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Morre Polyvios Kossivas, grego que ‘salvou’ Vanderlei Cordeiro em Atenas-2004

No meio do público que assistia à maratona, o grego foi protagonista de um dos momentos mais importantes da história olímpica ao ajudar o maratonista brasileiro, agredido por um ex-padre irlandês; Vanderlei prosseguiu na prova e levou o bronze

Kossivas e Vanderlei no Prêmio Brasil Olímpico
(Divulgação COB)

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) comunicou na quarta-feira (25/1) a morte do grego Polyvios Kossivas, aos 71 anos, ocorrida na última semana, na Grécia. Kossivas foi protagonista de um dos mais importantes capítulos da história do esporte olímpico brasileiro e do atletismo. Durante a maratona nos Jogos Olímpicos Atenas, no dia 29 de agosto de 2004, anônimo na multidão que acompanhava a prova, ele viu que o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima, então líder da corrida, havia sido derrubado pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan.

Polyvios invadiu a pista, empurrou o intruso agressor e permitiu que Vanderlei continuasse na prova para terminar na terceira posição e conquistar a medalha de bronze. Semanas depois, o fundista brasileiro receberia a medalha Pierre de Coubertin, dedicada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a quem melhor representa os valores olímpicos – Vanderlei é, até hoje, o único brasileiro a ter recebido a comenda.

“Um anônimo que acabou exercendo o protagonismo na luta pelo fair-play, sem nem saber, num episódio que gerou a medalha Barão de Coubertin para o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima. O pano de fundo são os valores do esporte olímpico, um torcedor, que naquele momento agiu para fazer justiça e proteger a integridade física do atleta”, comentou o presidente do Conselho de Administração da CBAt, Wlamir Motta Campos.

Em 2004, meses depois dos Jogos Olímpicos, Polyvios Kossivas veio ao Rio a convite do COB e foi homenageado no Prêmio Brasil Olímpico. Durante a premiação, o grego subiu ao palco, reencontrou Vanderlei Cordeiro de Lima pela primeira vez desde o episódio em Atenas, e recebeu o troféu das mãos do maratonista.

Em mensagem enviada ao COB nesta semana, Smaragda Tsirka, filha de Polyvios, fez muitos elogios e relembrou a trajetória e homenageou o pai. “Ele era um homem simples, generoso, carinhoso e altruísta. Adorava minha mãe (Loulia) e eu. Ele me criou me dando tudo generosamente. Era um viciado em trabalho, incansável, sem nunca reclamar. Acordava todos os dias às 6 horas. Era respeitado por todos”, escreveu Smaragda.

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