Em sua quarta participação olímpica, numa final dramática em que venceu duas penalizações, brasileiro foi ao pódio com o 9º melhor tempo da carreira; Caio Bonfim volta a competir dia 7 de agosto (quarta-feira), às 2h30 (de Brasília), no revezamento misto da maratona, em parceria com Viviane Lyra
O Atletismo Brasil começou sua trajetória nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 com um resultado inédito. Em sua quarta participação olímpica, Caio Bonfim (CASO-DF) conquistou a medalha de prata na marcha atlética de 20 km, em prova disputada na madrugada desta quinta-feira (01/08), pelo horário de Brasília. O marchador brasileiro completou o percurso em 1:19:09, 9ª melhor marca de sua carreira. O equatoriano Brian Pintado foi o campeão (1:18:55) e o espanhol Alvaro Martin, medalha de bronze (1:19:11).
“Todo mundo que um dia viu a marcha disse isso é estranho. Para mim, era normal, minha mãe fazia marcha. Ela fez índice para Atlanta-1996, teve umas mudanças de critérios e ela não foi. Quando eu fui pra Londres eu falei pra ela: quem disse que você não foi para uma Olimpíada. E hoje na nossa quarta Olimpíada eu posso virar para minha mãe e falar: Nós somos medalhistas olímpicos, nós somos medalhistas olímpicos!”, disse Caio Bonfim.
Caio é treinado pelos pais, João Sena, e pela sua mãe, a ex-marchadora Gianetti Sena Bonfim. Tem um projeto de atletismo que desenvolve a marcha atlética – o Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO), no Distrito Federal.
Na entrevista, Caio também lembrou de outros marchadores do Brasil que viu competir: José Alessandro Baggio, 14º em Pequim-2008; Mário dos Santos Júnior, em Sydney-2000 e Sérgio Galdino, em Atlanta-1996.
O Brasil também teve Max Batista (CASO-DF), em sua estreia olímpica, na 28ª posição (1:22:16), e Matheus Corrêa (AABLU-SC), pela segunda vez nos Jogos, como 39º colocado (1:24:25).
A prova, com 49 atletas, começou às 8 horas da manhã de Paris (3 horas de Brasília), 30 minutos depois do horário programado, por causa da chuva forte que caia no Trocadéro. A temperatura era de 22 graus, com umidade relativa do ar alta, na casa dos 90%. O percurso (circuito fechado de 1 km) passava sob a Torre Eiffel, um dos locais mais visitados da França, sobre o rio Sena e pela Ponte D’Elena.
Caio largou na frente, mas tomou duas advertências logo no início e, na sequência, optou por vir no meio do pelotão. As posições de liderança, então, foram se alternando. Caio passou em 34º nos 5 km, mas avançou no oitavo quilômetro. Na metade da prova, estava novamente na liderança. O brasileiro voltou a marchar no meio do pelotão, evitando penalidades. No km 15, vinha em segundo, atrás do equatoriano Brian Pintado.
O ritmo de prova, que foi mais lento no início, aumentou nos últimos cinco quilômetros. As posições seguiram se alternando. Caio passou o km 16 em 9º e, em seguida, novamente na liderança. Caio fez um fim de prova dramático, levando a segunda falta por flutuação no km 17. Um grupo de quatro atletas brigou nos quilômetros finais, mas o brasileiro era o único pendurado. Com a experiência de quatro ciclos olímpicos, Caio assumiu a segunda posição no km 18, focou na técnica e manteve a colocação até cruzar a linha de chegada. “Sempre sofri com penalizações, mas sou brasileiro e não desisto. Consegui manter a técnica e vou levar a medalha para casa”, explicou.
Caio ainda volta a competir nos Jogos de Paris. No dia 7 de agosto (quarta-feira), às 2h30 (de Brasília), disputará o revezamento misto da maratona de marcha atlética, prova que estreia no programa olímpico, em parceria com Viviane Lyra.