Estudo MDIC-Amcham aponta recorde histórico de 9.553 empresas brasileiras exportando para os EUA

O estudo "Brasil-Estados Unidos: Um Comércio Exterior de Destaque", foi realizado pela Secretaria de Comércio Exterior do MDIC e a Amcham Brasil

O crescimento das exportações para os EUA é um fenômeno observado em todas as regiões do Brasil nos últimos cinco anos (2019 a 2023). O Centro-Oeste lidera com uma taxa de crescimento de 40,4%, seguido pelo Sul (22,4%), Sudeste (22,1%), Nordeste (21,3%) e Norte (9,5%). (Foto: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços)

Os Estados Unidos se consolidam como o principal destino de produtos industrializados brasileiros, com 9.553 empresas exportadoras em 2023, o maior número em 200 anos de relações entre os dois países. O estudo “Brasil-Estados Unidos: Um Comércio Exterior de Destaque”, realizado pela Secretaria de Comércio Exterior do MDIC e a Amcham Brasil, revela que empresas que exportam para os EUA pagam melhores salários e empregam mais mulheres.

Em 2023, as exportações de manufaturas brasileiras para os EUA atingiram US$ 29,9 bilhões, destacando-se como o principal mercado para essa categoria de produtos. Desde 2002, os Estados Unidos mantêm a liderança no ranking de países destino das exportações brasileiras em termos de número de empresas. O único bloco econômico que supera os EUA nesse quesito é o Mercosul, devido ao livre-comércio estabelecido na região, que conta com 11.253 empresas exportadoras. Outras regiões analisadas no estudo incluem a União Europeia, com 8.496 empresas brasileiras exportando para lá, e a China, com 2.847.

Crescimento Regional e Produtos de Alta Tecnologia

O crescimento das exportações para os EUA é um fenômeno observado em todas as regiões do Brasil nos últimos cinco anos (2019 a 2023). O Centro-Oeste lidera com uma taxa de crescimento de 40,4%, seguido pelo Sul (22,4%), Sudeste (22,1%), Nordeste (21,3%) e Norte (9,5%).

“Importante destacar que os EUA se mantêm como o maior mercado para produtos brasileiros de alta tecnologia”, afirma Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC, durante a apresentação do estudo. Produtos como aeronaves, motores, equipamentos de telecomunicação, medicamentos e equipamentos médicos são os principais itens exportados nessa categoria. Prazeres ressalta a importância desse mercado em um momento em que o Brasil, sob a liderança do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, investe no fortalecimento da indústria nacional, buscando ampliar a participação de manufaturas brasileiras no mercado global.

Para Abrão Neto, CEO da Amcham, o fortalecimento dessa relação bilateral deve ser uma prioridade na agenda externa brasileira, com apoio significativo do setor empresarial. “Esse caminho oferece um enorme potencial para alavancar o crescimento do Brasil, promovendo uma maior participação da indústria no comércio exterior e no PIB do país, incentivando a inovação e a tecnologia, além de gerar empregos qualificados e bem remunerados”, destaca Neto.

Desempenho dos Produtos Industrializados

Embora os Estados Unidos tenham perdido para a China, em 2009, a posição de principal importador dos produtos brasileiros, o mercado norte-americano permanece como o maior destino das exportações de bens industrializados nos últimos nove anos, incluindo produtos de alta tecnologia. Em 2023, as exportações de manufaturas brasileiras para os EUA totalizaram US$ 29,9 bilhões, superando o bloco europeu (US$ 23,5 bilhões) e o Mercosul (US$ 19,4 bilhões).

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No segmento de alta tecnologia, as exportações brasileiras para os EUA representaram, em média, 47,7% do total entre 2001 e 2023. A presença histórica de empresas norte-americanas no Brasil é um dos fatores que explicam essa intensa relação comercial.

Força Nacional

Em quatro das cinco regiões brasileiras, os Estados Unidos – individualmente como país – são o destino para o qual há o maior número de empresas brasileiras exportadoras, sendo a Região Sul a única exceção. No caso das importações, o país é o segundo maior para todas as regiões. Nos últimos cinco anos (2019 a 2023), todas as regiões brasileiras apresentaram crescimento no número de empresas que exportam para os Estados Unidos.

Impacto no Mercado de Trabalho e Gênero

Empresas que exportam tendem a oferecer empregos mais qualificados e com melhores salários. No caso das firmas que exportam para os EUA, esses benefícios são ainda mais acentuados. Em 2021, a remuneração média mensal dos trabalhadores dessas empresas foi de R$ 4.623,90, superando em 5,4% as que vendem para a União Europeia, 8,5% em relação à China e 11,2% ao Mercosul.

O estudo também revela que 26,4% das empresas que comercializaram com os Estados Unidos possuem 50% ou mais de mulheres em seus quadros funcionais, a maior proporção em comparação com a União Europeia (23,9%), Mercosul (18,3%) e China (14,6%). A remuneração média das mulheres nessas empresas também é superior à dos outros parceiros comerciais. Em 2021, os salários das mulheres que trabalham em empresas exportadoras para os EUA chegaram a R$ 3.834,94, 8% maior do que na União Europeia, 15,6% acima do Mercosul e 15,7% superior à China.

O estudo evidencia a importância crescente dos Estados Unidos como parceiro comercial do Brasil, especialmente no contexto de exportações de alta tecnologia e promoção de igualdade de gênero no mercado de trabalho. Com o apoio do setor empresarial e a liderança estratégica do governo, a relação bilateral Brasil-EUA promete continuar se fortalecendo, gerando benefícios econômicos e sociais significativos para ambos os países.

“A qualidade da pauta com os Estados Unidos se reflete em benefícios econômicos e sociais para o Brasil, que são retratados nesse estudo, como maior geração de empregos e melhor remuneração nas empresas brasileiras que exportam aos Estados Unidos comparadas às que exportam para outros destinos”, comenta Fabrizio Panzini, diretor de Políticas Públicas e Relações Públicas da Amcham Brasil.

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