Marinha inicia construção do terceiro navio do Programa Fragatas Classe “Tamandaré”

Fragata “Cunha Moreira” (F202) é a terceira do Programa Fragatas Classe “Tamandaré” (PFCT)

O Diretor de Gestão de Programas da Marinha, Contra-Almirante Marcelo da Silva Gomes acionou o dispositivo que representou o corte da Chapa. (Foto: Marinha do Brasil)

O futuro da Defesa Naval brasileira passa por mais um importante marco. A Marinha do Brasil (MB) e a Sociedade de Propósito Específico (SPE) Águas Azuis realizaram o corte da primeira chapa de aço da Fragata “Cunha Moreira” (F202), a terceira das quatro fragatas previstas no Programa Fragatas Classe “Tamandaré” (PFCT). O evento foi realizado na thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul (tkEBS), em Itajaí (SC).

O 1º corte de chapa, na construção naval, marca o começo da edificação do navio. É um evento simbólico e significativo, pois representa a transição da fase de projeto e planejamento para a fase de fabricação. Para que esse marco seja atingido, o projeto detalhado da embarcação deve estar completo e aprovado, garantindo que todos os aspectos de engenharia, planejamento e logística estejam prontos para a produção. A partir deste momento, os recursos começam a ser aplicados de forma intensiva, e o cronograma de construção ganha uma nova dinâmica, com maior ênfase no controle de qualidade e na eficiência da produção.

O nome da F202 é uma homenagem ao Almirante Luís da Cunha Moreira, o Visconde de Cabo Frio, primeiro brasileiro nato a exercer o cargo de Ministro da Marinha do Brasil. Ele combateu nas guerras napoleônicas e esteve presente na conquista da Guiana Francesa. Foi um dos responsáveis pela formação da primeira Esquadra do Brasil e desempenhou papel fundamental no processo de consolidação da independência política brasileira.

Essa é a primeira vez que três Fragatas são construídas, ao mesmo tempo, em território brasileiro, com alto índice de conteúdo local. O PFCT faz parte do Programa de Obtenção de Meios de Superfície, que visa modernizar os meios navais da Marinha do Brasil e está incluído no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), do Governo Federal, no eixo de Inovação para a Indústria de Defesa. A inclusão garante mais investimentos e possibilita a nacionalização de sistemas avançados, capacitando empresas brasileiras na produção, manutenção e modernização dos recursos empregados ao longo do ciclo de vida dos navios.

O Diretor-Executivo da thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, Holger Tepper, destacou a importância desse marco para os profissionais e para a sociedade. “O início do corte de chapa da Fragata Cunha Moreira (F202) é um passo importante para a thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, pois estamos construindo simultaneamente três fragatas da Classe Tamandaré. Isso reforça nossa posição como fornecedor de defesa e nosso compromisso com a eficiência, a qualidade e a sustentabilidade. Além disso, a distribuição estratégica da mão de obra e a curva de aprendizagem entre as três fragatas em construção permitem o compartilhamento de profissionais, otimizando recursos e acelerando a produção.”

O evento foi realizado na thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul (tkEBS), em Itajaí (SC). (Foto: Divulgação/MB)

Participaram do evento o Diretor de Gestão de Programas da Marinha, Contra-Almirante Marcelo da Silva Gomes; o Diretor de Obras Civis da Marinha, Contra-Almirante Pedro Lima Silva Filho; o Diretor-Presidente da Sociedade de Propósito Específico Águas Azuis, Fernando Queiroz; o Diretor-Executivo da thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, Holger Tepper e o Coordenador-Geral de Programas Estratégicos da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), Vice-Almirante Antônio Reginaldo Pontes Lima Junior. O Diretor de Gestão de Programas da Marinha foi o responsável por acionar o dispositivo que simboliza o corte da primeira chapa.

