A autorização, publicada na última sexta-feira (28) no site da agência, é um pré-requisito para a fase de testes de voo do futuro Veículo Lançador de Pequeno Porte, projeto que representa um importante marco para o programa espacial do Brasil.
A Akaer anunciou o desenvolvimento do VLPP no fim do ano passado. A proposta da empresa foi selecionada em chamada pública da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), agência pública de fomento ligada ao governo federal, e receberá um investimento de R$ 185 milhões nos próximos três anos – é um dos maiores contratos de subvenção econômica à inovação já firmados no país.
Etapas
Atualmente, o projeto do Veículo Lançador de Pequeno Porte, denominado inicialmente de VLN-AKR, encontra-se na fase de definição das configurações preliminares. A performance de lançamento será validada por meio de simulação computacional. Concluídas estas etapas, terão início a fase de detalhamento do VLN-AKR e os testes de qualificação dos subsistemas.
“A licença concedida pela Agência Espacial Brasileira é um pré-requisito para o lançamento de foguetes no território brasileiro. Ela permitirá a realização, também, de todos os ensaios de testes de voo”, afirmou Wilson Toyama, diretor da Unidade de Negócios de Lançadores e Sistemas de Armas da Akaer.
O protótipo do futuro Veículo Lançador de Pequeno Porte da Akaer terá capacidade para transportar nano e microssatélites ao espaço.
Todas as operações de lançamento, incluindo os testes de voo, deverão ser realizadas a partir do território brasileiro, nos centros de lançamento de Alcântara, no Maranhão, ou da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte.
Impacto
O projeto do Veículo Lançador de Pequeno Porte da Akaer colocará o Brasil em um seleto grupo de nações que dominam a tecnologia de lançamento de satélites na órbita terrestre. Esta é a última fronteira para que o país tenha autonomia de acesso ao espaço – hoje, o Brasil depende de outras nações para colocar seus satélites em órbita.
“Com este projeto, o Brasil se posiciona entre as nações capazes de lançar veículos espaciais, um marco de extrema importância para nossa soberania e avanço tecnológico”, destacou Cesar Silva, CEO da Akaer. “Passaremos a ter autonomia para o lançamento de satélites com as mais diferentes finalidades, como Defesa, Comunicações, Monitoramento Ambiental e Meteorologia, entre outras.”
Além dos ganhos científicos e das aplicações em diversas áreas, o projeto da Akaer coloca o Brasil em um mercado extremamente promissor. Os nano e microssatélites movimentaram US$ 2,8 bilhões em 2022, e a expectativa é que alcancem US$ 6,7 bilhões até 2027.
O projeto do Veículo Lançador de Pequeno Porte da Akaer tem como coexecutoras as empresas Acrux, Breng e EMSISTI.
Sobre a Akaer
Com sede em São José dos Campos (SP), a Akaer possui uma trajetória sólida de 32 anos dedicada ao desenvolvimento de tecnologias de ponta para os setores Aeroespacial e de Defesa, estabelecendo negócios em mais de 20 países.
A empresa tem um longo histórico de cooperação com o Programa Espacial Brasileiro. Participou de todos os projetos de satélites da família CBERS (em parceria com a China), do AMAZONIA 1 e liderou a transferência de tecnologia do SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas), produzido pela Thales Alenia Space (França) para o governo do Brasil.
Recentemente, a Akaer atuou no projeto do VCUB1, primeiro nanossatélite de alto desempenho 100% brasileiro, em parceria com a empresa Visiona.
Seu histórico de atuação inclui, ainda, a produção de componentes para o AQUA, liderado pela NASA.