A Prefeitura de Pindamonhangaba, por meio da Secretaria da Saúde, alerta sobre as ausências de pacientes em consultas e exames de saúde agendados pela rede pública. O alto índice de absenteísmo (falta ou atraso não justificado) prejudica o calendário de atendimentos e gera grande dano à população que aguarda a realização dos exames, de consultas médicas de rotina ou para avaliação pré-cirúrgica.
Dados de faltas
Entre janeiro e abril de 2024, por exemplo, o índice de pessoas que faltaram e não ligaram para avisar que não iriam ou que desistiram do procedimento chegou a:
– 44% nas consultas para cirurgia otorrinolaringológica;
– 43% para consulta de cirurgiavascular;
– 39% para cirurgia ginecológica;
– 38% ortopédica;
– 32% para oftalmologia, dentre outros.
Além das consultas agendadas antes de procedimentos cirúrgicos, o número de pacientes que faltam em consultas de rotina também é muito elevado, com 36% em nefrologia, 36% em dermatologia, 35% em neurologia, 35% em cardiologia, 34% em pneumologia, dentre outros.
“As faltas não comunicadas geram enorme prejuízo para a saúde pública. As consultas e exames são agendadas, dispomos o profissional, a equipe técnica de apoio e toda uma rede de serviços que acompanhariam esses procedimentos e o paciente não aparece, não liga, não avisa. Essa ausência atrasa os atendimentos das pessoas que estão aguardando o seu dia para um procedimento agendado. Gera perda de tempo para os pacientes e para os profissionais de saúde, além de um gasto enorme para o sistema público de saúde”, disse a secretária da pasta, Silvia Mendes. Das 24.692 consultas agendadas para o período, houve 6.477 faltas, o que corresponde a 26,23%.
Ela informou que a desistência sem avisos também ocorre em larga escala em serviços complementares da saúde e nos exames. “Temos dados superiores a 40% em consultas com nutricionista, 38% para tisiologista, 30% para urologia e próximo a 30% também em pneumo infantil”, lamentou a secretária.
Sobre os índices de faltosos em exames, os que lideram o ranking são colonoscopia, espirometria e ultrassonografica, com 44%, 41%, e 37% respectivamente, dentre outros, com média de 25% em faltas. “É danoso para a administração, para o planejamento dos serviços de saúde e para os cofres públicos. É também um prejuízo direto às nossas equipes de organização dos serviços terceirizados, que são responsáveis pelos procedimentos contratados junto a laboratórios e clínicas. Nesses quatro primeiros meses agendamos 15.896 procedimentos e tivemos apenas 11.922 presenças, ou seja, 25% de faltas. A cada quatro pacientes um faltou e não deu satisfação, não avisou que desistiria”, completou Silvia.
Para procedimentos com valores mais elevados, os dados são ainda mais preocupantes. Das 1.030 ressonâncias magnéticas e tomografias computadorizadas marcadas para os quatro primeiros meses do ano, apenas 682 foram confirmadas, ou seja, 34% de faltas.
O que fazer em caso de desistência
A Secretaria de Saúde entende que ocorrem imprevistos, situações que fogem ao controle dos pacientes, porém são mínimos os casos. O maior problema é faltar e não avisar. Deste modo, quando um paciente desistir do procedimento (consulta ou exame), basta informar à unidade de saúde. O nome do paciente será retirado da lista, sem nenhum prejuízo futuro para ele, e ele ainda dará a vaga a alguém que esteja precisando.