Alentejo de emoções até perder de vista…

É no calor das planícies mais agrestes e tórridas de Portugal que todos os anos se disputa a Volta ao Alentejo, uma das mais conceituadas provas de ciclismo do calendário nacional

A paisagem rural e natural, a gastronomia tradicional e o seu rico património histórico e cultural são um chamariz ao turismo. (Foto: Podium Events )

A região alentejana, situada no sudeste de Portugal, é caracterizada pelo seu clima quente e seco – no verão as vagas de calor chegam a ultrapassar os 40 graus de temperatura – e muito procurada para umas férias tranquilas, até porque ali manda o sossego. A paisagem rural e natural, a gastronomia tradicional e o seu rico património histórico e cultural são um chamariz ao turismo. E é naquelas paragens de emoções até perder de vista que também se disputa a Volta ao Alentejo em bicicleta, um evento de nível internacional que em 2025 cumprirá a 42ª edição.

Neste “mix” turístico, desportivo e até político, há desde logo um ponto singular e que tem a ver com o Ciclismo, paixão comum a portugueses e brasileiros. Não foi na “Alentejana”, assim vulgarmente denominada, mas sim na Volta a Portugal em bicicleta de 2012 que marcou presença a então equipa continental Funvic-Pindamonhangaba juntamente com mais 15 formações. Nas minhas memórias recordo o convívio à mesa, creio que na cidade de Viseu, com alguns dos elementos da equipa técnica, bem como da presença de Cláudio Antunes, diretor do PortalR3, que fez a cobertura para o Brasil do maior evento desportivo que anualmente se realiza em Portugal desde 1927.


Equipa do Brasil em 2012

Continuando a abordar um tema que me é particularmente grato, dado estar há largos anos ligado à modalidade enquanto jornalista e mais recentemente como dirigente, avancemos no tempo. Algumas das fotos que suportam parte do texto reportam-se à edição deste ano da “Alentejana”, onde marquei presença com a equipa PORTOS WINDMOB, liderada pelo experiente José Barros, antigo ciclista profissional. Maioritariamente formada por atletas colombianos e portugueses – já tivemos entre nós dois brasileiros -, esta é uma formação do escalão sub-23 que ganhou o direito a participar nas principais provas do calendário nacional por via do respetivo ranking, ou seja, os convites são apenas endereçados aos três melhores conjuntos nacionais da categoria. Os objetivos têm sido cumpridos ano após ano e a confiança no projeto sediado em Lordelo, Paredes, permanece intacta para 2025.

Pois é, nesta divagação de assuntos, vamos lá então ao nosso Alentejo, a sétima região mais populosa e mais extensa do país. Tendo como capital a linda cidade de Évora, riquíssima em monumentos, o que lhe vale o epíteto de Cidade-Museu e declarada Património Mundial pela UNESCO, a região alentejana é famosa pelos seus olivais, pela produção de cortiça e criação de gado. Normalmente fala-se mais nas zonas tórridas do interior e das enormes planícies, mas o Alentejo Litoral proporciona outro tipo de paisagem, feita de belos locais muito procurados como Sines, Vila Nova de Mil Fontes ou Odeceixe, com as suas magníficas praias propícias aos desportos náuticos, como o surf.

É no calor das planícies mais agrestes e tórridas de Portugal que todos os anos se disputa a Volta ao Alentejo, uma das mais conceituadas provas de ciclismo do calendário nacional. (Foto: Podium Events )

E para o último tema, que poderia muito bem ser o primeiro, fazemos uma curta “viagem” até Grândola. Trata-se de uma vila do distrito de Setúbal, inserida na sub-região do Alentejo Litoral, e que ficou mundialmente conhecida aquando da Revolução dos Cravos em 1974, pois o “25 de Abril” devolveu a Portugal a Liberdade, após longos anos de um regime opressivo. “Grândola Vila Morena”, poema e canção da autoria do músico José Afonso, foi escolhida como sinal pelo Movimento das Forças Armadas para que os militares avançassem triunfalmente, como viria a acontecer, rumo à libertação de Portugal.

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Vaz Mendes é jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, com textos publicados sendo escritos em português de Portugal.

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