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Taça Brasil Master termina com muitas lições de vida

Competição realizada no sábado e domingo em Bragança Paulista mostrou a importância do esporte como transformação de vidas, com os exemplos de Ana Luíza dos Anjos Garcez, a Animal, Pedro Roque de Della Vecchia e Luís Aristeu de Almeida

(Foto: Divulgação/CBAt)

Ana Luíza dos Anjos Garcez, a Animal, como é conhecida, terminou a sua primeira participação na Taça Brasil Master Loterias Caixa de Atletismo, no domingo (12), com três medalhas de ouro na categoria 60+ (21:51:73 nos 5.000 m, 48:41:82 nos 10.000 m e 9:41:77 nos 2.000 m com obstáculos), no Centro Nacional Loterias Caixa de Desenvolvimento do Atletismo, em Bragança Paulista (SP).

Ex-moradora de rua e dependente química, Animal disputou o seu primeiro Master e comemorou os resultados e a convivência com os colegas do atletismo.

“Gostei muito dos meus resultados e estou pronta para a São Silvestre”, disse a corredora, que recentemente deixou os alojamentos do Conjunto Desportivo do Ibirapuera e passou a morar no Complexo Baby Barione, na Água Branca, também em São Paulo.

“Fui obrigada a sair do Ibirapuera por decisão da administração. Mas estou gostando muito de minha ‘nova casa’. É bem legal”, comentou.

Ela mudou de vida depois que conheceu o atletismo aos 40 anos, num grande exemplo de que o esporte realmente transforma vidas.

Animal, conhecida por suas roupas coloridas e grandes óculos sem lentes, é uma das mais vitoriosas corredoras da categoria master.

Em sua grande coleção, ela tem medalhas do Brasil, de outros países da América do Sul, Europa, Ásia, África e dos Estados Unidos, além de troféus.

A próxima medalha deverá ser conquistada na Corrida Internacional de São Silvestre, no dia 31 de dezembro, em São Paulo, em que pretende correr fantasiada de Tina Turner.

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Pedro Roque Della Vecchia é outro exemplo de superação na Taça Brasil. Em 2015, ele passou por um transplante renal, depois de 7 anos seguidos de hemodiálise.

Fez a cirurgia pelo SUS no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ficou vários meses internado e deixou claro, em sua recuperação, que gostaria de voltar a correr o mais rapidamente possível.

“Foi uma alegria quando fui liberado para treinar. O esporte faz parte da minha vida”, disse Pedro Roque, de 77 anos, que mora em Tatuí e representou em Bragança Paulista a Associação de Atletismo Pista e Campo, de Sorocaba, também no interior de São Paulo.

Na categoria 77+, ele ficou em segundo lugar nos 5.000 m (42:53.08), em segundo também no arremesso do peso (5,50 m) e em terceiro no lançamento do disco (12,95 m).

Mais do que atleta, Pedro é um ativista, membro da Liga de Atleta Transplantados, que tem sede em Curitiba (PR). “Desde que voltei da cirurgia comecei a divulgar a necessidade da doação de órgãos”, comentou o atleta, que subiu aos pódios com um cartaz nas mãos, com os dizeres “Doe Órgãos e Salve Vidas”.

Já Luís Aristeu de Almeida, de Bauru (SP), competiu no decatlo por anos. “A bebida e outras dificuldades”, como afirma, o levaram a internações e a recaídas.

“Há dois anos, eu voltei para o master, o meu amigo Osiel, o índio, me chamou para a Taça Brasil. E tem o Cabo Alcides (pai do treinador Neto Gonçalves, do ABDA, de Bauru) que nunca desistiu de mim. O atletismo me deixou vivo”, disse Luís, que também já recebeu ajuda da equipe carioca Muvucada da Vovó.

Luís (CF2V), de 46 anos, competiu na categoria 45+ nos 400 m com barreiras e ficou com a medalha de prata (1.17.23). O ouro foi ganho por Cleberson Yamada (Instituto Sangue Bom), treinador e comentarista de atletismo (1.07.17).

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