A Polícia Civil de São Paulo, por meio do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), deflagrou nesta sexta-feira (29) a Operação Nix, para prender envolvidos em uma organização criminosa que pratica uma série de crimes contra menores de idade, como pedofilia e estupros virtuais.
Além de São Paulo, a ação acontece em Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e no Distrito Federal.
A operação de hoje é a primeira do Núcleo de Observação e Análise Digital (NOAD), criado pela Secretaria de Segurança Pública para combater criminosos que usam a internet, em plataformas como o Discord e o Telegram.
Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária, quatro de apreensão contra adolescentes e 10 mandados de busca e apreensão. Em São Paulo, o alvo foi um adolescente na cidade de Descalvado, apontado como um dos donos do grupo investigado.
O outro dono do grupo foi apreendido em Pernambuco. O pai dele também foi preso, já que no nome dele estavam as contas bancárias que recebiam o dinheiro proveniente da venda de pornografia infantil. Os outros adolescentes foram apreendidos em Minas Gerais e no DF.
Além de cometerem estupros virtuais e divulgar conteúdo sexual com menores de idade, os envolvidos também induzem as vítimas a automutilação e até suicídio. Eles também são suspeitos de serem mentores de ataques a escolas.
“Combater esses criminosos da internet é um desafio para as polícias. Não são criminosos que frequentam pontos de tráfico e andam armados. São pessoas que levam uma vida aparentemente normal, mas que na internet cometem os mais terríveis crimes contra crianças”, destaca o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
“O grande trunfo da operação de hoje foi conseguir levantar provas suficientes para enquadrar os criminosos em uma organização criminosa. Esses criminosos nunca agem sozinhos, eles participam de grupos onde tem até disputa para ver quem consegue cometer a maior quantidade de crimes, como se fossem troféus em um jogo.”
NOAD
O decreto que institui o Núcleo de Observação e Análise Digital foi publicado também nesta sexta, no Diário Oficial do Estado.
O grupo, formado por integrantes das polícias Civil, Militar e Técnico-Científica, vai atuar no monitoramento de redes sociais, fóruns e plataformas como o Telegram e Discord.
As investigações vão servir para identificar criminosos que agem no ambiente virtual, seja em ações do crime organizado, como também aliciando crianças e adolescentes. O grupo também vai monitorar grupos que planejam ataques a escolas.
Após identificar os envolvidos, o núcleo fará relatórios detalhados que vão embasar as operações policiais para o cumprimento dos mandados.
“A criação deste núcleo é uma necessidade do mundo atual. Muitos criminosos têm migrado para o ambiente digital, onde têm a ilusão da impunidade proporcionada pelo suposto anonimato da internet. Mas nossas polícias estão em alerta para impedir a proliferação desses criminosos virtuais, cujas ações tem consequências terríveis nas vidas dessas vítimas”, conclui Derrite.