Movimentos sociais de todo o Brasil vão se reunir, no dia 20 de agosto, no Rio de Janeiro, para debater e organizar propostas para a Cúpula Social do G20, que ocorrerá entre 14 e 16 de novembro. Serão discutidos em três plenárias temas prioritários à frente da presidência brasileira: combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável (nas dimensões econômica, social e ambiental) e reforma da governança global.
É a primeira vez que ocorre uma tribuna popular aberta no processo do G20, envolvendo não só organizações da sociedade civil, que tradicionalmente participam dos debates do fórum, mas também os movimentos sociais de base, trazendo para o G20 a visão dos territórios, das lideranças comunitárias, associações populares, ligas campesinas, juventudes de território e outros movimentos sociais com atuação de base.
As inscrições para o encontro do dia 20 podem ser feitas até dia 12 de agosto por meio de formulário.
De acordo com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República e coordenador do G20 Social, Márcio Macêdo, a iniciativa democratiza os debates e amplia a participação nas discussões que vão pautar a Cúpula do G20 Social, permitindo acesso a todos. “Temos a clareza e a determinação do presidente Lula de que queremos uma relação respeitável com os movimentos. Não há interesse em tutelar ou monitorar nenhum debate, mas dar condições para esse debate acontecer de forma livre e soberana, transformando isso no maior legado do G20. Podemos escrever um capítulo importante da história com o G20 Social”, disse.
BRASIL PARTICIPATIVO — No dia 20, durante o encontro, será lançado o ambiente digital do G20 Social, dentro da plataforma de participação social do governo, Brasil Participativo. A plataforma estará disponível para que a população possa contribuir com suas propostas ao G20 de forma online. Será adaptada para receber contribuições internacionais, com ambientes digitais trilíngue (português, inglês e espanhol).
O Brasil Participativo também servirá como banco de dados dos documentos e materiais preparados pela sociedade civil. Entre agosto e outubro, serão abertas enquetes sobre os eixos prioritários do G20, bem como o processo de consulta pública.
A plataforma, construída para que a população possa contribuir com a criação e melhoria das políticas públicas, é uma forma de coletar contribuições sobre as prioridades da Cúpula. “Estamos abrindo este espaço para que a sociedade civil do mundo inteiro possa ser ouvida e tenha participação nas discussões do G20”, destacou Macêdo.
INOVAÇÃO — O encontro preparatório da Cúpula Social do G20 é mais uma das agendas inovadoras e inclusivas da presidência brasileira na trilha do G20 Social. Nos 25 anos de história do fórum, trata-se de um avanço concreto, pois a sociedade civil nunca teve espaço de fala. A participação social não contava com a possibilidade de participar dos processos decisórios, como o de negociação da pauta. Agora, o governo brasileiro proporciona, pela primeira vez, a integração das sociedades dos países do G20 nos debates geopolíticos e financeiros mundiais.
Os temas e propostas apresentados no encontro preparatório serão sistematizados em três documentos finais que, depois, serão reunidos em um relatório-síntese que irá pautar a Cúpula Social do G20, marcada para os três dias que antecedem a Cúpula dos Líderes das maiores economias mundiais, em novembro. “Este documento trará a visão do povo, da sociedade civil, daqueles que são atingidos pelas políticas que são decididas no ambiente do G20, mas que historicamente nunca participaram desta decisão”, informou o ministro.
CÚPULA SOCIAL DO G20 — O projeto da presidência brasileira junto à sociedade civil agrupará milhares de militantes e ativistas para atividades diversas, como feiras, ações culturais e atos políticos. Com expectativa de público de 20 mil a 50 mil pessoas, a Cúpula acontecerá no entorno da Praça Mauá, e dentre seus diversos diferenciais está não somente a congregação dos 13 grupos de engajamento, mas a participação de movimentos populares consagrados na construção dos processos e na reunião final.