O grupo de Jongo Mistura da Raça comanda o encontro do Museu Vivo deste domingo (12), no Museu do Folclore de São José dos Campos, como um dos representantes da cultura popular convidados para o encontro.
A participação do grupo ocorre em parceria com a Fundação Cultural Cassiano Ricardo, por meio do projeto Circulação.
Além de mestre do grupo, Laudeni de Souza, natural de Barra do Piraí (RJ), também compartilhará sua sabedoria na culinária, fazendo uma receita de paçoca. No artesanato, a maranhense Thaylla Barros mostrará ao público sua aptidão e habilidade nas artes visuais.
O Museu Vivo é uma atividade aberta ao público e ocorre na área externa do Museu do Folclore, das 14h às 17h.
Núcleo familiar
O grupo Mistura da Raça é formado por um núcleo familiar e sua principal missão, segundo seus integrantes, é manter vivo o Jongo, uma manifestação popular afro-brasileira. Sua identidade está marcada pelos cantos, danças, toques de tambor e saberes orais que transmitem sua herança ancestral.
Laudení de Souza conta que desde criança já acompanhava seu pai, mestre Dorvalino, em Barra do Piraí (RJ), nas rodas de Jongo. Atualmente, o grupo conta com sua mãe, sua esposa e a nova geração de jongueiros, os filhos que acompanham as atividades do grupo desde o nascimento.
O Mistura da Raça também atua na afirmação e valorização da identidade negra e no despertar da igualdade racial. Anualmente, realiza uma série de eventos como rodas, formações, festas e viagens; atuando em espaços culturais e educacionais, instituições públicas e privadas, praças e parques, dialogando com os mais diversos públicos.
Paçoca
A família de Laudení se reúne até hoje para fazer paçoca no pilão, principalmente durante a Quaresma e particularmente na Semana Santa. “Fazer paçoca em família já se tornou uma tradição, pois todos ajudam e também aprendem, para passar às futuras gerações”, enfatiza Laudeni.
Artes Visuais
Thaylla Barros, 28 anos, nasceu em Montes Altos, no Maranhão, e quando tinha 4 anos veio para São José dos Campos com a mãe e duas irmãs mais velhas, indo morar no bairro Campos de São José.
Ela lembra que a sua relação com o desenho e as artes visuais começou cedo. “Na escola eu sempre fiquei com a parte artística das atividades, produzindo as capas dos trabalhos e os cartazes.
Thaylla diz que só se reconheceu como artista em 2016, quando morou numa casa coletiva no centro de São José dos Campos, onde moravam 6 pessoas. “A casa tinha como proposta ser uma residência artística, produzindo alguns eventos e espaço criativo”, explica.
Programa e gestão
Além de valorizar saberes e fazeres de detentores da cultura popular, as edições do Museu Vivo deste mês tem como foco duas datas importantes: o Dia Internacional das Mulheres (8) e o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé (21), instituído por lei federal em janeiro deste ano.
O Museu do Folclore é uma unidade da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, que funciona no Parque da Cidade desde 1997. Sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos.
Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)
(12) 3924-7318 ou (12) 3924-7354
www.museudofolclore.org