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Nova plataforma de monitoramento reforça a gestão de riscos de desastres naturais em SP

Ferramenta usa tecnologia para identificar riscos geológicos e direcionar ações de proteção às comunidades; BID financiará projeto de cooperação no litoral norte

Plataforma está localizada no Núcleo de Geociências, Gestão de Riscos e Monitoramento Ambiental do IPA. Foto: Celso Silva/Governo de SP

O Governo de São Paulo inaugurou nesta quinta-feira (31) a Plataforma de Gestão de Riscos de Desastres Naturais, um espaço dedicado à análise e monitoramento para prevenção, gerenciamento e mitigação de riscos e desastres que dependem de informações geológicas.

O ambiente conta com múltiplos telões que exibem dados detalhados, apoiando os órgãos do governo na tomada de decisões estratégicas nas áreas de proteção e defesa civil, planejamento ambiental e territorial, habitação e transportes, entre outros.

A iniciativa é do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado (Semil), e faz parte do programa São Paulo Sempre Alerta, que foca na prevenção de desastres e na resposta a eventos climáticos extremos.

“Com esta Plataforma, conseguimos fazer uma gestão mais eficaz e integrada das emergências ambientais em São Paulo. A colaboração entre o IPA e outros órgãos é fundamental para o Governo de São Paulo desenvolver um sistema que não só identifica riscos, mas também orienta ações concretas para a proteção da população”, explica a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, Natália Resende.

O IPA utiliza dados globais do meio físico, meteorológicos, oceanográficos, entre outros, para gerar as informações que são projetadas nos monitores da plataforma. Além disso, é feita uma coleta própria de dados e cálculos matemáticos desenvolvidos por pesquisadores, que são processados nos sistemas desenvolvidos pelo instituto e que geram resultados diretos para aplicação em políticas públicas.

Com investimento de R$ 2,5 milhões, a plataforma é um dos principais trabalhos realizados pela equipe de Gestão de Riscos e Desastres do IPA.

“A nova Plataforma de Gestão de Riscos do Governo de São Paulo representa um avanço significativo na prevenção e mitigação de desastres naturais, um avanço que tende a ajudar muito a Defesa Civil do Estado, utilizando tecnologia avançada para proteger vidas e preservar o meio ambiente”, destaca o coronel Henguel Ricardo Pereira, coordenador da Defesa Civil do Estado.

Planos de contingência e monitoramento

A principal função da Plataforma é fornecer informações geológico-geotécnicas e geoambientais para a elaboração de planos de contingência, monitoramento de fenômenos perigosos e suporte a operações de emergência. A infraestrutura é adaptável e permite a inclusão de novas bases e aplicações em colaboração com parceiros técnicos e usuários.

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Para aprofundar a gestão de riscos e desastres no litoral norte paulista, o IPA assinou um acordo de cooperação com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para a elaboração de um sistema mais detalhado para essa região (saiba mais abaixo).

“Nós temos informações sobre as condições do terreno e sobre as áreas mais propensas a deslizamentos ou inundações, além das formas de uso e ocupação do solo, por isso conseguimos avaliar a vulnerabilidade das pessoas que estão nesses locais e os possíveis riscos que elas correm. Claro que tudo depende do evento climático e dos tipos de processos perigosos que ocorrem em uma dada área ou região. As bases de dados e os mapeamentos que utilizamos são muito importantes para direcionar ações”, afirma Ricardo Vedovello, pesquisador do IPA.

Plataforma conta com múltiplos telões que exibem dados detalhados para apoiar os órgãos do governo na tomada de decisões estratégicas nas áreas de proteção e defesa civil. (Foto: Celso Silva/Governo de SP)

A Plataforma está localizada no Núcleo de Geociências, Gestão de Riscos e Monitoramento Ambiental do IPA, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. O órgão realiza pesquisas em cartografia geológica e dinâmica das paisagens, avaliação da potencialidade dos aquíferos e hidrologia fluvial, recursos minerais, análise, mapeamento e monitoramento de processos geodinâmicos e de riscos, monitoramento ambiental, climatologia e mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

“O ambiente permite análises particularizadas e a emissão de avisos para os órgãos responsáveis e estes podem fazer os alertas necessários e tomar medidas preventivas. Exemplos disso são as Defesas Civis estadual e municipais, concessionárias de rodovias e outros órgãos competentes”, acrescenta Ricardo.

