A responsabilidade de engenheiros agrônomos e florestais sobre o controle de pragas e doenças que afetam vegetais foi reforçada na abertura do curso de habilitação de responsáveis técnicos para emissão do certificado que permite o trânsito de vegetais, parte de vegetais ou produtos de origem vegetal.
A partir do conhecimento adquirido, esses profissionais podem autorizar ou não que uma carga vegetal colhida em uma propriedade no interior de São Paulo, por exemplo, possa ser transportada para Minas Gerais ou Paraná.
O curso de habilitação é oferecido pela Coordenadoria de Defesa Sanitária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do Estado, mas precisa ser homologado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
A auditora fiscal federal agropecuária Rita Lourenço, do Mapa, fez a palestra de abertura aos alunos na manhã desta segunda (20), em Campinas.
O curso segue até dia 24, quando haverá uma aula sobre a sigatoka negra, doença que afeta bananeiras. O palestrante será Wilson da Silva Moraes, agrônomo da Superintendência de Agricultura e Pecuária no Estado de São Paulo (SFA-SP).
Rita falou sobre normas internacionais e certificação, abordando os acordos e convenções que o Brasil segue. “Por que tem que regulamentar? O que está em jogo?”, desafiou. O Brasil é grande exportador de produtos agrícolas e a sanidade vegetal é peça-chave para garantir a segurança para a população que consome os produtos.
Cristina Abi Rached Iost, da CDA, falou das normas sobre certificação fitossanitária de origem (CFO) e de origem consolidada (CFOC), quando o documento é emitido a partir de uma unidade centralizadora ou processadora de produtos vegetais. Dessa unidade partem cargas para outros Estados ou mesmo para pontos de saída para o mercado internacional. A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) é um exemplo de origem consolidada, que exige o CFOC.
O chefe da Divisão de Defesa Agropecuária de São Paulo (DDA-SP), Danilo Kamimura, disse aos responsáveis técnicos que o processo de controle da sanidade vegetal não tem como finalidade aplicar multas ou penalizar produtores, mas criar uma consciência coletiva sobre a importância de uma produção agrícola responsável. Segundo ele, o certificado tem a finalidade de atestar que o portador não está carregando junto com o vegetal alguma praga ou doença controlada.
O responsável técnico Luiz Massaharu Fukugauti Júnior, de Aguaí (SP), disse que o curso estava bastante interessante porque houve mudanças nas regras. “Sempre é bom aprender e fazer o certo, para poder organizar melhor as coisas que a gente vem fazendo”, afirmou.
Carlos Eduardo Bardin, de Paulínia, é responsável técnico e acompanha propriedades de citros em vários pontos do Estado desde 2003. “As legislações vão mudando e é bom a gente fazer essa reciclagem para ficar atualizado”, falou.