Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), localizada em São Paulo, realizou no dia 8 de março o Fórum “Mulheres, Ciência e Tecnologia”. Presidido pelo Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria, o encontro teve como propósito debater sobre pesquisas, produção científica e a refletir a participação das mulheres no campo das ciências e carreiras acadêmicas.
Na abertura, uma das mais renomadas pesquisadoras do mar no Brasil, Dra. Eliane Gonzalez, falou da sua carreira e proferiu palavras motivacionais. Em seguida, foi exibido um vídeo com depoimentos de servidoras militares e civis, destacando a participação de algumas das mulheres que contribuem diariamente para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação na Marinha do Brasil.
O Fórum contou com a participação da Diretora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Dra. Isolda Costa; da Professora da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Departamento de Engenharia Nuclear e coordenadora da Pós-graduação do Programa de Engenharia Nuclear do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE/UFRJ), Dra. Inayá Lima; da Diretora do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPQM), Capitão de Mar e Guerra (EN) Carla de Sousa Martins; e da Encarregada da Divisão de Apoio a Saúde do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), Capitão de Corveta (S) Andreia Carneiro da Silva.
“No domínio da Ciência e Tecnologia, as últimas décadas foram marcadas por notável desenvolvimento na presença e na contribuição feminina, com aumento significativo na participação e na legitimação do trabalho de mulheres em áreas como engenharia, ciência da computação, biotecnologia, física e outras”, disse o Almirante Rabello.
A diretora-superintendente do IPEN, Dra. Isolda Costa, comentou que o Fórum realizado pela Marinha é uma forma de incentivar novas mulheres a acreditarem que podem assumir funções diversas nas carreiras de CT&I. “Parabenizamos os organizadores por esta excelente iniciativa de trazer para o debate experiências que estão dando certo e que podem inspirar outras mulheres a considerarem como possibilidades futuras a dedicação às atividades de CT&I”.
Ainda segundo a Dra Isolda Costa, as mulheres vêm conquistando espaços em vários setores da sociedade e o setor de CT&I é um que comprova estas conquistas de forma muito clara. “Hoje temos pela primeira vez uma Ministra ocupando o cargo máximo no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, que é a engenheira eletricista Luciana Santos. No IPEN, temos pela primeira vez uma superintendente mulher e várias mulheres ocupando posições de gerentes e coordenadoras. O que tem sido observado é que ao ocupar estas posições as mulheres têm desempenhado de forma eficiente as funções que lhe são atribuídas e esta comprovação tem gerado confiança na competência das mulheres para assumir estes cargos”.
Segundo a professora Dra. Inayá, da COPPE/UFRJ, no setor nuclear, a igualdade de gênero é um desafio. Apesar de avanços nos últimos anos, ainda é um mercado majoritariamente dominado por homens. Mas, apesar das dificuldades enfrentadas, isso não significa que não existam mulheres na tecnologia nuclear que tenham marcado o setor e contribuído com suas criações. “A inclusão de mulheres na tecnologia é crucial para garantir a diversidade e a representatividade no setor nuclear. É um campo que influencia diretamente a vida cotidiana e a sociedade como um todo, e é importante sempre refletir as diferentes perspectivas e necessidades de todos os grupos sociais”.
Para a pesquisadora e encarregada da Divisão de Apoio a Saúde do CEFAN, Capitão de Corveta (S) Andreia, a participação das mulheres na ciência, tecnologia e inovação é fundamental para garantir a diversidade de perspectivas e fomentar descobertas que atendam à toda a sociedade. “Enriquece o processo criativo e impulsiona a igualdade de gênero nos campos tradicionalmente dominados por homens. Além disso, promove modelos inspiradores para futuras gerações, assegurando um futuro mais inclusivo e equitativo”.
O evento foi transmitido online para todas as Organizações Militares subordinadas à DGDNTM e contou com expressiva participação de mulheres do Setor de CT&I da Marinha do Brasil.
Desde que a Marinha do Brasil (MB) abriu as portas para as primeiras mulheres incorporarem seu efetivo, em 1980, novos capítulos dessa história continuam a ser escritos, dia após dia, com a competência e o empenho necessários para superar os desafios.