“A construção desse navio seguirá em paralelo à edificação da Fragata “Tamandaré” – F200 e da Jerônimo de Albuquerque – F-201, com previsões de entrega para dezembro de 2025 e janeiro de 2027, respectivamente. A produção está sendo realizada com, pelo menos, 40% de conteúdo local, o que proporciona uma transferência gradual de tecnologia em engenharia naval para a fabricação de navios militares e sistemas de gerenciamento de combate e de plataforma em solo brasileiro. O corte da primeira chapa da terceira Fragata Classe Tamandaré comprova o sucesso desse audacioso programa, que representa um salto na projeção internacional do Brasil no Setor de Defesa”, reforçou o Contra-Almirante Silva Gomes.

A Fragata “Cunha Moreira” poderá atingir a velocidade de 25 nós, que equivale a cerca de 47 km/h. A previsão é de que a terceira Fragata da Classe seja lançada em 2026 e incorporada à Marinha do Brasil em 2028.

𝑝𝘶𝑏𝘭𝑖𝘤𝑖𝘥𝑎𝘥𝑒

Ainda no dia 13 de novembro, foram inaugurados, em Itajaí, os Escritórios do Grupo de Recebimento das Fragatas Classe Tamandaré. São doze módulos, com área útil total de 325 m². Nos escritórios, vão trabalhar os 112 militares da futura tripulação da F200.

A obra durou cerca de seis meses e envolveu a construção de toda infraestrutura hidráulica, elétrica e de pavimentação. Para interligação dos ramais de esgoto dos módulos à rede da thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul foi necessária a construção de uma estação elevatória de esgoto. Os projetos de arquitetura e de iluminação prezaram pelo conforto dos ambientes de trabalho, com a colocação de janelas maiores e a substituição de toda iluminação artificial

A Diretoria de Obras Civis da Marinha fiscalizou todo o processo de montagem dos containers que formam os escritórios. “Estes escritórios são importantes, pois suprem a necessidade do Grupo de Recebimento que precisa de um local de trabalho próximo à Fragata. A Marinha tinha a disponibilidade desses módulos e nós os trouxemos para Santa Catarina. Os escritórios foram montados mostrando a versatilidade na utilização de containers na construção civil e também a sustentabilidade de utilizar um material que a Marinha já tinha e que agora recebe uma nova destinação” reiterou o Diretor de Obras Civis da Marinha, Contra-Almirante Silva Filho.

Sobre o Programa

O PFCT é considerado o mais inovador projeto de construção naval desenvolvido no Brasil. (Foto: Divulgação/MB)

O PFCT é considerado o mais inovador projeto de construção naval desenvolvido no Brasil, com mão de obra local e transferência de tecnologia. As Fragatas terão alto poder combatente, capazes de proteger a extensa área marítima brasileira, com mais de 5,7 milhões de km², a “Amazônia Azul”, além de realizar operações de busca e salvamento, monitorar e combater ações de poluição, pirataria, pesca ilegal, dentre outras ameaças. A expectativa é de que sejam gerados cerca de 23 mil empregos (2 mil diretos, 6 mil indiretos e 15 mil induzidos) durante a construção dos quatro navios.

A primeira embarcação, a Fragata “Tamandaré” (F200), já passou pela cerimônia de lançamento, em agosto deste ano, e está na fase de comissionamento, instalação de equipamentos e testes de cais. Já o batimento de quilha da Fragata “Jerônimo de Albuquerque” (F201) foi realizado em junho de 2024 e a previsão é de que ela seja lançada ao mar em agosto de 2025.

Para o Diretor-Executivo da Águas Azuis, Fernando Queiroz, a parceria entre as empresas que formam a Águas Azuis (thyssenkrupp, Embraer e Atech) é fundamental para o sucesso da produção, pois combinam expertise e tecnologia. “As Fragatas estão sendo equipadas com tecnologia de ponta e armamentos avançados, o que vai assegurar que a Marinha esteja preparada para enfrentar os desafios do século XXI. Para Santa Catarina, o Programa Fragatas Classe Tamandaré representa uma oportunidade de crescimento econômico, geração de empregos qualificados e fortalecimento da indústria local, posicionando a região como um polo estratégico para a construção e inovação na área de defesa.”

Botão Voltar ao topo