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Militar brasileira em Missão de Paz no Sudão do Sul concorre a prêmio das Nações Unidas

É a primeira vez que uma militar do Exército Brasileiro concorre ao prêmio nessa categoria, um reconhecimento da dedicação e do esforço de soldados em missões de paz pelo mundo, sob a égide da ONU

Tenente-Coronel Renata de Castro Monteiro com mulheres da região. Netto(Foto: Divulgação/EB)

A Tenente-Coronel Renata de Castro Monteiro Netto, desdobrada em missão de paz no Sudão do Sul, foi indicada ao prêmio de Defensora Militar da Igualdade de Gênero das Nações Unidas 2023 (United Nations Military Gender Advocate of the Year Award). É a primeira vez que uma militar do Exército Brasileiro concorre ao prêmio nessa categoria, um reconhecimento da dedicação e do esforço de soldados em missões de paz pelo mundo, sob a égide da ONU.

A brasileira iniciou a atuação na Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS) em fevereiro de 2023, como observadora militar. Sua função é observar, monitorar e reportar qualquer tipo de violação dos direitos humanos testemunhadas durante patrulhas aéreas, ribeirinhas e motorizadas, em áreas de conflito previamente estipuladas pela ONU. Ela desempenha sua função desarmada, liderando patrulhas usando o capacete azul, símbolo da presença da Organização em áreas de cessar-fogo.

“Sinto-me muito orgulhosa em representar os 14 mil militares presentes na UNMISS, que se dedicam todos os dias em prol da manutenção da paz. Por outro lado, sinto uma responsabilidade imensa. De um lado da farda, represento a ONU, uma instituição respeitada internacionalmente. Do outro lado, carrego a bandeira do meu país e a enorme tradição de sucesso em missões de paz. No peito, carrego o nome da minha família, minha fortaleza e minha motivação diária. Por fim, represento todas as mulheres militares com quem tenho a gratidão de conviver”, destacou a militar.

Inicialmente, a tenente-coronel foi desdobrada em Malakal, cidade ao norte do Sudão do Sul, próxima à fronteira com o Sudão, país do qual se separou há 14 anos. Nessa Foi nessa região que a oficial desempenhou o importante papel que a impulsionou à indicação ao prêmio. Durante uma onda de violência e instabilidade no Campo de Proteção de Civis em 2023, ela se destacou na participação da evacuação e resgate de 70 crianças e 30 mulheres vulneráveis, garantindo que direitos humanos não fossem violados na área de conflito. A militar coordenou a negociação e o estabelecimento de uma área segura realocar a população civil atingida.

A brasileira com crianças locais. (Foto: Divulgação/EB)

Depois de seis meses em campo, a Tenente-Coronel Renata Monteiro foi realocada em Juba, capital do país. Atualmente, ela desempenha suas funções no Centro de Operações do Quartel-General da UNMISS, como oficial de ligação entre a Forças Armadas do Sudão do Sul e a liderança a Operação. Seu escritório é responsável pela coordenação de todos os movimentos de tropas, patrulhas, comitivas, delegações, bem como a gestão de armamento, munições e operações de evacuação aeromédica.

Como muitos militares do Exército Brasileiro, a Tenente-Coronel Renata Monteiro tem atuação destacada em missões internacionais, graças a sua operacionalidade, profissionalismo, dedicação e camaradagem. “Durante o período de treinamento para a missão, em todos os cursos e manuais diziam que os observadores militares são os olhos e os ouvidos da ONU no terreno, mas eu também procurei levar para as pessoas a mão amiga e solidária, lema do nosso Exército, e característica do povo brasileiro”.

A militar ingressou no Exército em 1996, como dentista do Serviço de Saúde do Exército Brasileiro. Ao longo de sua carreira, desempenhou inúmeras funções. Foi chefe da Divisão de Odontologia do Hospital Militar de Brasília e oficial de Estado-Maior da 16ª Brigada de Infantaria de Selva. Em 2019, integrou a Missão de Ajuda Humanitária Internacional, USNS Comfort, o maior navio-hospital do mundo, no qual pôde prestar assistência odontológica e ajuda humanitária a milhares de pessoas na América do Sul e no Caribe.

É a primeira vez que uma militar do Exército Brasileiro concorre ao prêmio nessa categoria, um reconhecimento da dedicação e do esforço de soldados em missões de paz pelo mundo, sob a égide da ONU. (Foto: Divulgação/EB)

O prêmio
O prêmio de Defensora Militar da Igualdade de Gênero da ONU foi criado em 2016 e já contou com duas brasileiras vencedoras, nas edições de 2018 e 2019, ambas militares da Marinha do Brasil.

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A indicação é feita pelo Representante Especial do Secretário-Geral da ONU e pelo Comandante da Força Militar. Concorrem todos os militares que tenham se destacado no ano de 2023, com atuações voltadas para a equidade e paridade de gênero.

Cada missão de paz escolhe o seu representante militar. Uma comissão avalia a biografia e o histórico de ações realizadas para a decisão final. O resultado deve ser divulgado no fim do mês de maio, em Nova Iorque, na sede das Nações Unidas, durante as comemorações do Dia do Peeacekeeper (Soldado da Paz), em 29 de maio.

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