Sporting perde com o Moreirense (2-1) e já ninguém disfarça a crise

Terceira derrota consecutiva da formação de Alvalade com exibição muito abaixo do exigível coloca em pânico os adeptos, que sonham com a conquista do bicampeonato. Técnico João Pereira viu lenços brancos

Terceira derrota consecutiva da formação de Alvalade com exibição muito abaixo do exigível coloca em pânico os adeptos, que sonham com a conquista do bicampeonato. (Foto: José Lacerda)

De mal a pior. Não há outra forma de catalogar a exibição do Sporting em Moreira de Cónegos. À terceira derrota consecutiva (Arsenal, para a Liga dos Campeões, e Santa Clara e Moreirense, ambas para o campeonato) o ambiente começa a ser bastante pesado, pois o grande objetivo do emblema leonino para a presente temporada passa pela conquista do bicampeonato. E tudo corria sobre rodas antes de Rúben Amorim se transferir para o Manchester United. A agora “red devil” é um líder dentro e fora do campo, o grupo estava unido nos seus propósitos, mas com João Pereira parece que tudo se desmoronou. E até já se viram lenços brancos, o que não augura nada de positivo.

De facto, a exibição do Sporting deixou a nu demasiadas fragilidades e muita desconcentração. Os erros defensivos acumulam-se e a equipa cria poucas oportunidades de golo. O sueco Viktor Gyokeres, de quem se fala poder vir a ser transferido no final da época por 100 milhões de euros para um “tubarão” europeu, quase desapareceu do mapa. Diante do Moreirense marcou de grande penalidade, aos 11 minutos, por sinal o golo que colocou a equipa leonina em vantagem no marcador, mas de resto pouco ou quase nada fez. A situação pode até começar a ser preocupante, pois o possante avançado ainda é um ativo seguro e corre o risco de ser desvalorizado.

Se o Sporting nem começou mal a partida, dando até a ideia de que poderia regressar aos triunfos com uma exibição convincente, o facto é que o Moreirense não se deixou importunar. Recorde-se que os comandados de César Peixoto já haviam imposto um empate a uma bola ao Benfica no seu reduto, para lá de terem cometido a proeza de eliminar, também no seu recinto, o FC Porto da Taça de Portugal. Convém, como tal, dar o devido valor aos homens da casa. Como tal, foi com naturalidade que surgiu o golo do empate, aos 19 minutos, num golpe de cabeça do lateral-direito Dinis Pinto, ao acorrer a um cruzamento do brasileiro Alanzinho, um excelente centrocampista nascido em São Paulo.

(Foto: José Lacerda)

Lançamento para o Sporting dá golo do Moreirense

A situação mais caricata do encontro aconteceu com a marcação do segundo tento do conjunto local, num lance de desconcentração total e até caricato, por não ser comum, muito especialmente em equipas com a grandeza do Sporting. Tudo aconteceu aos 35 minutos, quando o avançado leonino Geny Catamo executou um lançamento, com a bola a ir parar aos pés do avançado brasileiro Guilherme Schettine, que não se fez rogado diante de tal oferta e disparou a contar, sem dar qualquer hipótese de defesa ao guardião bósnio Kovacevic. Um lance verdadeiramente invulgar, bem demonstrativo da falta de concentração de uma equipa que, em tempos bem recentes, parecia imbatível.

É verdade que o Sporting também teve oportunidades para sair de Moreira de Cónegos com outro resultado – viu duas bolas bater na barra da baliza adversária, para lá de um outro remate mais perigoso a que se opôs com galhardia o guardião brasileiro Kewin -, mas o resultado acaba por premiar a eficácia da equipa da casa. E, a propósito, convém recordar que estão já disputadas 13 jornadas do principal campeonato português e o Moreirense nunca perdeu no seu reduto. Ao invés, os leões chegavam a este jogo após uma derrota com o Santa Clara em Alvalade, fruto de uma exibição pobre, mas bastante polémica, pois houve duas grandes penalidades flagrantes não assinaladas para a equipa leonina, lances que têm dado muito que falar.

César Peixoto, treinador do Moreirense. (Foto: José Lacerda)

César Peixoto (treinador do Moreirense): “O Sporting é uma excelente equipa e tem grandes jogadores. Há três semanas, era a equipa que toda a gente dizia que ia ser campeã. Arriscámos e mantivemo-nos fiéis ao que trabalhámos desde a pré-época. Sofremos um golo, mas demos a volta. Na segunda parte, o Sporting empurrou-nos e tivemos de sofrer. Quem entrou a partir do banco deu à equipa o que estava a precisar”.

João Pereira (treinador do Sporting): “O Rúben Amorim ajudou muito o Sporting e não é nenhum fantasma. Não sou de ver fantasmas. Não acredito que foi o Ruben que levantou a bola para ela ir à trave. São momentos, começou a haver ansiedade nos últimos minutos, contra o Santa Clara foi mais cedo. Não me lembro de um remate do Moreirense na segunda parte. Tivemos tudo mais menos o golo, mas não acredito em fantasmas”.

Vaz Mendes é jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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