Para os 39203 espectadores que marcaram presença no Estádio do Dragão – um número que ficou aquém das grandes jornadas europeias -, o espetáculo valeu mais pelo resultado do que pela exibição, aliás como o próprio técnico Vítor Bruno viria a reconhecer. Depois da derrota inicial fora do seu reduto (2-3) como os noruegueses do Bodo/Glimt e do empate caseiro com o Manchester United (3-3), impunha-se um triunfo convincente para manter intactas as aspirações portistas no sentido de se apurarem para os oitavos de final da edição 2024/25 da Liga Europa.
Muito por culpa da pressão com que entraram em campo, os jogadores do FC Porto nunca conseguiram uma supremacia visível sobre a formação do Hoffenheim, que em diversos momentos chegou a assustar o guardião Diogo Costa. E bastava uma outra clarividência, principalmente na organização do jogo – muito desligado entre os seus setores – para não ter de sofrer diante de um conjunto pálido, também ele sem grandes soluções. O FC Porto é muito superior à equipa alemã, pois dispõe de individualidades bem mais talentosas em qualidade e até em quantidade.
E foi aos trambolhões que surgiu o primeiro golo dos azuis e brancos, no derradeiro minuto do prolongamento da primeira parte (45+2 minutos). Numa daquelas jogadas de laboratório, o defesa esquerdo Francisco Moura bateu para a cabeça do médio espanhol Nico González, com a bola a sobrar para o central Tiago Djaló, que disparou com violência e de forma imparável para a baliza dos alemães. Um momento bem importante na partida, mesmo decisivo, que colocou os espectadores do Dragão em festa, até essa altura algo apáticos e desconfiados.
Já na segunda metade da contenda, o Hoffenheim teve mesmo de pressionar em busca do empate, mas fê-lo de forma bastante desordenada e lenta, ou seja, a imagem deixada pouco divergia dos primeiros 45 minutos. Aliás, essa foi uma nota comum aos dois conjuntos, ainda que o FC Porto, em alguns momentos, tivesse revelado outro atrevimento. O prémio haveria de surgir aos 75 minutos, com Fábio Vieira – o extremo internacional português emprestado pelo Arsenal de Londres por uma época – aliviou uma bola que foi parar aos pés de Samu. Pleno de força física, o avançado espanhol – cada vez mais o ídolo da plateia azul e branca – correu com energia para a área adversária e só parou depois de fazer o 2-0, praticamente colocando um ponto final da insípida partida.
Vítor Bruno (treinador do FC Porto): “É importante ganhar e não sofrer golos. Sobretudo, olhando para trás e para aquilo que aconteceu nos jogos anteriores, em que tínhamos ficado com a baliza muito exposta. Conseguimos evitar que o adversário enquadrasse tantos golos na baliza, pois teve apenas um. Ganhámos 2-0, foi uma boa vitória e não sofremos golos. É seguir o caminho”.