O mercado de criptomoedas já conquistou seu espaço, e cada vez mais brasileiros veem nos criptoativos uma alternativa de investimento para garantir mais liberdade econômica. De acordo com uma pesquisa realizada pela Coinbase, uma das principais exchanges de criptomoedas dos Estados Unidos, o Brasil é um dos países com maior potencial de crescimento nesse setor.
Segundo o estudo, 66% dos brasileiros acreditam que as criptomoedas podem aumentar a liberdade econômica, enquanto 69% concordam que a tecnologia cripto veio para ficar. Essa percepção reflete a tendência de adoção de ativos digitais vista em todo o mundo, mas especialmente em países como o Brasil, onde as inovações financeiras têm ganhado tração entre os investidores.
Nos últimos anos, o mercado cripto brasileiro mostrou sinais claros de maturidade e expansão, atraindo tanto investidores individuais quanto grandes instituições financeiras. Um dos principais achados da pesquisa da Coinbase é que 31% dos entrevistados no Brasil já possuem mais de 10% de suas carteiras compostas por criptoativos.
Como vemos em muitas notícias sobre altcoins, esses números indicam que, além de um interesse inicial, há uma verdadeira aposta no futuro das criptomoedas como uma parte importante dos portfólios de investimento. Outro dado relevante é que mais de 55% dos brasileiros que já investem em cripto pretendem aumentar sua exposição a esses ativos nos próximos 12 meses, um reflexo do otimismo em relação às oportunidades que o mercado ainda oferece.
Além disso, a pesquisa aponta que a segurança e a transparência são muito importantes para os brasileiros na escolha de uma exchange. Aproximadamente 59% dos entrevistados afirmaram que priorizam plataformas que garantem a proteção de seus ativos e oferecem operações seguras. A Coinbase, por exemplo, tem como um de seus pilares a segurança, mantendo os ativos de seus clientes em uma proporção de 1:1 e sem restrições para resgates ou retiradas.
Outro ponto importante da pesquisa é o aumento do interesse dos brasileiros pelas stablecoins. Esses ativos digitais, que são atrelados a moedas fiduciárias como o dólar americano, têm atraído a atenção de muitos investidores devido à sua estabilidade e à proteção contra oscilações inflacionárias. Cerca de 42% dos brasileiros que investem em cripto afirmam preferir stablecoins como o USDC, que é lastreado em dólar, em vez de manter reservas na moeda local.
A facilidade de acesso, a transparência e a possibilidade de obter recompensas passivas são alguns dos motivos que tornam as stablecoins especialmente atrativas para esse público. Entre janeiro e maio de 2023, aproximadamente 90% das transações com criptomoedas foram realizadas com stablecoins. A popularidade das stablecoins no Brasil também se explica pelo contexto econômico do país, onde a inflação pode variar bastante.
Muitos investidores veem nesses ativos uma forma de proteger o valor de seus investimentos sem a volatilidade comum em outras criptomoedas. De acordo com dados de 2024, o volume de transações com USDT no Brasil já atingiu R$ 271 bilhões, quase o dobro do volume negociado com Bitcoin no mesmo período. Isso é reforçado pelo fato de que 49% dos entrevistados consideram a proteção contra a inflação um fator decisivo na escolha de seus criptoativos.
As stablecoins permitem que os brasileiros evitem a compra direta de dólares, e tem a vantagem de não estarem sujeitas a algumas das burocracias e tributações, como o IOF, aplicadas em transações tradicionais com moedas estrangeiras. Mas, além do aumento da adoção das criptomoedas, o Brasil também dando grandes passos em relação a regulamentação.
O Banco Central do Brasil tem adotado uma postura proativa ao envolver o setor cripto em consultas públicas para discutir como regular esse mercado de maneira justa. Em 2023, o Banco Central lançou uma consulta pública sobre criptoativos e espera-se que novas regulamentações sejam debatidas ainda em 2024. Uma regulamentação mais clara e inclusiva demonstra a importância cada vez maior das criptomoedas no sistema financeiro brasileiro.
Essa iniciativa incluiu 38 questões focadas em governança, segurança cibernética e segregação patrimonial, essenciais para evitar crises como a da FTX. O país tem sido pioneiro em inovações tecnológicas, como o Pix, e já está desenvolvendo o DREX, uma moeda digital que deve entrar em circulação em breve.
O Drex, que faz parte de uma tendência global de criação de moedas digitais de banco central (CBDCs), pretende aumentar a segurança e a eficiência nas transações financeiras, oferecendo uma extensão digital do real. O projeto também busca fomentar a inclusão financeira e otimizar processos em setores como o imobiliário, por meio da tokenização de ativos.