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Teatro Municipal abre temporada de concertos da Orquestra Joseense

Orquestra Joseense durante ensaio no Parque Vicentina Aranha, na região central de São José. (Foto: Paulo Amaral/FCCR)

O Teatro Municipal de São José dos Campos realiza, nesta quarta-feira (29), às 20h, a abertura oficial da temporada de concertos da Orquestra Joseense com repertório especial de Beethoven.

O retorno da Orquestra ao palco mais importante da cidade terá a participação da solista Regiane Martinez. A apresentação é livre para todos os públicos.

A entrada é gratuita. A reserva de ingressos foi liberada nesta segunda-feira (27), por meio deste site.

O ingresso também é solidário com um pacote de trigo ou fubá, que será destinado ao Fundo Social de Solidariedade.

Embora seja o primeiro concerto de 2024 no Teatro Municipal, a Orquestra Joseense se apresentou em abril, no encerramento da programação especial de 100 anos do Parque Vicentina Aranha.

O concerto realizado no próprio parque, com a doutora em música Raquel Aranha e o grupo Aguará, fez uma homenagem ao Choro, o mais novo Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.

Regente

O regente da Orquestra é o maestro William Coelho, que possui vasta experiência com regência e é mestre em etnomusicologia pela ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), além de doutor em musicologia e bacharel em regência, também pela USP.

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Coelho já esteve à frente de grandes grupos de musicais, como a Orquestra Abaporu, o Coro da Osesp e a EOS Música Antiga USP.

Repertório do concerto

L. V. Beethoven – Grande Fuga – Op. 133

Uma das últimas obras compostas por Beethoven – dois anos antes de sua morte – a Grande Fuga foi escrita inicialmente como último movimento do Quarteto n.13 em Si bemol maior, Opus 130, mas acabou sendo publicada no ano seguinte como obra independente (Op.133).

Composta quando Beethoven já estava completamente surdo, a obra foi recebida com estranheza pelo público, mesmo por aqueles acostumados com a linguagem do compositor, e foi taxada de “excêntrica” e “incompreensível” pela elaboração intrincada das vozes, intenso cromatismo e dificuldade técnica “diabólica”.

A sugestão em publicá-la como obra distinta, ou seja, retirando-a do quarteto de cordas Op.130, veio justamente de seu editor, que argumentou que os ouvintes – e mesmo os próprios músicos – precisavam de um movimento final mais “acessível”.

L. V. Beethoven – Ah! Perfido

Composta pelo jovem Ludwig van Beethoven, que tinha apenas 25 anos de idade, Ah! Perfido é uma obra para soprano e orquestra que se assemelha a uma cena de ópera, composta de um entrelaçamento entre recitativo e ária, mas escrita como peça avulsa e autônoma.

O texto, tomado da ópera Achille in Sciro de Pietro Metastasio, importante poeta e libretista italiano do século XVIII, e de outro texto anônimo, narra a personagem, abandonada por seu amado, implorando por justiça dada a traição que sofrera. Todavia, ela se arrepende das injúrias proferidas e se entrega a um sentimento de autocomiseração.

Com a obra, Beethoven iniciava sua incursão no campo da ópera, que iria culminar dez anos mais tarde em Fidelio.

O texto escolhido para Ah! Perfido permitiu que Beethoven pudesse explorar suas habilidades composicionais e engenho retórico na ambientação de afetos como fúria e compaixão, enquanto a personagem vacila entre esses extremos.

L. V. Beethoven – Sinfonia nº 1 em Dó maior – Op. 21

Já em sua primeira sinfonia, Beethoven põe à prova seu domínio absoluto do gênero sinfônico do final do século XVIII, logrando tanto manter o decoro de uma obra da qual se espera rigor, refinamento e eloquência, quanto desenvolver inúmeras inovações que, apesar de já presentes no discurso haydniano, dispõem agora, num tom ao mesmo tempo bem-humorado e austero, um fôlego nunca antes testemunhado.

Para além da sagacidade do percurso harmônico do início da sinfonia, o terceiro movimento traz também uma mudança muito rápida de centros tonais: do original dó maior para a distante tonalidade de ré bemol maior em apenas vinte e cinco compassos.

