A equipa portista voltou a claudicar diante de um adversário francamente inferior, mas que defendeu como pôde e esteve até muito perto de vencer o encontro, na sequência de um lance polémico e mesmo caricato. Tudo aconteceu ao minuto 73, com as equipas empatadas a uma bola. Depois de uma jogada rápida e bem gizada, Galeno endereçou a bola a Samu, para o avançado espanhol atirar de forma certeira para a baliza adversária. Só que, numa decisão muito contestada, o FC Porto passou apenas por escassos minutos para a frente do marcador. Alertado pelo vídeo-árbitro para um lance anterior na baliza portista, o juiz da partida foi ao monitor e assinalou grande penalidade a favor do Famalicão, revertendo o resultado.
Ora bem, as interpretações diferem, mas o facto é que o árbitro entendeu que Pepê cortou a bola com o braço dentro da área ao acorrer a um cruzamento. Em rigor, o dianteiro brasileiro tentou cortar o lance e elevou-se de modo a impedir que a bola chegasse à área portista. É a tal história de mão na bola, ou bola na mão, para uns motivos para a marcação de grande penalidade, para outros não… enfim, ninguém se entende, pois não tem existido uniformidade de critérios na análise a este tipo de situações. Valeu ao FC Porto a tremenda defesa de Diogo Costa a impedir um mal maior, literalmente a voar para deter o potente remate extremo espanhol Óscar Aranda.
Diogo Costa no pior e no melhor
Penálti à parte, a verdade é que os portistas foram a Famalicão com a nítida intenção de vencer a partida, instalando-se desde muito cedo no meio-campo adversário. Foram dominadores, é um facto, mas no último terço do terreno voltaram a falhar em demasia. Galeno e Pepê criaram duas boas ocasiões para marcar na primeira parte, mas era notória a falta de agressividade e de maior clarividência na hora de atirar à baliza. E eis que num lance de contra-ataque, a um minuto do final da primeira parte, os famalicenses investem pela esquerda, com o atacante Rochinha a arrancar um cruzamento mal intercetado pelo guardião Diogo Costa – erro grave que o próprio viria a reconhecer no final da partida -, para Aranda empurrar tranquilamente a bola para a baliza.
Logo no início da etapa complementar, aos 52 minutos, Samu apontou o golo do empate por entre uma floresta de pernas, após a marcação de um livre por Pepê. A partir daí, pese o maior inconformismo dos dragões, com o tal senão da falta de discernimento no ataque, o lance já descrito acaba por marcar o desafio. Ao defender o penálti de Aranda, Diogo Costa redimiu-se do erro no golo sofrido, insuficiente para evitar a forte contestação dos adeptos. Uma vez mais, os insultos sucederam-se, bem como os apelos à demissão do técnico dos azuis e brancos.
Vítor Bruno (treinador do FC Porto): “Um resultado nunca tem impacto positivo quando não se ganha, mas a atitude que os jogadores demonstraram durante o jogo dá-me sinais positivos daquilo que é o futuro próximo. Dependemos só de nós, queríamos muito ter ganho para colar ao primeiro classificado, mas há duas semanas quase toda a gente nos dava como tendo o campeonato perdido, neste momento estamos na luta, a equipa está saudável e com fome de ganhar”.
Benfica vence, mas não convence
Na exibição menos conseguida no seu estádio, perante mais de 50 mil espectadores, o Benfica venceu por uma bola a zero o Guimarães – atual 6º classificado – com o único golo da partida a ser apontado por Akturkoglu, aos 29 minutos.
O avançado turco arrancou um remate em força a passe do grego Pavlidis e fez a festa encarnada, que agora soma 31 pontos, menos dois do que o comandante Sporting e os mesmos do FC Porto. Contudo, os encarnados têm um jogo em atraso, relativo à 8ª jornada, pois o confronto com o Nacional, na Madeira, foi adiado devido ao intenso nevoeiro que afetou a ilha.