Dia da Vitória: Há 78 anos celebrava-se o fim da II Guerra Mundial

A rendição incondicional das forças do Eixo aos Aliados, em 8 de maio de 1945, levou ao término oficial do conflito na Europa.

Monumento em homenaem à FEB no Batalhão Borba Gato em Pindamonhangaba. (Foto: Allan Modesto/PortalR3)

Há 78 anos, celebrava-se o fim daquele que, por seus efeitos; pelas perdas humanas; pela abrangência geográfica; e pelo emprego de tecnologias inovadoras de combate, seria considerado o maior conflito militar da humanidade.

A Segunda Guerra Mundial, deflagrada em 1939, estendeu-se por seis anos. Avalia- se que o número de mortos supere 70 milhões de pessoas. Além dessa inestimável consequência, o conflito ocasionou a ruína de várias cidades e a desolação de nações.

A rendição incondicional das forças do Eixo aos Aliados, em 8 de maio de 1945, levou ao término oficial do conflito na Europa. Anualmente, nações comemoram essa data como o “Dia da Vitória”, marco representativo do esforço político e militar que pôs fim aos combates no continente europeu, e como memória ao sacrifício de soldados e civis pela paz e pela democracia.

À espera de uma solução diplomática, o Brasil mantinha-se neutro ao início do conflito. Porém, desafiado pelo afundamento de navios mercantes brasileiros por submarinos nazifascistas, a reação do Estado não poderia ser diferente: a declaração de guerra ao Eixo e a formação de uma força militar expedicionária.

A Marinha do Brasil teve atuação proficiente em toda a extensão do litoral do País. Participou em ações que garantiram a segurança da navegação ao tráfego marítimo de interesse; realizou escolta dos 575 comboios que foram parte do esforço logístico do Brasil na guerra; além de ter marcado a sua presença nas ações da “Batalha do Atlântico”.

O Exército Brasileiro esteve à frente da gloriosa Força Expedicionária Brasileira (FEB), representada por um ícone em que uma cobra fumava, símbolo de tarefa considerada impossível. A FEB foi integrada por 25.000 combatentes que escreveram uma história de heroísmo com triunfos e vitórias como as de Massarosa, Camaiore, Monte Prano, Monte Castello, Montese, Castelnuovo, Collecchio e Fornovo Di Taro. A ação militar levou à rendição da 148ª Divisão de Infantaria alemã, com elementos da Divisão Bersaglieri italiana e remanescentes da 90ª Divisão Panzergrenadier.

A Força Aérea Brasileira, a seu turno, além de conduzir patrulhamento aéreo em território nacional e respectivas águas jurisdicionais, cumpriu missões nos céus europeus com o seu destacado efetivo de pilotos do “Senta a Púa”, marcando, indelevelmente, a astúcia, o destemor e a habilidade desses valorosos militares alados.

Naquele longínquo tempo, lutando distante de sua pátria, os marinheiros, soldados e aviadores brasileiros enfrentaram as agruras dos combates; os rigores do clima intenso; e a perícia de um inimigo audaz e experiente. Mostraram-se verdadeiros herdeiros dos valores e das tradições de Tamandaré, de Caxias e de Eduardo Gomes. Esse último, já brigadeiro, participou da construção de bases aéreas que tiveram emprego estratégico aos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.

𝑝𝘶𝑏𝘭𝑖𝘤𝑖𝘥𝑎𝘥𝑒

O conflito trouxe custo inestimável ao Brasil. Entre as danosas consequências, tivemos 34 navios mercantes e de guerra afundados, que levaram a mais de 1.450 marinheiros mortos em operações no mar; a aviação registrou 22 aviões abatidos em combate; e cerca de 500 brasileiros perderam a vida durante as ações militares.

Hoje, no Cemitério Militar de Pistoia, na Itália, e no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro, repousam os restos mortais de valorosos combatentes brasileiros. A coragem e o extremo sacrifício desses heróis jamais serão esquecidos.

Aqueles que regressaram aos seus queridos familiares puderam revelar seus feitos de bravura. Após 78 anos, muitos já partiram deste mundo, legando-nos exemplos de patriotismo e de coragem. Hoje, aos que ainda compartilham conosco de suas histórias, dirigimos o mais profundo sentimento de respeito e preito de gratidão.

Após o conflito, no curso de sua evolução natural, as Forças Armadas estão modernizadas, aperfeiçoaram suas doutrinas e mantêm vivas as tradições e glórias conquistadas a preço de suor e de sangue. Inspirados pelos feitos das gerações predecessoras, Marinha, Exército e Força Aérea empenham-se em variadas tarefas no Brasil e no exterior.

A paz e a integração harmoniosa com outros atores globais fazem do Brasil uma nação respeitada e reconhecida internacionalmente. A ajuda humanitária e as missões em benefício da integração, do desenvolvimento tecnológico e da infraestrutura nacional mantêm os militares fraternalmente ligados à população, que os respeita e admira.

No mar, em terra ou no ar, as Forças Armadas dedicam-se incondicionalmente ao cumprimento de suas missões, enfrentando os desafios da atualidade, sempre motivadas pelas glórias de milhares de brasileiros que um dia cruzaram o Atlântico para escrever uma história de honra e de orgulho.

O povo brasileiro dedica o dia de hoje à memória e aos feitos heroicos dos que lutaram e venceram, em 8 de maio de 1945, sobre os que defendiam ideais de totalitarismo e tirania. A democracia venceu.

Brasília-DF, 8 de maio de 2023

José Mucio Monteiro
Ministro de Estado da Defesa

Botão Voltar ao topo