Em 1972, Emerson Fittipaldi tornou-se o primeiro brasileiro campeão da Fórmula 1 – feito que ele ainda repetiria em 1974. O sucesso do piloto paulistano abriu as portas para dezenas de compatriotas, que decidiram se aventurar na principal modalidade de esportes a motor do mundo. Mas o pioneirismo de Fittipaldi não para por aí: ele também foi o criador da primeira e única escuderia brasileira, a histórica Copersucar. Será que os tempos de glória do Brasil na F1 irão voltar? Milhares de fãs do esporte já utilizam a kto para fazer suas previsões sobre o universo do automobilismo.
A história da Copersucar remonta a 1974, quando o projeto começou a sair do papel. Em 1975, o carro já estava pronto, e Wilson, irmão de Emerson, foi o primeiro piloto da escuderia brasileira.
No fim daquele ano, Emerson Fittipaldi e a McLaren não chegaram a um acordo para a permanência do brasileiro na equipe. Com as principais escuderias já com seus pilotos definidos, os britânicos acreditaram que Emerson cederia aos termos deles e permaneceria como piloto da McLaren.
Entretanto, não foi isso o que aconteceu. Emerson mostrou, novamente, seu espírito aventureiro e decidiu juntar-se a Wilson na Copersucar. O projeto tinha o objetivo de colocar o Brasil em evidência na F1, com uma escuderia própria, em que o carro fosse produzido no país por engenheiros e colaboradores brasileiros.
Apesar da causa nobre, Emerson Fittipaldi teve de enfrentar diversos obstáculos, inclusive a onipresente burocracia brasileira. Seus dois primeiros anos como piloto de sua própria escuderia foram muitos ruins.
A situação parecia que ia mudar em 1978, quando a Copersucar conseguiu bons resultados. Naquela temporada, Emerson terminou diversas provas nas primeiras colocações, com destaque para o GP do Brasil, em que ele ficou na segunda colocação.
No entanto, ao contrário das expectativas, o ano de 1979 foi desastroso para a escuderia brasileira. E, para piorar, a sequência de maus resultados fez com que a Copersucar parasse de patrocinar o projeto.
Dessa forma, Emerson e Wilson decidiram levar a equipe para a Inglaterra, com o nome de Fittipaldi Racing, e contratar profissionais de fora do Brasil. Além disso, um jovem Keke Rosberg, que mais tarde se tornaria campeão mundial, assumiu a vaga de segundo piloto.
Com essa nova configuração, a equipe ainda conquistou bons resultados pontuais, mas jamais conseguiu emplacar. Os irmãos Fittipaldi, por fim, decidiram encerrar o projeto em 1982. Embora a escuderia brasileira não tenha obtido o sucesso desejado, foi uma iniciativa importante de Emerson e Wilson para que o automobilismo brasileiro se desenvolvesse, criando uma cultura muito além da mera produção de pilotos.
Emerson Fittipaldi dedicou alguns de seus melhores anos ao projeto. Quando decidiu pilotar para a Copersucar ele havia, recentemente, conquistado seu bicampeonato e estava em uma das principais escuderias da F1. Mas nada disso foi capaz de frear o seu espírito desbravador – por todos os seus feitos, Emerson é, sem dúvidas, um dos grandes nomes do esporte nacional.