Esse senso de urgência no discurso também se acentua por meio da forma empregada por Beethoven neste movimento: um falso menuetto que, de tão rápido, é na verdade um scherzo (método que Beethoven empregará em suas próximas sinfonias).

Se na retórica a forma é tão importante quanto o conteúdo – ou até mais que este – Beethoven prova, já em sua primeira sinfonia, o quão bem treinado e arguto é na escrita sinfônica, já que, a partir de materiais tão simples quanto escalas e arpejos, consegue desenvolver sobremaneira seu discurso e manter a atenção do ouvinte por tanto tempo: agudeza própria dos grandes oradores.

O trabalho com elementos simples do discurso, que muitos críticos consideram como uma pobreza melódica, especialmente quando comparada às exuberantes melodias mozartianas, é o meio pelo qual Beethoven demonstra sua perspicácia, erudição e completo domínio do ofício de compositor.

Beethoven prova, então, que o pupilo não apenas domina os recursos de seus modelos, mas os supera: um verdadeiro mestre, já em sua primeira incursão sinfônica.

Sobre a solista Regiane Martinez

Bacharela em Música pela Universidade Estadual Paulista, Regiane Martinez é cantora, preparadora vocal, regente, professora de canto e integra o Coro da Osesp desde 2001, onde é monitora do naipe de sopranos.

Foi co-fundadora e preparadora vocal do Voz Ativa Madrigal com o qual realizou turnê pela Alemanha e ganhou o Prêmio de Melhor Coral do Estado de São Paulo pelo Mapa Cultural Paulista no ano 2000.

No ano de 2016, residindo em Nova York, trabalhou junto a diversos conjuntos como Saint Ignatius of Loyola Choir, New York Continuo Collective, Manhattan Chorale e Essential Voices of USA, com o qual se apresentou no Carnegie Hall com a Orquestra New York Pops e atuou como section leader do serviço musical da Igreja de St. Agnes.

Em parceria com o cravista Delphim Rezende Porto, no ano de 2017 fundou a São Paulo Schola Cantorum, projeto voltado para a performance e o ensino da música sacra.

É professora associada da NYSTA – Associação dos Professores de Canto de Nova York e dedica-se como solista principalmente à literatura musical renascentista e barroca.

Ficha Técnica

Maestro Titular e Diretor Artístico William Coelho

Primeiros Violinos

Eder Grangeiro (spalla)

Carlos Alexandro Medeiros

José Otávio Salvador Lemes Silva

Maria Eduarda Carvalho Ferreira

Wagner Filho

Pedro Augusto Carneiro de Souza

Segundos Violinos

Eloísa Rocha e Silva

Tiago Figueiredo Dias

Bruno Macedo Andrade

Bianka Rodrigues Alves

Violas

Bruno de Almeida Carlos

Ronilson de Toledo Misael

Arthur Dias Nunes

Lucas Azevedo

Violoncelos

Gustavo Pinto Lessa

Tiago de Oliveira

Victor Romero Pinho

Contrabaixos

Davi Ciriaco Moreira

Vivian dos Santos Alves de Moura

Flautas

Filipe Ferreira

Nadine Morais

Oboés

Tatiana Mesquita

Rafael Felipe Zacarias

Clarinetes

Anderson Menezes

Luís Gustavo Ananias

Fagotes

Osvanilson de Castro Ferreira

Patrícia Mastrella

Trompa

Adriano Venâncio da Silva

Felipe Gonçalves Neto

Trompetes

Marcelo Vitor Carvalho

Wellington de Sousa Pinto

Percussão

Rosangela Rhafaelle da Silva

Equipe de Produção

Fernanda Ribeiro- Coordenação

Diego Lourenço- Inspetoria

Nicholas Ribeiro- Arquivista

Mariana Bonzanini- Produção Executiva

Fábio Sales- Produção de Campo

Lucilene Dias- Produção de Campo

Serviço

Quarta-feira (29) – 20h
Concerto – ‘Beethoven: da Capo al Fine’

Teatro Municipal de São José dos Campos
Rubião Júnior, 84 (3º piso do Shopping Centro) – Centro

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