FC Porto desperdiça oportunidade de liderar campeonato

Empate com o Famalicão (1-1) deixa os dragões na terceira posição com os mesmos pontos do Benfica. Equipa de Vítor Bruno esteve quase sempre por cima do jogo, mas faltou um maior discernimento no ataque

Benfica vence, mas não convence. (Foto: José Lacerda)

A equipa portista voltou a claudicar diante de um adversário francamente inferior, mas que defendeu como pôde e esteve até muito perto de vencer o encontro, na sequência de um lance polémico e mesmo caricato. Tudo aconteceu ao minuto 73, com as equipas empatadas a uma bola. Depois de uma jogada rápida e bem gizada, Galeno endereçou a bola a Samu, para o avançado espanhol atirar de forma certeira para a baliza adversária. Só que, numa decisão muito contestada, o FC Porto passou apenas por escassos minutos para a frente do marcador. Alertado pelo vídeo-árbitro para um lance anterior na baliza portista, o juiz da partida foi ao monitor e assinalou grande penalidade a favor do Famalicão, revertendo o resultado.

Ora bem, as interpretações diferem, mas o facto é que o árbitro entendeu que Pepê cortou a bola com o braço dentro da área ao acorrer a um cruzamento. Em rigor, o dianteiro brasileiro tentou cortar o lance e elevou-se de modo a impedir que a bola chegasse à área portista. É a tal história de mão na bola, ou bola na mão, para uns motivos para a marcação de grande penalidade, para outros não… enfim, ninguém se entende, pois não tem existido uniformidade de critérios na análise a este tipo de situações. Valeu ao FC Porto a tremenda defesa de Diogo Costa a impedir um mal maior, literalmente a voar para deter o potente remate extremo espanhol Óscar Aranda.

Diogo Costa no pior e no melhor

Penálti à parte, a verdade é que os portistas foram a Famalicão com a nítida intenção de vencer a partida, instalando-se desde muito cedo no meio-campo adversário. Foram dominadores, é um facto, mas no último terço do terreno voltaram a falhar em demasia. Galeno e Pepê criaram duas boas ocasiões para marcar na primeira parte, mas era notória a falta de agressividade e de maior clarividência na hora de atirar à baliza. E eis que num lance de contra-ataque, a um minuto do final da primeira parte, os famalicenses investem pela esquerda, com o atacante Rochinha a arrancar um cruzamento mal intercetado pelo guardião Diogo Costa – erro grave que o próprio viria a reconhecer no final da partida -, para Aranda empurrar tranquilamente a bola para a baliza.

Logo no início da etapa complementar, aos 52 minutos, Samu apontou o golo do empate por entre uma floresta de pernas, após a marcação de um livre por Pepê. A partir daí, pese o maior inconformismo dos dragões, com o tal senão da falta de discernimento no ataque, o lance já descrito acaba por marcar o desafio. Ao defender o penálti de Aranda, Diogo Costa redimiu-se do erro no golo sofrido, insuficiente para evitar a forte contestação dos adeptos. Uma vez mais, os insultos sucederam-se, bem como os apelos à demissão do técnico dos azuis e brancos.

Vítor Bruno, treinador do FC Porto. (Foto: José Lacerda)

Vítor Bruno (treinador do FC Porto): “Um resultado nunca tem impacto positivo quando não se ganha, mas a atitude que os jogadores demonstraram durante o jogo dá-me sinais positivos daquilo que é o futuro próximo. Dependemos só de nós, queríamos muito ter ganho para colar ao primeiro classificado, mas há duas semanas quase toda a gente nos dava como tendo o campeonato perdido, neste momento estamos na luta, a equipa está saudável e com fome de ganhar”.

Benfica vence, mas não convence

Comemoração. (Foto: José Lacerda)

Na exibição menos conseguida no seu estádio, perante mais de 50 mil espectadores, o Benfica venceu por uma bola a zero o Guimarães – atual 6º classificado – com o único golo da partida a ser apontado por Akturkoglu, aos 29 minutos.

O avançado turco arrancou um remate em força a passe do grego Pavlidis e fez a festa encarnada, que agora soma 31 pontos, menos dois do que o comandante Sporting e os mesmos do FC Porto. Contudo, os encarnados têm um jogo em atraso, relativo à 8ª jornada, pois o confronto com o Nacional, na Madeira, foi adiado devido ao intenso nevoeiro que afetou a ilha.

Vaz Mendes é jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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