Na quinta-feira (29/9), às 19h30, vai ao ar na TV Aparecida o especial “CNBB orienta por uma política de paz”.
Com a participação de especialistas e apresentação da jornalista Camila Morais, o programa é uma iniciativa da emissora católica e da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) para destacar a importância do voto consciente e da necessidade de uma política de paz no Brasil.
Com a aproximação das eleições para Executivo e Legislativo no país, agendadas para o próximo dia 2 de outubro, o programa quer orientar o cristão a escolher bem os seus candidatos, sem vínculo partidário ou ideológico, por meio de reflexões sobre a situação social do Brasil.
“Vamos abordar diversos temas relacionando Fé e Política e como o cristão leigo pode contribuir na escolha de um Brasil melhor para todos” explicou Camila Morais, que ainda cita no programa o Papa Francisco sobre o verdadeiro papel da política: “O Papa Francisco coloca na encíclica ‘Fratelli Tutti’, que a melhor política é aquela a serviço do verdadeiro bem comum e que a política é a forma mais alta da caridade”.
No programa, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB e Arcebispo de Belo Horizonte, comentou sobre a missão dos leigos nas eleições: “É tarefa cristã exercer a cidadania adequadamente buscando contribuir para edificar uma sociedade mais justa, solidária e fraterna. Essa tarefa exige o compromisso com o voto consciente”.
Três especialistas foram convidados para participar do programa: o assessor de Política Institucional da CNBB, padre Paulo Renato Campos, padre Toninho Alves, mestre em Ciências Sociais pela Universidade Gregoriana de Roma e doutor em Teologia pela PUC Rio, e Carlúcia Maria Silva, doutora em Ciências Sociais pela PUC Minas, pós-doutora em Psicologia Social pela UFMG e integrante da Comissão Nacional de Fé e Política do Conselho Nacional do Laicato do Brasil.
Na opinião do padre Paulo Renato, o termo mais próximo do que vem acontecendo no país é “uma polarização radicalizada que despreza essa lógica da ‘Fratelli Tutti’, essa lógica de que somos todos irmãos, despreza a lógica da disputa de adversários e coloca a lógica da disputa de inimigos dentro de um contexto polarizado, que termina com essas violências que nós temos assistido”.
Também no programa “CNBB orienta por uma política de paz”, padre Toninho chamou a atenção para o significado do bem comum a partir da posição da Igreja: “É um conceito, parece meio abstrato quando se fala de bem comum. Eu gosto do Papa João XXIII quando ele fala de bem comum, ele toma o conceito personalista que está na base da concepção, como sendo o conjunto de condições que favorecem o pleno desenvolvimento da pessoa”.
E por fim, Carlúcia Maria fez a relação entre a paz e a justiça a partir dos documentos conciliares e pós-conciliares como a Populorum Progressio: “Não se pode falar em paz onde impera a desigualdade, ou as desigualdades, e as injustiças que se manifestam de muitas formas. (…). É preciso que a gente pense (…) o projeto que esse candidato representa, ele está a serviço de quem ou de quê, qual é a história que ele traz”.
“CNBB orienta por uma política de paz”, quinta-feira, às 19h30