O Parque Estadual Marinho Laje de Santos, na Baixada Santista, voltou a receber a visita de uma raia-jamanta após quatro anos da última aparição no local. Com cerca de cinco metros de envergadura, a fêmea da espécie ameaçada de extinção foi avistada pelo biólogo e instrutor de mergulho Léo Francini, que trabalha como monitor ambiental no parque.
O animal apareceu durante um passeio de mergulhadores no dia 1º de maio. O encontro foi registrado em fotos e vídeo. “Apesar de ser biólogo e ter mergulhado com raias-jamanta, toda vez que encontro um animal desse porte a emoção é muito grande. Foi inesperado”, conta o biólogo. “Fazia um tempo que eu não via. Passou por cima da gente, ficou por alguns segundos, e foi embora”.
O Parque Estadual Marinho da Laje de Santos é reconhecido internacionalmente como o melhor ponto de estudo e observação da espécie em todo o Atlântico Sul. Francini atua no projeto Mantas do Brasil, de conservação e estudos sobre a espécie, e confirma que o parque na Baixada não tinha registros da presença de raias-jamanta desde 2019.
Apesar do grande porte, a raia-jamanta não é agressiva e não possui ferrão. Fundado há dez anos, o projeto Mantas do Brasil tem como objetivo conhecer e preservar as raias-jamanta, por meio de ações de pesquisa e educação ambiental. Maior arraia do mundo, a espécie pode atingir até oito metros de comprimento e pesar duas toneladas.
A temporada de observação das raias gigantes no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos é sempre com a chegada do Inverno. “São animais acostumados a grandes profundidades, mas que sobem para a superfície para se alimentar de plânctons. E é nesse momento que é possível observá-los”, completa.
Único parque estadual marinho, o Laje de Santos foi criado em 1993 é um dos principais pontos de mergulho e fotografia submarina do país. Com 5 mil hectares de área preservada, o local visa a proteção integral de ecossistemas marinhos e também abriga uma grande quantidade de aves marinhas, além de fazer parte de rotas migratórias de baleias e tartarugas marinhas.