À quinta foi de vez. Os dragões, a jogar no seu reduto diante de pouco mais de 30.000 espectadores – a assistência baixou significativamente muito por culpa da alegada crise – tinham de aproveitar o deslize do Sporting, que nesta jornada perdeu no seu próprio reduto com o Santa Clara (0-1). É comum dizer-se que os jogadores são os responsáveis pelo que se passa em campo, mas convenhamos que a saída de Rúben Amorim para o Manchester United deixou o clube órfão de um líder no campo e também no balneário, função que João Pereira não estará a cumprir com eficácia. Já no FC Porto, a contestação a Vítor Bruno era evidente, com muitos adeptos a reclamarem a sua demissão.
Por isso era importante ganhar, de preferência com uma boa exibição. E em parte isso foi conseguido, principalmente na segunda metade da partida, com os dragões a garantirem o triunfo diante do Casa Pia através de dois excelentes golos. O primeiro surgiu aos 51 minutos por Fábio Vieira – parece estar de volta o talento do internacional sub-21 português emprestado pelos ingleses do Arsenal – com um remate indefensável, depois de uma excelente combinação entre o próprio Fábio, Pepê e Samu. Poucos instantes depois, aos 55 minutos, o avançado espanhol Samu recebeu um passe de Pepê e disparou com violência à baliza do costa-riquenho Patrick Sequeira – enorme exibição -, tranquilizando a plateia azul e branca.
Antes, porém, os portistas demoraram a encontrar-se, muito por culpa do desnorte evidenciado em encontros anteriores. Aliás, o conjunto casapiano dispôs de algumas oportunidades para marcar, uma delas bem flagrante, aos 16 minutos, na sequência de um remate do extremo francês Jérémy Livolant, que levou a bola a passar muito perto da baliza defendida por Diogo Costa. Desta feita a formação lisboeta optou por não se remeter excessivamente à defesa, como normalmente acontece a jogar com os “grandes”, e a sua postura mais arrojada obrigou a equipa portista a incorrer em alguns erros primários, alguns deles resolvidos com excelentes intervenções do guardião Diogo Costa. Contudo, no cômputo geral, o triunfo dos azuis e brancos é inquestionável e o resultado até é curto em função das várias ocasiões que teve para marcar.
Vítor Bruno (treinador do FC Porto): “Tudo no que toca a mim é o menos importante, queria que os jogadores ganhassem, que fossem felizes, têm trabalhado muito, têm sido muito honestos no trabalho, têm tido uma crença muito grande no que estamos aqui a construir, esse é o maior motivo de orgulho que eu tenho hoje neste dia. Foi um jogo bem conseguido, consistente, a equipa a anular o momento ofensivo com bola do adversário em organização, a tapar caminhos interiores que o adversário gosta de explorar no primeiro momento”.