Prêmio Isabel Salgado dá visibilidade a iniciativas de desenvolvimento social por meio do esporte

Projeto com patrocínio do Banco do Brasil deseja inspirar a classe esportiva para o envolvimento em causas de impacto

(Foto: Renato Wrobel)

Maria Isabel Salgado, a Isabel do Vôlei, foi uma das atletas mais expressivas da história do Brasil. Conhecida pelo seu protagonismo além das quadras, sempre buscou aproximar o voleibol de causas sociais relevantes. Mais do que brilhar nos jogos, ​Isabel disseminava a importância do esportista como agente de transformação através de sua força e liderança.

Para honrar este legado, o Prêmio Isabel Salgado surge como uma iniciativa que premiará projetos de atletas, ex-atletas e empreendedores sociais que promovam transformações sociais através do esporte.

Além disso, o Prêmio também realizará a capacitação e apoiará, através de um investimento semente, aqueles que desejam tirar iniciativas sociais do papel.

O Banco do Brasil, fã e apoiador do esporte brasileiro há 33 anos, patrocina o projeto, que tem o Instituto da Criança como gestor social e operacional e apoio da CBV – Confederação Brasileira de Voleibol.

O primeiro edital foi divulgado nesta terça-feira (24) e a cerimônia de premiação acontecerá em 2025, no CCBB do Rio de Janeiro.

Durante a coletiva de imprensa realizada nesta terça, Maria Clara Salgado, filha da Isabel e atleta, que desenvolveu a premiação, comentou os principais objetivos e como a iniciativa deve impactar positivamente a classe esportiva e a sociedade de forma geral.

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“Espero que o prêmio estimule atletas a desbloquearem o seu potencial de transformação social também. Todo mundo pode ser protagonista de mudanças e toda revolução começa com uma pessoa. Se a gente sonha junto, pode transformar em realidade”, ressalta.

Com abrangência nacional, a premiação terá seu foco inicial em projetos que tragam o voleibol como parte de suas iniciativas. Independente, plural e diverso, o projeto tem como inspiração o troféu Walter Payton, importante honraria do esporte norte-americano em que os atletas são reconhecidos pelos trabalhos voluntários ou ações sociais realizadas para além da performance.

Nesse sentido, o Prêmio Isabel Salgado ecoa a vontade de impulsionar mudanças sociais através do incentivo aos atletas e ex-atletas para se tornarem protagonistas de transformações sociais.

“Desejamos que o esporte possa ser cada vez mais legitimado como um meio para promover a inclusão, igualdade e a transformação social.

Além do poder que ele possui, temos a visibilidade e a capacidade de influenciar a sociedade, nos tornando protagonistas dessa mudança, assim como fez a minha mãe, que sempre acreditou no potencial do esporte como agente transformador, capaz de mudar vidas”, afirma Maria Clara.

Maria Clara lembra que a mãe foi uma defensora da igualdade e da justiça social. “Queremos que este prêmio incentive outros atletas a utilizarem seu tempo e sua experiência para criarem mudanças positivas nas vidas de crianças e jovens”, explica.

Para Marcelo Hargreaves, ex-diretor executivo da Superliga e de marketing da CBV e consultor estratégico do projeto, o esporte é um território de linguagem universal e os atletas são figuras inspiradoras e heroicas para a sociedade.

Segundo ele, na era da comunicação digital e da influência, o exemplo e a voz dessas figuras têm o poder de engajar indivíduos e grupos em causas necessárias. É importante que um maior número de atletas e ex-atletas se tornem conscientes de que este poder é também uma grande responsabilidade.

“Isabel talvez tenha sido a maior influenciadora de sua geração. Ela transcende os limites das quadras e da jogadora para tornar-se a persona que hoje é maior que a vida. Um ídolo desse tamanho e com essa visão de mundo nunca se fez tão necessário” analisa o consultor.

“A figura de Isabel incorpora esse poder transformador e a consciência do potencial do atleta como indivíduo e agente social.

O prêmio Isabel Salgado nasce com o objetivo claro de ser fator de exponencialização de projetos sociais existentes de atletas que, por livre iniciativa, procuram ser a mudança que desejam para o mundo”, reflete Marcelo Hargreaves.

Parceria para transformar realidades

Ter parceiros alinhados é importante para o andamento do projeto. É neste ponto que entram em cena o Banco do Brasil e o Instituto da Criança, este o gestor do prêmio.

