Quando entrou na Escola Técnica Estadual (Etec) Jornalista Roberto Marinho, na Capital, Heloíza Facchini, hoje com 17 anos, já treinava taekwondo, arte marcial de origem coreana.
No fim de outubro, a aluna da segunda série do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Programação de Jogos Digitais venceu a Copa do Mundo de Taekwondo ITF, na categoria juvenil (15 a 17 anos), com peso entre 58 e 63 quilos, disputada em Buenos Aires, na Argentina.
“Meus planos agora são apresentar um bom trabalho de conclusão de curso (TCC), me formar e conseguir patrocínio para o próximo campeonato mundial”, avisa a estudante. A disputa marcada para outubro de 2025, na cidade de Porec, na Croácia, é o torneio mais importante para os praticantes da arte.
O Taekwondo ITC (International Taekwondo Federation), diferentemente do Taekwondo WTC, (World Taekwondo Federation) não é uma modalidade olímpica, sendo mais adequado para quem procura por defesa pessoal. “O ITC é o mais antigo e vai além do que as pessoas podem ver nas Olimpíadas”, compara.
Volta do isolamento
A Copa foi o primeiro campeonato oficial disputado por Heloíza, resultado de anos de treinos, interrompidos somente durante a pandemia de Covid-19.
“Aos 10 anos eu tive problemas de saúde, precisei de várias cirurgias”, conta. “Quando me mudei de casa e de escola, minha mãe me matriculou no Taekwondo na academia ao lado no novo endereço, para me animar, me fazer gastar energia. Nunca mais parei”.
Ao voltar do período de isolamento social, todas as meninas da turma haviam desistido, e também muitos meninos, reduzindo a equipe juvenil.
Logo Heloíza passaria a treinar com as garotas da equipe adulta. “Elas me inspiram e me motivam”, elogia a estudante, que indica o taekwondo para as meninas que procuram um esporte: “É uma arte marcial que nos confere confiança e autoconhecimento”, diz. “E você forma mais do que uma equipe, você ganha uma família”.