Na quarta-feira, dia 5, os integrantes do Time Brasil de Adestramento medalha de ouro nos Jogos Sul-americanos – Odesur 2022 confirmaram o favoritismo e também dominaram a disputa individual com 100% de aproveitamento no Club Hípico Paraguayo em Assunção.
Paulo Cesar dos Santos apresentando Fidel da Sasa JE foi o 3º brasileiro na Final e com um emocionante Freestyle Inter I – exercícios obrigatórios com coreografia livre e música – levantou a torcida e com a média final de 73,150% faturou o ouro. Paulo Cesar, 39, igualou o feito de seu irmão gêmeo João Paulo dos Santos, também ouro individual e por equipes na última edição do Sul-americano em 2018 na Argentina.
Paulo Cesar, a exemplo do irmão, trabalhava na lida de gado, começou no adestramento com mais de 20 anos e hoje integra a tropa de elite da modalidade montando pela Fazenda Sasa, maior criatório de lusitanos do mundo. “A gente trabalhou muito para isso. Graças a Deus, hoje eu fui glorificado com mais uma medalha de ouro e está aí o Time Brasil com mais três medalhas”, destacou Paulo Cesar, campeão brasileiro senior 2020 e vice em 2021, que agora já foca no Pan 2023.
Victor Trielli Avila, bicampeão por Sul-americano por equipes 2018/2022, montando Corsário IGS foi o terceiro brasileiro em pista e único a competir no Freestyle Big Tour, o que automaticamente rende ao conjunto 3% a mais na nota final. A dupla vinha fazenda uma bela apresentação quando a música parou devido a uma queda de energia.
“Foi uma pena, no meio do Freestyle acabar a energia e ter que recomeçar a prova da metade para frente. Fiquei com o cavalo parado por quase cinco, seis minutos. Enfim, eu estava fazendo uma linda prova e depois disso a concentração foi embora.
Mas saímos com a prata e estou muito feliz de estar aqui”, destacou Victor, 26, que ao final fechou com 71,410% de aproveitamento conquistando a prata. “Já estou focado no Pan com objetivo final de sonhar com uma vaga em Paris e vamos trabalhar todo dia para isso pois é assim a gente conquista os objetivos”, destacou o cavaleiro, único que já havia competido em um Sul-americano e que foi condecorado com a premiação de melhor cavaleiro internacional.
Já o bronze coube a Vinícius Miranda e Biso das Lezírias, 2º brasileiro em pista, fazendo uma bela apresentação no Freestyle Inter I que lhe rendeu 71,215% de aproveitamento. “Foi uma prova muito bacana, acho que consegui montar o cavalo como eu devia ter montado. A gente arriscou, nosso Freestyle tem várias coisas de grau de dificuldade alta e tudo encaixou. O Biso é um super cavalo, a equipe está de parabéns, garantimos o máximo de medalhas possível”, destacou Vinícius, 26, estreante nos Jogos.
“Estou super contente é uma sensação muito boa de dever cumprido e quero agradecer a todas as pessoas que me trouxeram até aqui. Agora a ideia é subir para o Grand Prix com foco no Pan e acho que com qualidade do Biso podemos chegar lá”, finalizou o medalhista.
Já o jovem talento Murilo Augusto Machado, 26, com Jorge VO, dupla que foi alçada à condição de titular devido a uma leva contusão da égua Florisbela VO do cavaleiro Duda Alves, também tinha motivos de sobra para comemorar. O cavaleiro fechou em 6º lugar no Freestyle Inter com 69,190% e 7º lugar na classificação geral.
“Adorei meu Freestyle hoje, gostei muito como meu cavalo estava e eu também acho que eu aprendi muito aqui. Quando você chega nesse nível, você olha para trás vê que já andou bastante, mas ainda tem muito para caminhar. Fiquei feliz, me diverti, acho que está tudo certo.
A nota foi o resultado do nosso trabalho. Agora é só aproveitar e olhar para frente”, resumiu o cavaleiro formado na Coudelaria Ilha Verde e estava contando com todo apoio do titular João Victor Oliva, melhor brasileiro do ranking mundial e que veio da Europa especialmente para acompanhar a competição.
Os quatro medalhistas montaram cavalos de lusitanos, uma vez que a Florisbela VO, oldenburger, desse vez acabou não competindo. Lideraram o Time Brasil, dono do maior número de medalhas possível na modalidade Adestramento no Odesur 2002, a chefe de equipe Pia Aragão, o técnico Norbert van Laak, ao lado do veterinário Henrique Macedo, dirigentes, além das equipes de apoio de cada atleta e familiares.
“Temos um ano pela frente até o Pan e passa rápido. Vamos trabalhar para levar o máximo de cavalos de nível Grand Prix”, comentou o treinador Norbert van Laak, referindo-se à regra que no Pan é possível competir com equipes mistas (Big e Small Tour), mas em Olimpíadas só de Grand Prix.
Barbara Laffranchi, vice-presidente da CBH e proprietária de Biso das Lezírias, também está otimista. “Acredito que podemos chegar a 10 conjuntos de nível Grand Prix no ano que vem”, ponderou Barbara, que acompanhou a competição do início ao fim.
Formaram o júri a presidente Sandra Andrea Smith, da Argentina, Claudia Moreira de Mesquita, Brasil, Sandra Hotz, EUA, Cesar Torrente, Colômbia e Marian E. Cunningham, todos juízes FEI 4*.