Soltura de balão agrava risco de incêndios florestais durante período de seca

Segundo levantamento do CGE, cinco casos foram registrados no estado de São Paulo somente no último fim de semana

Tempo seco aumenta a possibilidade de destruição de áreas florestais. (Foto: GESP)

A Defesa Civil do Estado, por meio do CGE, (Centro de Gerenciamento de Emergências), alerta para os riscos de incêndios florestais que são ocasionados devido a soltura de balões, principalmente neste período do ano, quando a umidade relativa do ar está baixa, tempo mais seco, e com isso agrava a propagação de incêndios. “Em condições climáticas desfavoráveis, as chamas dos balões podem se espalhar rapidamente, ganhando força e intensidade. Isso torna o controle do fogo mais difícil e aumenta a possibilidade de destruição de vastas áreas de florestas”, explicou o Diretor Estadual de Proteção e Defesa Civil, Tenente Coronel PM Araújo Monteiro.

Outra preocupação é com relação as áreas habitadas, de edificações e aeroportos. No último dia 21, cinco ocorrências foram registradas no estado, sendo duas com atuação direta das Defesas Civis Municipais, além da mobilização do Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental e Guarda Municipal.

Três balões sobrevoaram o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas-SP, e um deles caiu dentro do terminal. A equipe da concessionária que administra o terminal apagou o incêndio causado pelo objeto, próximo à pista de pousos e decolagens.

A Defesa Civil de Santa Branca-SP registrou a queda de dois balões na cidade. Não houve vítimas. De acordo com o órgão municipal, um dos balões caiu em uma área de plantação de eucaliptos. Houve incêndio, mas o fogo foi controlado rapidamente. O segundo balão caiu em uma região de gramado, do bairro Jardim Selma, e não houve registro de chamas.

Na capital, um grande balão caiu sobre a fiação na Avenida Francisco Morato. A avenida é uma via muito movimentada na região. O local onde o balão caiu fica muito próximo de uma subestação de energia da ENEL, um hospital e um posto de gasolina. Não houve vítimas e ocorrências de chamas.

Em Salto do Pirapora, um balão de 24 metros caiu em uma área de plantação de eucaliptos. O material foi recolhido pela Guarda Civil Municipal, que impediu que o fogo atingisse a vegetação do local.

Já em São Bernardo do Campo, um balão caiu próximo à represa Billings, contudo, uma equipe da Polícia Ambiental, durante patrulhamento náutico, interceptou a queda do objeto impedindo danos maiores. Um acampamento clandestino foi localizado e destruído. Não houve registro de vítimas.

A legislação brasileira proíbe a fabricação, venda, transporte e a soltura de balões. A pena para esse crime é de detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente, conforme a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98). No ano passado, segundo dados divulgados pela Polícia Ambiental, foram apreendidos 129 balões e 257 pessoas foram autuadas.

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De acordo com a meteorologista do CGE, Jéssica Cristina da Silva, a baixa umidade relativa do ar se estende até sexta-feira (24), o que exige atenção redobrada. “A umidade relativa do ar entra em declínio, podendo atingir níveis críticos, abaixo dos 30%, prejudicando a qualidade do ar. Por isso é importante que durante esse período todos se hidratem, bebam bastante água e se protejam do sol. Evitem exercícios físicos ao ar livre nos horários mais quentes do dia e usem soro nos olhos e nariz. Não descarte bitucas e brasas onde há vegetação, não coloque fogo em terrenos e não soltem balões, pois além de causar incêndios de grande proporção é crime ambiental”.

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