ao assunto, que ajudam o interessado a identificar qual forma combina mais com o seu perfil.
Estimular a memória exercita o cérebro
Mesmo em tempos de tecnologia e facilidade de acesso a inúmeras informações a partir de um clique, evidências científicas mostram que estimular a memória tem impactos positivos na saúde do cérebro.
O cientista americano e pesquisador da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, Eric Chudler, acredita que algumas dicas para memorização podem ajudar pessoas de todas as idades.
Para se recordar de algo importante, por exemplo, tentar enxergar o conteúdo na cabeça é um exercício de visualização eficiente. Em entrevista à imprensa, Chudler explica que o ato de visualizar cria novas conexões cerebrais entre o que o indivíduo deseja se lembrar e o que está sendo visualizado. Sendo assim, não existem apenas as conexões criadas pela leitura da palavra escrita ou falada.
A dica extra é tentar visualizar o assunto de um modo peculiar, que poderá ser associado a uma imagem incomum, o que, segundo o pesquisador, favorece a memória visual.
Música ajuda
A música também é apontada como uma ferramenta poderosa para a memorização. Isso porque algumas melodias podem ter características específicas para captar a atenção do cérebro, como as simples e as repetitivas ou aquelas com alguma palavra curiosa.
Segundo a neurocientista brasileira, Suzana Herculano-Houzel, em seu livro “Sexo, drogas, rock’n’roll e chocolate”, a musicalização é capaz de ativar diversas regiões do cérebro.
Além disso, ela esclarece que quanto mais uma música é ouvida, maior a chance de as pessoas gostarem dela, porque o cérebro começa a entender a sequência melódica e cria uma expectativa para ela. Há, assim, uma geração de sensação de prazer, uma vez que essa expectativa é atendida imediatamente pela canção.