Mutirões recolhem lixo de ruas e praias em Dia Mundial da Limpeza

No Brasil, 500 mil voluntários devem participar de mais de 2 mil ações

No Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias – CleanUp Day, voluntários recolhem lixo na praia de Copacabana, na zona sul da capital fluminense. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Voluntários em diversos municípios brasileiros fazem neste sábado (16) mutirões para retirar lixo das ruas e outros espaços públicos, como as praias. A mobilização marca o Dia Mundial da Limpeza, criado em 2018, que ocorre em 197 países e territórios do mundo.

No Brasil, é esperada a participação de 500 mil voluntários em mais de 2 mil ações, que devem ocorrer em 1.200 municípios, ao longo deste sábado e do mês de setembro. “Essa é a sexta edição do evento, que sempre acontece no terceiro sábado do mês de setembro”, explica Edilainne Muniz Pereira, da organização não governamental Limpa Brasil, que coordena as ações no país.

Segundo ela, a ideia é conscientizar a população da importância não só de limpar as ruas, mas principalmente de deixar de sujá-las. “O lixo traz um impacto muito negativo, quando descartado de forma inadequada. A consequência disso é a poluição dos nossos córregos, rios e oceanos, por exemplo, além da questão de proliferação de doenças e das enchentes”, afirma.

Edilainne destaca que quando as pessoas são levadas às ruas para recolher o lixo, elas passam a conhecer melhor a dimensão do problema do descarte inadequado de resíduos. “Elas podem ter uma mudança de comportamento e tomar uma decisão de repensar os modelos de descarte e de consumo. E também podem começar a se enquadrar em outras pautas da sustentabilidade e conservação do planeta”.

Uma das ações realizadas no Rio de Janeiro na manhã deste sábado, por exemplo, foi a limpeza da praia de Jacuecanga, em Angra dos Reis, no litoral sul do estado, sob a coordenação do projeto do Mangue ao Mar. Além de catar o lixo, os voluntários ajudam a catalogar os resíduos para conhecer os tipos que são jogados ou levados pela maré até o local.

As informações serão encaminhadas ao Poder Público para que sejam tomadas providências a fim de minimizar o problema. “Devemos tratar os oceanos como se a nossa vida dependesse deles, porque é isso que acontece. O desperdício é um sintoma, um resultado cruel do nosso estilo de vida. Mais do que uma faxina, o Dia Mundial da Limpeza é uma chance de impulsionar a cooperação entre voluntários, Poder Público e sociedade em direção a soluções”, afirma a oceanógrafa Andie Maral, uma das coordenadoras da ação em Angra.

Também houve ações em praias da zona sul da capital fluminense, como a Praia do Flamengo, onde a Rede de Conservação Águas da Guanabara (Redagua) reuniu voluntários, como a economista Bianca Bezerra, para recolher lixo da área.

“A gente tem que fazer a nossa parte para preservar a natureza, o ecossistema, porque quem está acostumado a frequentar praia, vê a quantidade de sujeira que a gente encontra. Dá uma tristeza”, disse a voluntária.

O World Clean Up Day, como é oficialmente conhecida a data, nasceu de uma mobilização na Estônia em 2008, quando 50 mil pessoas percorreram o país para retirar 10 mil toneladas de lixo em apenas cinco horas.

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