Módulos e funcionalidades

A plataforma conta com diversos módulos especializados, cada um com suas funcionalidades únicas:

  1. Mapeamentos de Risco Local e Regional:
    a. Escala Local: estudos realizados nos demais 38 municípios da Região Metropolitana de São Paulo (não inclui a capital, que tem estudo próprio do município). O risco é classificado em quatro níveis e abrange 7.278 setores suscetíveis a escorregamentos, inundações, solapamento de margens de rio e erosão. Os dados ajudam no plano de obras de redução de risco e implantação de planos de contingência de defesa civil.
    b. Escala Regional: estudos nos 645 municípios de São Paulo, identificando perigos e vulnerabilidades, com foco na população exposta e no planejamento territorial, inclusive tendo sido utilizado no Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de São Paulo, nos planos de manejo de Unidades de Conservação, em ações relacionada à adaptação às mudanças do clima.
  2. Relatórios de Vistorias: o módulo já contabiliza 1.245 áreas vistoriadas, oferecendo dados críticos para a resposta a emergências e atendendo a solicitações de órgãos estaduais, federais e prefeituras. Ele permite a consulta e a avaliação da evolução de áreas já vistoriadas de maneira preventiva ou para avaliação da eficácia de medidas de proteção e recuperação implantadas para evitar ou restabelecer a segurança após eventos ou desastres. Também está estruturado para incorporação automática de novas vistorias.
  3. Geodesastres: este módulo resgatou cerca de 66 mil registros de eventos ocorridos no Estado, no período entre 1991 e 2022, e será continuamente alimentado. Envolve inclusive a busca de registros de jornais por meio de robôs e permite a identificação de áreas prioritárias para medidas de redução de risco.
  4. Sistema de Monitoramento e Alerta: em parceria com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), integra mapeamentos de risco com dados climáticos atualizados em tempo real, permitindo alertas rápidos sobre eventos geodinâmicos perigosos nas rodovias SP-55 e SP-98. Atualmente está sendo atualizado para uso de novos dados meteorológicos já disponíveis, e deverá integrar estudos em viabilização para abranger as demais rodovias.
  5. Portal de Gestão de Riscos e Desastres: um ambiente online que oferece acesso a dados geoespaciais, ferramentas analíticas e dashboards interativos. Permite o acesso customizado a ambientes que subsidiam políticas públicas e atividades especificas, tais como os programas de mapeamentos de risco, o acompanhamento de segurança de barragens, a operação de planos preventivos e de contingência, entre outras.
  6. Saric: O Sistema de Alerta de Ressacas e Inundações Costeiras faz o monitoramento de todas os setores do litoral paulista e pode antecipar em até 4 dias eventos críticos para os ambientes costeiros naturais e construídos, em decorrência de ressacas e marés altas, que provoquem erosões intensas em praias e dunas, inundações, enchentes e alagamentos que afetem moradias e a infraestrutura urbana.

BID financia novo projeto de gestão de riscos no litoral norte de SP

O IPA assinou no último dia 24 de outubro o acordo de cooperação com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e a Fundepag (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio) para aprofundar o sistema de gestão de riscos e desastres relacionados a fenômenos geodinâmicos e hidroclimáticos no litoral norte paulista, região frequentemente atingida por fenômenos da natureza.

O projeto será financiado pelo BID e prevê um repasse de US$ 450 mil – o equivalente a R$ 2,5 milhões. Serão contempladas as quatro cidades do litoral norte: Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
A duração é de 24 meses na construção das ferramentas de análise e identificação de riscos, incluindo cartas de perigo, vulnerabilidades e uma nova base de dados sobre acidentes relacionados a deslizamentos e inundações. O projeto também irá gerar sistemas de alerta e monitoramento.

A cidade de Ubatuba ganhará um mapeamento de risco com detalhamento local e desenvolvimento de sistemas de monitoramento e alerta. Em outro eixo, os quatro municípios do litoral norte o mapeamento de risco regional e banco de dados dos eventos da natureza, como escorregamento de encostas e inundações.

O pesquisador Marco Aurélio Nalon destaca que “este projeto representa um avanço fundamental na proteção de nossas comunidades costeiras. A gestão eficaz de riscos e desastres é essencial para garantir a segurança e a resiliência diante dos desafios ambientais que enfrentamos”.

Atualmente as bases de dados do Instituto de Pesquisas Ambientais têm acesso restrito a desenvolvedores e parceiros. Em etapas futuras, a intenção é abrir o acesso ao público.

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A Defesa Civil de São Paulo envia mensagens (SMS) diretamente para os cidadãos. Qualquer pessoa pode se cadastrar, de forma gratuita, para receber alertas de risco de desastres naturais, por mensagens de texto (SMS) ou Whatsapp, em seu celular.

Como funciona

Para receber alertas da Defesa Civil, envie um SMS com o CEP da região para o número 40199 ou cadastre-se no WhatsApp, iniciando uma interação com o número (61) 2034-4611.

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