Este foi um daqueles jogos com condimentos para vários gostos, muito suspense e movimentações táticas que premiaram o inconformismo da equipa do Benfica, que vinha de duas derrotas para a Liga dos Campeões com o Bayern Munique e o Feyenoord. Com este triunfo, o Benfica subiu ao 14º lugar, ao somar nove pontos, enquanto o Mónaco, que sofreu a primeira derrota na prova, é oitavo, com 10 pontos. A passagem à próxima fase não está garantida, mas o conjunto encarnado, em nítido crescimento desde que Bruno Lage substituiu o alemão Schmidt, ganhou um novo ânimo para voltar a sonhar.
A partida até começou mal para o Benfica, pois logo aos 13 minutos os monegascos adiantaram-se no marcador pelo jovem avançado marroquino Ben Seghuir, após uma jogada rápida no ataque, seguida de um cruzamento rasteiro para a frente da baliza, sem que o guardião ucraniano Trubin tivesse hipótese para esboçar a defesa. A formação da Luz não se intimidou com esta entrada fulgurante do adversário e Di María e o turco Aktürkoglu estiveram muito perto de empatar o jogo. O intervalo surgiu com o Mónaco a beneficiar da vantagem mínima, mas que não refletia o que se tinha passado até então.
Com ambas as formações determinadas em vencer o encontro, a segunda parte viria a ser eletrizante pela incerteza no resultado, por isso recheada de momentos épicos, principalmente os protagonizados pelo mágico argentino Di María. O tento do empate surgiu através de Pavlidis, aos 48 minutos, de forma muito fácil, pois bastou aproveitar um incrível afalhanço do defesa brasileiro Caio Henrique com um atraso infeliz para o guardião polaco Majecki, para o dianteiro grego não se fazer rogado diante de semelhante brinde. Antes, porém, o conjunto do principado monegasco dispôs de duas flagrantes ocasiões para elevar a contagem.
Magia argentina ao serviço do coletivo
Contrariedade de vulto para o Mónaco prendeu-se com a expulsão do marfinense Singo, após ver o segundo cartão amarelo, aos 58 minutos, por entrada à margem das leis sobre Pavlidis. Mesmo assim, o Benfica deixou-se surpreender quando estavam decorridos 67 minutos, com o francês Magassa a fazer o 2-1 ao rematar certeiro, depois de um cruzamento atrasado, ao ganhar a linha de fundo, do seu compatriota Mawissa. Apesar de tudo, a incerteza no marcador foi sempre uma constante, numa partida, repetimos, eletrizante e com jogadas espetaculares.
E eis que na reta final do encontro os encarnados puxaram dos galões – ou seja, Di María passou a dar festival -, numa altura em que a partida se desenrolava a alta velocidade. Aos 84 minutos, o argentino arrancou um dos primeiros cruzamentos letais, daqueles que são meio golo, para o empate a duas bolas, tento da autoria do atacante brasileiro Arthur Cabral. A dois minutos do final o Benfica concretizou nova e definitiva reviravolta no marcador, depois de mais um grande cruzamento de Di María, com o suíço Zeki Amdouni a cabecear para o fundo da baliza de Majecki. Mérito, como é óbvio, para o técnico Bruno Lage, que fez as substituições corretas e na altura certa, pois os dois últimos golos foram apontados por elementos saídos do banco.
Bruno Lage (treinador do Benfica): “Todos os jogadores são decisivos. Tenho falado com os pontas de lança e temos trabalhado muito com eles nestes três meses, para terem determinados movimentos. O Di María está a fazer uma época muito boa e o que espero dele é isto, rendimento. Está a respeitar todas as decisões que tomo de uma forma muito tranquila. Esta também é uma forma de liderar. Confiar em toda a gente, mas acima de tudo é a equipa, as minhas ideias e o que penso”.