Decididamente, este não é o melhor momento do FC Porto. Nesta partida com o Moreirense, decisiva para prosseguir na Taça de Portugal, caiu com estrondo. Dizer-se que jogou num terreno complicado não é justificação para uma exibição tão pobre, principalmente na segunda metade do encontro. É verdade que no primeiro período esteve melhor, o internacional brasileiro Pepê evidenciou-se dos demais colegas, mas aquilo tudo roçou a mediocridade. O FC Porto foi eliminado – e bem – da segunda maior competição de clubes em Portugal e passar-se a ideia de que não terá sido bem assim é olhar para o futebol segundo um prisma de todo irrealista.
A equipa portista andou desorientada em campo, com os setores desligados e, acima de tudo, com falta de confiança. Ou falta de atitude, que talvez seja a palavra mais correta para, como se diz na gíria, não estar para aqui a dourar a pílula. Ao invés, o Moreirense, arregaçou as mangas, lutou com tudo o que tinha e não tinha e mereceu ultrapassar a eliminatória. É um facto que o FC Porto entrou a pressionar e até teve um ou outro remate perigoso, lances que o guardião brasileiro Caio Secco resolveu com mestria. Só foi impotente quando, aos 35 minutos, não conseguiu deter um golpe de cabeça do seu compatriota Pepê depois de um excelente cruzamento de João Mário.
Mas os festejos dos portistas duraram muito pouco tempo, pois, aos 41 minutos, o guineense Luís Asué atirou de cabeça, ao saltar sozinho, com os centrais do FC Porto pouco agressivos na abordagem ao lance. Naturalmente que este foi o lance que viria a marcar de forma decisiva o desenlace da partida a favor do Moreirense, que nos segundos quarenta e cinco minutos mostrou um futebol bem mais agradável e muito superior ao do seu do seu mais cotado opositor.
Foi necessário esperar algum tempo pela machadada final, pois aos 78 minutos o brasileiro Alanzinho, natural de São Paulo, chegou ao tento do triunfo, na transformação de uma grande penalidade a castigar mão na bola de Francisco Moura. Como nesta fase da Taça de Portugal não há vídeo-árbitro, o lance não pôde ser analisado à lupa. O treinador portista Vítor Bruno ainda tentou reagir com as habituais mudanças em período de desespero, mas já nada havia a fazer, pois a equipa jogava sobre brasas. Será mesmo crise? É o mais certo, pois três derrotas consecutivas não auguram nada de bom.
Vítor Bruno (treinador do FC Porto): “Entrámos bem. Controlámos a primeira parte toda e colocámo-nos em vantagem. O Moreirense, na única aproximação que tem, faz o empate. Na segunda parte, procurámos e tivemos um ou dois lances para colocarmo-nos na frente do marcador e não conseguimos. O Moreirense, num lance dúbio, acaba por marcar de penálti. Depois, a equipa sentiu-se intranquila e não foi capaz de dar a volta”.
César Peixoto (treinador do Moreirense): “Entrada muito forte do FC Porto, foram mais fortes na primeira parte e não consegui comunicar com a equipa. Corrigimos durante o intervalo e a segunda parte foi totalmente diferente. Estivemos organizados e confiantes, somos justos vencedores. Parabéns aos meus jogadores”.