Após nove anos fechado para visitação, o Museu do Ipiranga da USP reabriu para o público no último dia 8 como um dos mais completos e modernos museus da América Latina.
Nos últimos três anos, o museu passou por uma reforma que angariou o maior valor já captado entre a iniciativa privada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O custo da reforma é estimado em R 235 milhões — além dos recursos incentivados, que são a maioria, há investimentos privados sem incentivo fiscal e também aportes públicos.
Reaberto, o Museu do Ipiranga tem sua área construída dobrada e área expositiva triplicada, além de acessibilidade a todos os pavimentos do edifício, e a recuperação do Jardim Francês e suas fontes. A expectativa é de que a instituição passe a receber entre 900 mil e 1 milhão de visitantes por ano.
O Museu disponibiliza o lote semanal de ingressos toda sexta-feira, a partir das 10h, mediante agendamento no site ou pela plataforma Sympla.
Até o dia 6 de novembro, os ingressos serão gratuitos. No dia seguinte, os valores serão equivalentes àqueles praticados por museus públicos, com um dia de entrada franca na semana.
O Museu do Ipiranga funciona de terça a domingo, das 11h às 17h, e no mês de setembro, seguirá em esquema de soft opening, com cerca de mil visitantes por dia. Haverá bicicletário e estacionamento para público PCD. O Jardim Francês tem entrada livre, das 11h às 20h.
“De 2013 a 2022, o Museu do Ipiranga enfrentou diversas tarefas difíceis, mas sempre com uma equipe multidisciplinar de especialistas”, conta a diretora da instituição, professora Rosaria Ono. Até 2017, foram realizadas a avaliação e prognóstico do edifício, a retirada de todo o acervo e realocação das obras em reservas técnicas, e a abertura de edital público para escolha do projeto arquitetônico.
Em seguida, foi feita a captação de recursos, e as obras foram iniciadas em outubro de 2019. “Desde então, foram menos de três anos, passando por uma pandemia, em que foram realizadas as obras de restauro, ampliação e modernização, incluindo tecnologias de ponta para combate anti-incêndio e medidas de sustentabilidade”, comenta.
A acessibilidade foi assegurada em todos os espaços, com a instalação de rampas, elevadores e plataformas elevatórias, além de piso podotátil e mapas visutáteis. O Jardim Francês e suas fontes também foram contemplados.
Juntamente às obras de restauro e ampliação, foram realizados restauros e inspeções em mais de 3 mil objetos do acervo que estarão expostos na reabertura. Dentre eles, encontram-se 122 pinturas e duas maquetes de grande porte.
Algumas obras, por suas dimensões, não saíram do prédio histórico e foram restauradas in loco — é o caso do quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, da maquete São Paulo em 1841, do holandês Henrique Bakkenist, e das estátuas de mármore e bronze.
No Novo Museu do Ipiranga, o público vai se deparar com 12 exposições — 11 de longa duração e uma mostra temporária. As de longa duração são divididas em dois eixos temáticos: “Para entender a sociedade” e “Para entender o Museu”. A exposição de curta duração, Memórias da Independência, estará aberta por quatro meses a partir de novembro.
No total, serão expostos 3.058 itens pertencentes ao acervo do Museu, 509 itens de outras coleções e 76 reproduções e fac-símiles. A maior parte dos objetos data dos séculos 19 e 20, mas há itens mais antigos, que remontam ao Brasil colonial. As mostras contemplam pinturas, esculturas, objetos, móveis, moedas, documentos textuais, fotografias, objetos em tecido e madeira que trazem discussões sobre a sociedade brasileira, desde a esfera íntima da casa até a vida social, e sobre o próprio museu, suas atribuições e funcionamento.
O novo espaço expositivo abrange todas as áreas do Edifício-Monumento, incluindo espaços antes sem acesso ao público, e outros que não existiam. Desta forma, a área de exposições triplicou, passando de 12 para 49 salas expositivas, o que significa um número recorde de acervos do Museu expostos.
O circuito conta com 70 peças multimídia, salas imersivas, espaços interativos e acessibilidade, com cerca de 390 recursos multissensoriais disponíveis para todos os públicos, como telas táteis, maquetes e réplicas ampliadas de diversos itens do acervo.
SERVIÇO
Museu do Ipiranga
Terça a domingo, das 11h às 17h.
Lote semanal de ingressos toda sexta-feira, às 10h, no site ou na plataforma Sympla.
Entrada apenas mediante agendamento prévio
Entrada gratuita até 6 de novembro, com limite de 8 ingressos por CPF
Crianças de até seis anos, acompanhadas dos pais ou responsáveis, não precisam de ingressos.
É necessária a apresentação do Certificado Nacional de Vacinação contra a Covid-19.
Rua dos Patriotas, nº 20
Grupos e escolas: Os agendamentos começam em outubro pela plataforma Sympla. Para outras informações, entre em contato pelo e-mail [email protected].
Visitas guiadas: começarão em 2023.
Como chegar:
Transporte público: De metrô, há duas estações próximas ao Museu, ambas da linha 2, verde: Alto do Ipiranga (30 minutos de caminhada) e Santos-Imigrantes (25 minutos a pé). A linha 710 da CPTM tem uma parada no Ipiranga (20 minutos de caminhada).
Principais linhas de ônibus: 4113-10 (Gentil de Moura — Pça da República), 4706-10 (Jd. Maria Estela — Metrô Vila Mariana), 478P-10 (Sacomã — Pompéia), 476G-10 (Ibirapuera — Jd.Elba), 5705-10 (Terminal Sacomã — metrô Vergueiro), 314J-10 (Pça Almeida Junior — Pq. Sta Madalena), 218 (São Bernardo do Campo — São Paulo).
Pessoas com deficiência em transporte individual: na entrada da rua Xavier de Almeida, nº 1, há vagas rotativas (zona azul) em 90°. Para quem usa bicicleta, foram instalados paraciclos na área do jardim.