Pedro Henrique Nunes Rodrigues foi o destaque deste domingo (12/5), no último dia de disputas no Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, em Cuiabá, Mato Grosso, ao lançar 85,11 m no Centro de Treinamento Olímpico da pista da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
A marca é o novo recorde brasileiro – o anterior era dele mesmo, com 83,89 m, estabelecido em 10/5/2023, em São Paulo, e também sul-americano – melhorou a marca do paraguaio Edgar Baummann, de 84,70 m, de 1999.
Pedro Nunes (Endurance Sports-AM), que nasceu em Parintins e vive em Manaus, no Amazonas, ainda bateu o recorde do campeonato (era do cubano Guillermo Martínez, de 81,64 m, feito em San Fernando-2010).
O brasileiro Luiz Maurício Dias da Silva (Praia Clube/Exército/Futel), com 82,02 m, ficou com a medalha de bronze. A de prata foi conquistada pelo português Leandro Ramos (83,09 m).
“Eu vinha fazendo treinos muito bons e queria tirar esse peso das costas. Os treinos visam a principal competição do ano, que são os Jogos Olímpicos, mas claro que para isso eu tinha de ir bem no Ibero-Americano e nos dois GPs do Brasil que virão na sequência.
Fiquei a 30 centímetros do índice olímpico, mas ganhei pontos importantes no Ranking. O índice ainda vai sair”, disse Pedro, que treina com Margareth Bahia Haiden. “Faltava a competição boa, o momento certo.”
O saltador Almir Cunha dos Santos, o Almir Júnior, foi outro destaque no último dia de disputas. Almir saltou 17,31 m (0.7) para levar o ouro e o recorde do campeonato.
O recorde anterior pertencia ao cubano Lázaro Martinez, com 17,30 m, em La Nucia, Espanha, em 2022. Almir ratificou o índice olímpico, de 17,22 m, para os Jogos de Paris 2024. Já tinha o índice com a marca de 17,24 m (0.6) feita em 28/7/2023, em São Paulo.
A medalha de prata ficou com o cubano Andy Hechavarita Salazar, com 16,93 m (0.6), seguido pelo colombiano Geiner Moreno Chuquillo, com 16,54 (0.2).
Almir Júnior, como é conhecido, nasceu em Matupá e foi criado em Peixoto Azevedo no Mato Grosso, de onde vieram para torcer por ele o seu pai Almir e os irmãos Artur e Alex – uma viagem de 700 quilômetros -, todos vestidos com a inscrição na camiseta ‘Almir Jr Paris 2024’.
Almir ainda comemorou com a namorada Talita Ramos e os seus filhos Bernardo e Bento. Embora tenha nascido em Mato Grosso é radicado em Porto Alegre desde os 15 anos.
“Estou há dois anos fora de casa (treinando com o português José Uva, em Lisboa) e estava pronto”, disse Almir com a bandeira do Estado do Rio Grande do Sul nas costas.
“Minha mulher é gaúcha, guris gaúchos, moro em Porto Alegre desde os 15 anos, sou cria da Sogipa, do Arataca (o treinador José Haroldo Loureiro)”, comentou.
Foi essa sua ligação com o Rio Grande do Sul que levou Almir de Portugal direto para Porto Alegre, antes da viagem a Cuiabá, para ajudar as vitimas das enchente.
“Todo mundo sabe a catástrofe que afetou os gaúchos e eu fui ajudar, fazer a minha parte. Imagina você perder tudo o que você conquistou durante toda a vida.
Por mais que seja um sentimento de luto, ruim, dá um conforto quando você vê a galera lutando um pelo outro. Espero que todos ajudem. Esse vai ser um trabalho de longo prazo, de reconstrução”, disse Almir que ajudou no resgate de vítimas.
Outro excelente resultado do Brasil no último dia de disputas foi a medalha de ouro do revezamento 4×400 m feminino, mas com a melhor marca do ano
O Campeonato Ibero-Americano de Atletismo é uma competição da Associação Ibero-Americana de Atletismo (AIA), com realização do Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e o Governo do Estado do Mato Grosso, e parcerias com a Federação de Atletismo do Mato Grosso (FAMT), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e SESI-MT.