SP lança ciclo inédito para ampliar participação da comunidade na segurança pública

Objetivo é fortalecer os Consegs e promover a integração da sociedade com as polícias

Objetivo é fortalecer os Consegs e promover a integração da sociedade com as polícias. (Foto: GESP)

Marise Lusvarghe ocupou o cargo de presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Guapiaçu, no Noroeste paulista, por dez anos. Ao longo desse tempo, a demanda da população do município de 26 mil habitantes era o reforço no policiamento comunitário. A falta de contingente era uma barreira.

Por meio do Conseg, Marise levou o pedido até o conhecimento do Executivo municipal. Graças a um convênio com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), foi possível instalar na cidade a Atividade Delegada, que permite aos policiais militares desempenharem suas funções nos dias de folga, reforçando a segurança. “O Conseg foi fundamental nessa interlocução entre os moradores e a comunidade. Esse era um pedido que as autoridades precisavam discutir”, afirmou Marise.

Ciente da importância dessa integração, nesta segunda-feira (25), a SSP lançou o ciclo Estadual da Integração Comunitária dos Consegs. O evento foi sediado em São José do Rio Preto e contou com a participação dos presidentes de 64 conselhos comunitários da região Noroeste do Estado.

“A gente entende que vai fomentar mais a participação da sociedade na segurança pública. Quanto mais a comunidade se envolver no planejamento da segurança, mais qualidade e serviços prestados e mais informações a gente tem para fazer um planejamento técnico e eficaz”, afirmou o capitão Jonas Barreto, adjunto policial militar da Coordenadoria Estadual dos Consegs.

Além de reconhecer o esforço da comunidade, o novo ciclo promove a valorização dos voluntários que atuam nos Consegs. Os integrantes de todo o Estado serão capacitados através de intercâmbios e palestras com o objetivo de fortalecer as ações desenvolvidas pelos conselhos em cada região.

“A integração das instituições que cuidam da segurança com a comunidade é necessária para vencermos o sentimento de insegurança, discutindo e promovendo as políticas de segurança pública”, destacou o coronel Fábio Rogério Candido, do Comando de Policiamento do Interior (CPI-5).

Vizinhança Solidária
O programa integra a comunidade em um grupo e, por meio de um tutor, as informações são levadas ao conhecimento da Polícia Militar.

Exemplos de sucesso do programa Vizinhança Solidária na região não faltam. Já são 148 grupos promovendo essa interlocução no Noroeste paulista.

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Em São José do Rio Preto, o programa foi expandido e, hoje, conta com a Vizinhança Solidária Escolar, que apoia o policiamento no planejamento de ações estratégicas preventivas no entorno das escolas da região.

Além disso, os municípios contam com a Vigilância Solidária Rural. Essa iniciativa foi criada para auxiliar os moradores da zona rural. “Nós conseguimos integrar as pessoas da área rural em um grupo e essas informações têm propiciado um policiamento mais assertivo para a população”, destacou o coronel Candido.

Em Cardoso, município que fica a 550 quilômetros da capital paulista, a Polícia Militar conseguiu evitar um roubo a uma propriedade rural por meio do programa. Um vizinho viu uma movimentação atípica no local e informou, por meio do grupo de troca de mensagens, sobre a presença de suspeitos. Os PMs foram até o local e fizeram a prisão de todos os indivíduos.

Esse programa é um dos objetivos de Fabiano Pinto, presidente do Conseg de Álvares Florence, município da área rural de 4 mil habitantes. “Os furtos de gado e equipamentos dão uma dor de cabeça para os proprietários da região. Por isso, vamos implementar esse programa como forma de ficarmos mais vigilantes e auxiliar a Polícia Militar”, explicou Pinto.

Ele participou do ciclo Estadual da Integração Comunitária dos Consegs. A ação de valorização dos membros dos conselhos contou com a participação de quase 600 pessoas.

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, participou do evento e lembrou que o apoio da população é fundamental para continuar combatendo o crime organizado. “Essas iniciativas teriam valor zero se não tivessem o apoio da população por meio dessa integração. Juntos temos o mesmo objetivo que é o de proteger a sociedade e combater o crime”, explicou Derrite.

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