“Como fã e apoiador do esporte brasileiro, o Banco do Brasil acredita que aliar modalidades esportivas com a sustentabilidade, com o cuidado com as pessoas, é uma importante ferramenta de integração social.

Estamos sempre em busca do protagonismo no fomento e evolução do esporte de maneira sustentável e perene.

Esse trabalho contribui para a melhoria da saúde e do bem-estar das pessoas e tem potencial de mudar o futuro de milhares de brasileiros. É motivo de orgulho fazer parte deste projeto”, comenta Paula Sayão, diretora de marketing e comunicação do BB.

Pedro Werneck, cofundador e presidente do Instituto da Criança, afirma que o Prêmio Isabel Salgado é uma celebração da trajetória campeã de Isabel, além de um convite a outros atletas ou ex-atletas para usarem seus conhecimentos como instrumento de transformação social:

“Isabel compartilhava propósitos semelhantes aos nossos, no sentido de buscar soluções para melhorar vidas.

Além disso, o prêmio dará visibilidade a atletas e ex-atletas que seguem como empreendedores sociais. Por tudo isso, é um projeto que nos encanta, sobretudo, porque reúne, em sua essência, valores que buscamos concretizar todos os dias”.

“Ter o Banco do Brasil como patrocinador, o apoio da Confederação Brasileira de Vôlei, o Instituto da Criança como gestor operacional e o apoio de mídia da Globo no Prêmio Isabel Salgado é a estrutura necessária para tirar esse sonho do papel.

Todas as partes compartilham de nossos valores e do compromisso com a responsabilidade social. Essas parcerias fortalecem nossa capacidade de modificar vidas e comunidades através do esporte, honrando o legado de minha mãe de maneira significativa”, afirma Maria Clara.

Para participar

Atletas, ex-atletas e empreendedores sociais poderão submeter seus projetos, em âmbito nacional, a processo público de seleção que identificará propostas que dialoguem inicialmente com o voleibol.

Além disso, pessoas que desejam tirar projetos sociais que tenham o voleibol entre suas atividades, também poderão se inscrever no Edital.

Ele será dividido em 3 categorias: Categoria Aurora, para atletas e ex-atletas com projetos sociais ativos; Raízes, para empreendedores sociais com projetos sociais ativos; e Semente, para pessoas que desejam iniciar um projeto social. O prêmio deseja incluir outras modalidades esportivas a partir das próximas edições.

Premiação

A premiação, que terá edições anuais, irá contemplar cada categoria com prêmios específicos. Para a categoria Aurora, os projetos premiados receberão um aporte financeiro, o troféu e o brasão Isabel Salgado, homenagem que significa que este atleta ou ex-atleta é engajado socialmente;

A categoria Raízes receberá um aporte financeiro e o troféu; Já os premiados da categoria Semente receberão uma capacitação em Gestão de Projetos Sociais e, ainda, poderão receber um aporte financeiro semente.

Sobre Isabel Salgado

Maria Isabel Salgado foi uma das mais consagradas atletas que o Brasil já conheceu. Integrante das divisões de base do Flamengo, tinha apenas 16 anos quando fez sua primeira participação na seleção brasileira.

Ao lado de Vera Mossa e Jaqueline, Isabel fez parte da seleção feminina de vôlei que abriu as portas para a modalidade, nos anos 1980, sendo a primeira da história do país a disputar grandes competições.

Participou de duas Olimpíadas (Moscou e Los Angeles), foi peça fundamental da equipe brasileira na conquista do bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1979 e obteve medalha em diversos torneios e campeonatos. Na década de 1980, foi eleita uma das seis melhores jogadoras de vôlei do mundo, sendo a primeira brasileira a atuar ​em uma liga estrangeira, contratada​ pelo Modena, na Itália, em 1980.​

​Seu espírito destemido marcou também ​o início do voleibol de praia e das participações brasileiras no circuito mundial. Brilhou ao lado ​de Jackie Silva, Shelda e Roseli Timm, parceira com a qual conquistou o título mundial de 94, em Miami.​

Isabel levava para as quadras ​a força da mulher que ​rompia barreiras também ​na esfera pública.​ Ainda atleta, participou do ​movimento das Diretas Já e,​após sua aposentadoria do vôlei, ​foi ativa em iniciativas que uniam ​o esporte em prol da democracia.​

Em 2020, se juntou a outros esportistas para formar o movimento “Esporte Pela Democracia”.​ Isabel faleceu em 2022, em São Paulo, vítima de uma parada cardíaca decorrente de uma inflamação pulmonar.

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