Com o tema “Memórias e Democracia: Pessoas LGBT+, Indígenas e Quilombolas”, a 17ª Primavera dos Museus, que acontece no Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina, dá continuidade à sua programação repleta de rodas de conversas e exposições.
Nessa quarta-feira (20), às 19h, a reflexão se dará a partir da roda de conversa “Democracia e Direito à Memória: a necessidade de histórias plurais de gênero”, que terá Suzana L. Salgado Ribeiro – historiadora, mestre e doutora em História Social (USP) e pós doutoranda (PUC-SP), e Pedro Brígido – coordenador jurídico da associação Transbordamos (instituição voltada as pessoas Trans), presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Pinda e mestrando em Desenvolvimento Humano (UNITAU), como convidados e responsáveis pelas reflexões da noite.
“O Direito à Memória enquanto exercício da própria garantia do Estado Democrático de Direitos é para muitos grupos vulnerabilizados um instrumento de (R)Existência, em especial, as pluralidades de Gênero”, como destaca o convidado Pedro Brígido.
Na quinta-feira (21) às 19h, a roda de conversa terá como título: “RESISTÊNCIA E RESILIÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA QUILOMBOLA: Um panorama da história quilombola do Brasil e a preservação de sua memória”. O bate-papo e reflexões serão norteados pelos convidados membros da Comissão da Memória, Verdade e Justiça da Escravidão de Pindamonhangaba: Ailton R. Nascimento, Tatiane M. Figueiredo, Maria Eugenia Bello, Fernando Oliveira, Kamila Gorito e Thales V. Gayean.
Para o coordenador e pesquisador Ailton R. Nascimento, “a 17ª Primavera dos Museus assume um papel crucial ao colocar em destaque o tema das memórias e democracia, com foco nas vozes LGBT+, indígenas e quilombolas. Essa iniciativa não apenas preserva a rica diversidade cultural, mas também promove a inclusão e o respeito por histórias muitas vezes marginalizadas.
Ao fomentar diálogos como este, estamos contribuindo para a construção de um país mais justo, igualitário e verdadeiramente democrático”.
Primavera dos Museus é uma ação realizada pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) que pretende a discussão de uma temática em todos museus e instituições culturais do Brasil.
Nesse sentido, nesta 17ª Primavera dos Museus convoca todas as instituições culturais a contribuírem na tarefa árdua, mas recompensadora, de tomar parte na construção de um país mais justo e igualitário; de um país cuja população sempre buscou resistir com criatividade, resiliência e astúcia aos violentos processos de exclusão, pacificação e aviltamento.
”O direito à memória é um conceito que está ligado de forma profunda à democracia. Isso pois, não se pode lembrar ou narrar certos passados sem que se tenha liberdade para preservar e valorizar histórias e identidades e construir e manter nossa sociedade.
Contudo, para que represente toda a sociedade, essas memórias devem ser plurais, complexas, e as questões de gênero precisam sem encaradas, para que possamos realmente falar em democracia, em participação de todos e garantir o direito à memória de grupos, hoje, subalternizados”, reflete a doutora em história, Suzana L. Salgado Ribeiro.
Além das rodas de conversas, o museu segue com 04 exposições temporárias, duas exclusivamente montadas para 17ª Primavera dos Museus: “MANTIQUEIRA EM CENA”, aquarelas que retratam o percurso da Serra da Mantiqueira e “A CIDADE COMO IDENTIDADE” que reflete sobre consciência ambiental e patrimônio que tem como orientador artístico e montador da exposição Josué Amadeu.
A programação completa no Instagram @museudepinda. As rodas de conversa acontecem sempre as 19h, o museu fica aberto para visitações de terça a domingo das 9h às 17h.